LÍNGUA    PORTUGUESA: RESULTADO OFICIAL DO ENEM 2011: Sábado, dia 22/10/2011            Domingo, dia 23/10/2011                                               ...
A epidemia da liberdade - Parte 1
Como um saudável vírus, protestos contra ditaduras espalham-se pelo mundo árabe, causando transformações em uma região marcada pela repressão, a pobreza e a brutalidade
Claudio Dantas Sequeira e Luiza Villaméa
REVOLTA
Em Sanaa, a capital do Iêmen, populares protestam contra
o governo e exigem a saída do presidente Abdullah Saleh
 O coronel líbio Muamar Kadafi tornou-se o símbolo de uma geração de 
déspotas que, agarrados ao poder e alheios às necessidades de seus 
cidadãos, transformaram o Oriente Médio e o norte da África em uma das 
regiões mais autoritárias e desiguais do planeta. Em quatro décadas de 
reinado brutal, Kadafi, que se autoproclamou o “rei dos reis”, conseguiu
 reunir em torno de si todos os estereótipos de um ditador extravagante,
 sanguinário e opressor. Mais preocupados com as vastas reservas de 
petróleo e gás natural do país, ao longo das últimas décadas, os líderes
 ocidentais preferiam ver o ditador líbio apenas como uma espécie de 
déspota excêntrico. Suas enfermeiras ucranianas, suas roupas coloridas 
ou mesmo a insistente obsessão em montar tendas luxuosas onde quer que 
fosse serviram de combustível para conversas animadas no pragmático 
mundo da diplomacia internacional. Nos últimos anos, Kadafi chegou a 
estabelecer relações para lá de cordiais com primeiros-ministros ou 
presidentes defensores da democracia, como o britânico Tony Blair ou 
mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na última semana, no entanto, as imagens de corpos humanos 
destroçados por armas de grosso calibre, os relatos de ataques aéreos 
contra manifestantes desarmados e o desespero de milhares de 
estrangeiros em fugir do caos que tomou conta da Líbia fizeram o mundo 
recordar, sobressaltado, que Kadafi não passa de um ditador sanguinário,
 considerado um louco psicopata até mesmo por seus pares. Nesses últimos
 dias, ele não mediu esforços para tentar sobreviver à contaminação da 
onda libertária que vem tomando conta do norte da África e do Oriente 
Médio. Estima-se que até sexta-feira seus mercenários e soldados ainda 
leais ao seu comando tenham matado ao menos duas mil pessoas. Como um 
vírus que se espalha pelo ar, o desejo de melhor qualidade de vida, de 
libertar-se de regimes opressivos e cruéis e, pelo menos um pouco mais 
de democracia está transformando a região de forma absolutamente 
inédita. Depois da Tunísia e do Egito, restam poucas dúvidas de que a 
Líbia será o próximo país a sucumbir a essa saudável epidemia. A queda 
de Kadafi, o ditador mais longevo e cruel da região, será emblemática e 
reforçará ainda mais uma certeza que parece dominar o mundo árabe: a de 
que não há antídoto contra os desejos de um povo cansado da opressão e 
da pobreza.


COVARDIA
A artilharia pesada deixa um rastro de destruição na Líbia,
onde militares desertores doaram seus uniformes para a população
As consequências dessa contaminação em massa são absolutamente 
imprevisíveis. Estados Unidos e Europa estão agora debruçados na análise
 das consequências geopolíticas e econômicas dessas revoltas no mundo 
árabe. Afinal, o fornecimento de petróleo e gás tem sido garantido ao 
longo dos anos por relações clientelistas que incentivaram a manutenção 
de ditaduras. Agora, ninguém sabe como serão as novas relações com o 
Ocidente, se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) 
manterá sua formação e política de cartel ou mesmo se teocracias ao 
estilo iraniano vão ocupar o vácuo de poder criado com a queda dos 
ditadores. Na quinta-feira 24, os opositores de Kadafi, por exemplo, 
tomaram importantes terminais petrolíferos situados a leste da capital 
Trípoli e o governo anunciou a paralisação de parte da produção, o que 
levou o valor do barril a tocar a barreira dos US$ 120. Na sexta-feira 
25 mais da metade da produção de petróleo e gás líbio já havia sido 
paralisada. “As primeiras consequências já podem ser sentidas. O preço 
da energia está subindo, o que terá impacto adicional nos custos de 
transportes e, consequentemente no preço das commodities”, disse à ISTOÉ
 o economista tunisiano Saïd Kechida. Outra preocupação é com o êxodo de
 migrantes desses países para a União Europeia. Estima-se em 500 mil o 
total de pessoas que poderiam bater à porta dos europeus, num momento em
 que a recessão e medidas antipopulares alimentam protestos como os 
vistos em Atenas há poucos dias.
A única certeza por enquanto é de que a Líbia não será o último país a
 ser contaminado de forma avassaladora por essa epidemia de liberdade. 
Argélia e Iêmen caminham para uma situação-limite como a vista no país 
de Kadafi. No Bahrein – onde a primeira corrida da temporada de Fórmula 1
 já foi cancelada –, após a repressão violenta de protestos pacíficos, o
 rei Hamad bin Isa recuou e tenta negociar com a oposição, mas poucos 
acreditam que as pressões para sua queda irão arrefecer nos próximos 
dias. O vírus libertário já começa a mostrar seus primeiros sintomas 
também no Marrocos, na Mauritânia e acredita-se que ele possa tomar 
conta até mesmo do Irã. Na tentativa de se vacinar, o governo da Arábia 
Saudita anunciou um pacote de US$ 35 bilhões em investimentos sociais, 
liberação de financiamento para a compra da casa própria sem juros e 
aumento de 15% a todos os funcionários públicos. “Os árabes perceberam 
que podiam sair às ruas. A revolta da Tunísia mostrou que era possível 
derrubar o regime e o Egito confirmou essa tese. A queda de Kadafi é 
questão de dias e será emblemática para que outros sigam esse caminho”, 
diz à ISTOÉ o cientista político iraniano Meir Javedanfar.

FORA
Revoltados com o ataque a civis,
líbios exigem a saída de Muamar Kadafi
 Mais do que a língua, a religião ou o fato de estarem flutuando 
sobre as maiores reservas de petróleo do mundo, o que vem unindo os 
povos árabes neste início de 2011 é a busca por melhores condições de 
vida. Democracia nunca foi um valor exatamente prezado nessa região do 
mundo e na história recente não há o mais remoto registro de governos 
pautados pela liberdade de expressão, seja ela de ordem pessoal, seja de
 ordem política. O catalisador das revoltas foi muito mais a dissonância
 entre uma situação econômica decadente e a ostentação exacerbada de 
pequenas elites políticas ligadas aos ditadores. Soma-se a isso a 
corrupção endêmica que assola esses países aliada a uma repressão feroz e
 descomensurada a qualquer tipo de oposição. Confrontados com a escassez
 de trabalho em seus próprios países e a constante elevação dos preços 
dos alimentos, os árabes simplesmente foram às ruas pedir uma vida 
melhor. Tudo começou no dia 17 de dezembro, quando o vendedor de rua 
tunisiano Mohamed Bouazizi ateou fogo em si mesmo depois que a polícia 
confiscou as frutas e vegetais que vendia nas ruas de Túnis. A 
autoimolação de Bouazizi não teve, ao menos diretamente, nenhum estofo 
ideológico. Foi apenas um grito desesperado contra as dificuldades de se
 ter uma vida digna.
Bouazizi tornou-se um mártir e símbolo do sofrimento dos milhões de 
dsempregados tunisianos. Rapidamente a revolta ganhou corpo, facilitada 
pelas novas tecnologias, reverberando pelas emissoras de tevê e 
angariando cada vez mais apoio entre outros grupos, como sindicatos e 
intelectuais. Da Tunísia, os gritos de liberdade se alastram com uma 
rapidez impressionante pelos outros países da região. Hoje, são famílias
 inteiras, com crianças a tiracolo, empunhando bandeiras e gritando 
slogans por melhores condições de trabalho e direitos sociais básicos. 
Foi assim no Egito e está sendo assim na Líbia. Movimento semelhante no 
último século só foi visto nas ex-repúblicas soviéticas na década de 
1990. “As sociedades árabes estavam a ponto de explodir há anos. Que a 
faísca tenha saltado na Tunísia e o fogo tenha se espalhado pelo Egito 
foi uma coisa do acaso”, afirma Paul Salem, diretor do Centro Carnegie 
para o Oriente Médio, com sede em Beirute.


APOIO
Contrários ao ataque a civis, militares se
unem à população contra Kadafi
As dificuldades econômicas, as injustiças sociais e a concentração de
 riqueza não são os únicos fatores para justificar um movimento tão 
sincronizado no mundo árabe. Ao contrário de outras regiões do mundo 
controladas por déspotas e vivendo na iniquidade extrema, o norte da 
África e o Oriente Médio atingiram um grau de desenvolvimento relativo 
após o início maciço da exploração do petróleo, a partir da segunda 
metade do século XX. Os bilhões de dólares que permitiram que Kadafi, 
por exemplo, tenha participação acionária em empresas como a Fiat e o 
jornal inglês “Financial Times” também foram usados para construir uma 
infra-estrutura aceitável, produzir uma classe média intelectualizada e 
uma pequena burguesia nascida do comércio e dos serviços com as 
potências ocidentais que dependem diretamente das reservas naturais 
desses países. Assim, por mais injusta que seja a distribuição de renda,
 não há miséria generalizada, como em algumas regiões da África 
Sub-saariana, onde ditadores sanguinários como Robert Mugabe, no 
Zimbábue, continuam a governar seus países como se esses fossem suas 
propriedades particulares. Ainda é incerto se o movimento pode se 
espalhar para outras regiões do mundo com regimes semelhantes, como a 
China, a Coreia do Norte ou Cuba. Mas o certo é que os governantes 
desses países estão atentos a qualquer indício de revolta.

A epidemia da liberdade - Parte 2
Como um saudável vírus, protestos contra ditaduras espalham-se pelo mundo árabe, causando transformações em uma região marcada pela repressão, a pobreza e a brutalidade
Claudio Dantas Sequeira e Luiza Villaméa
 O mais notável nas revoluções árabes é 
que elas são movimentos genuinamente populares. Em nenhum dos países 
assolados até agora pela onda libertária surgiu uma oposição coordenada,
 uma liderança clara. “Liberdade, trabalho e dignidade nacional são as 
palavras de ordem nos protestos. Isso mostra que não se trata apenas de 
uma questão de democracia, mas de justiça social”, afirmou à ISTOÉ o 
economista tunisiano Saïd Kechida. “Na América Latina também há pobreza e
 alguns países têm democracias frágeis, mas você não vê revolta porque 
as pessoas não têm medo de expressar suas ideias sob o risco de serem 
presas ou mortas”, concorda o analista iraniano Meir Javedanfar. 
Enquanto a população anseia por uma vida melhor, os déspotas já vinham 
ensaiando uma sucessão geracional. No Egito, Hosni Mubarak se preparava 
para passar o poder ao filho Gamal, enquanto na Líbia os filhos de 
Kadafi travavam uma disputa para suceder o pai. Marrocos e Síria, que 
fizeram essa transição em 1999 e 2000, respectivamente, parecem ter 
agora mais margem de manobra para reagir às pressões populares. Mas não 
estão livres de pressões. Porém, isso não significa muita coisa. “Nenhum
 país árabe está ao abrigo dos movimentos de protesto, com suas 
reivindicações. Na verdade, o povo se sente lesado diante de poderes 
absolutos e da falta de liberdades mínimas”, avalia Riad Wahwaji, do 
Instituto de Análises Militares do Oriente Médio e do Golfo (Inegma).
Mas a derrubada desses regimes ditatoriais por si só não resolve o 
problema. O vácuo deixado por líderes que estão há tanto tempo no poder 
não é fácil de ser preenchido, já que a oposição também está dispersa, 
isso quando ainda existe depois de décadas de repressão. É grande, 
aliás, a chance de que as elites associadas aos antigos ditadores 
permaneçam no controle do Estado, como é possível perceber nos processos
 de transição na Tunísia e no Egito. Para o analista egípcio, Amr 
Hamzawy, “a renúncia de ditadores como Mubarak e Ben Ali é apenas o 
‘primeiro passo’ para o sucesso da revolução, que deve ser sucedido por 
uma reforma estrutural que pavimente o caminho para a democracia”. Uma 
coisa é certa: os árabes estão se acostumando com algo novo, e ainda 
terão que aprender a conviver com novas liberdades e lutar contra o 
veneno das religiões.
Certo também é que os interesses americanos e europeus em petróleo e 
gás permanecerão inalterados, dada a sua dependência, seja qual for o 
regime. Mas o grau de imprevisibilidade agora é altíssimo. Se as 
ditaduras atuais pecaram pela abertura dos mercados ao capital e pela 
corrupção, não é difícil imaginar que ideários nacionalistas ressurjam 
com força. Uma unidade regional, no entanto, dependerá do alcance da 
revolução e a ideia de um pan-arabismo idealizado pelo antecessor de 
Mubarak no Egito, Gamal Nasser, não parece fazer a cabeça da nova 
geração. “Acho que será mais uma questão de encontrar um caminho 
pragmático e equilibrado para lidar com os interesses nacionais ao 
patrocinar os interesses-chaves do mundo árabe”, avalia o tunisiano Saïd
 Kechida. Daí a preocupação no governo de Israel, que teme o isolamento 
com a eventual vitória de forças políticas muçulmanas em futuras 
eleições. Tel-Aviv tinha no governo de Hosni Mubarak seu grande aliado 
na região. “A revolução no Egito destrói a tranquilidade estratégica de 
Israel no Oriente Médio”, afirma Itamar Eichner. No sentido inverso, o 
Irã de Ahmadinejad poderá se beneficiar dessa nova conjuntura. “Os 
ex-amigos dos Estados Unidos e de Israel podem virar amigos do Irã, a 
menos que o espírito revolucionário ponha em xeque a república 
islâmica”, diz o analista iraniano Meir Javedanfar.

RECUO
Após violenta repressão, governo
do Barhein liberta presos políticos
Até agora as grandes potências ocidentais estão acompanhando de longe
 os acontecimentos na região. Por mais que os ditadores tentem fazer 
crer que os levantes foram orquestrados por forças externas, são poucos 
os indícios de uma ação direta das agências de inteligência dos Estados 
Unidos ou de países europeus no fomento às revoltas. Na verdade, a 
explosão popular no norte da África e no Oriente Médio parece ter pego 
de surpresa o mundo ocidental. Só na sexta-feira 25, Estados Unidos e 
União Europeia deram sinais de que pretendiam abandonar a retórica e 
partir para ações concretas na tentativa de minimizar o banho de sangue 
que vem manchando as ruas das principais cidades líbias. Com boa parte 
dos seus cidadãos já evacuados do caos que toma conta do país, Estados 
Unidos e Inglaterra começaram a considerar a possibilidade de criar uma 
zona de exclusão aérea na Líbia para impedir novos ataques com aviões 
militares contra cidadãos desarmados e tentar conter a entrada de 
milhares de mercenários de países vizinhos contratados por Kadafi.

FUGA
Milhares de estrangeiros tentam desesperadamente deixar a Líbia
Assim como a condescendência ocidental com os abusos de ditadores 
como Kadafi foi longa demais, a demora por ações concretas contra o 
massacre do povo líbio parece também ter sido demasiada. Na tarde da 
sexta-feira a Líbia já se encontrava praticamente em estado de sangrenta
 guerra civil. Sem controle de uma vasta porção oriental do país e 
perdendo espaço no oeste de Trípoli, Kadafi parecia não mostrar nenhum 
tipo de limite para manter o controle de sua capital. Com mercenários 
trazidos dos vizinhos Chad, Sudão e Níger, instalou um regime de terror 
em Trípoli. Quem saísse às ruas era morto pelos milicianos leais ao 
ditador. Na sexta-feira, logo após as orações, manifestantes tentaram 
reunir-se na entrada das principais mesquitas da cidade, mas foram 
brutalmente atacados. O mesmo aconteceu nos dias anteriores em cidades 
próximas à capital, quando novos ataques aéreos foram registrados. 
Enquanto isso, parte das Forças Armadas se juntou ao povo e começava a 
armar populares para tentar tomar a capital no fim de semana. Poucos 
duvidam que Kadafi sucumbirá, mas dificilmente isso ocorrerá sem a morte
 de milhares de pessoas. Assim como o ditador se transformou num símbolo
 da opressão dos líderes árabes a seu povo, o banho de sangue que 
marcará sua queda será também um símbolo da reticência da comunidade 
internacional em agir contra déspotas que não se importam em perpetrar 
crimes contra a humanidade para manter a todo custo o poder.
 
 

Colaboraram: Bruna Cavalcanti e Rafael Teixeira
http://www.istoe.com.br/reportagens/
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A QUESTÃO CONCEITUALNeste
 trabalho apresentamos uma sistematização a respeito da trajetória 
conceitual da Educação Ambiental procurando demonstrar os vários 
sentidos atribuídos no decorrer do debate, explicitando suas relações 
com as mentalidades e o pensamento numa perspectiva histórica.
Introdução
  
  
O
  ser humano, historicamente, em função de sua sobrevivência precisou
  transferir matéria e energia do ambiente natural para a sua vida diária.
  Entretanto, o acelerado processo de sua ação devastadora em relação a
  estes hábitos, vem suscitando questionamentos uma vez que coloca em risco o
  futuro do planeta e de sua própria espécie. A esse respeito, vale registrar
  o alerta da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente da ONU (1992):
  
  
Muitos
  dos atuais esforços para manter o progresso humano, para atender as
  necessidades humanas, e para realizar as ambições humanas são simplesmente
  insustentáveis - tanto nas nações ricas como nas pobres. Elas retiram
  demais, e a um ritmo acelerado demais, de uma conta de recursos ambientais já
  a descoberto, e no futuro não poderão esperar outra coisa que não a insolvência
  dessa conta.
As
  discussões por ocasião dos quinhentos anos de Brasil, remetem ao debate de
  que entre os ganhos há também conseqüências, provenientes deste processo.
  Uma delas é o modelo de desenvolvimento econômico baseado na monocultura agrícola
  com a exploração até o esgotamento dos recursos naturais.
  
  
Entretanto
  um longo caminho foi percorrido até chegar a essa mudança de mentalidade, ou
  seja, a gênese da preocupação ecológica conforme aponta Thomas Keith -
  pensador inglês, professor da Universidade de Oxford, em seu livro O
  mundo natural: mudanças de atitude em relação às plantas e aos animais,
  (1988) como discutiremos mais adiante. 
  
  
Em
  função desse problema identificado como crise ambiental decorre a inserção
  da Educação Ambiental percebida como uma das importantes estratégias na
  construção de uma nova mentalidade e um novo modelo de desenvolvimento com
  utilização sustentada dos recursos naturais, levando em conta no seu
  processo à concepção de crescimento com equidade social e equilíbrio ecológico.
  
  
É
  possível observar que a educação está sendo chamada a desempenhar papéis
  paradoxais, uma vez que ora é interpretada como agência portadora dos
  valores da classe dominante no sentido de ajustar o indivíduo à sociedade,
  por outro lado, deve também instrumentá-lo para criticar esta mesma
  sociedade. 
  
  
Daí
  vê-se claramente que a ação educativa tende a operar concomitantemente em
  dois níveis: em nível individual, na medida em que orienta o uso 
  do meio e em nível societário, criando uma consciência crítica,
  capaz de lutar pela racionalização na utilização dos recursos naturais, do
  meio como um todo e, sobretudo, de apontar as distorções dos sistemas em
  relação ao ambiente.
  
  
 As
  preocupações com a Educação Ambiental para a maioria dos autores
  mencionados neste estudo datam da década de 1970. Desde então seu conceito
  tem evoluído sempre vinculado ao do Meio Ambiente. A esse respeito, uma das
  concepções adotadas, apresenta o entendimento de que, como a Educação
  Ambiental tem sido praticada a partir da compreensão que se tem do meio
  ambiente, esse processo pode acontecer de duas maneiras: através do conceito
  científico, cujo entendimento é universal explicitando o consenso acerca um
  determinado conhecimento para a comunidade científica ou por meio das
  representações sociais, ou seja, a forma como os conceitos científicos são
  percebidos e internalizados pelos indivíduos no seu cotidiano. (REIGOTA,
  1994).
  
  
O
  autor após relacionar vários conceitos de Meio Ambiente, avalia a
  precariedade destes, uma vez que não apontam para um consenso, o que o leva a
  optar pelas representações sociais, embora chegue a definir o meio ambiente
  como:
  
  
O
  lugar determinado, onde os elementos naturais e sociais estão em relações
  dinâmicas e em interação. Estas relações implicam processos de criação
  cultural e tecnológica e processos históricos e sociais de transformação
  do meio natural e construído.             
  
  
                                                
  (REIGOTA, 1994, p. 14).
  
  
Outro
  conceito de Meio Ambiente, ao nosso ver explicativo e abrangente é o do Guia
  do Meio Ambiente que afirma:
  
  
Os
  seres vivos, em geral, não subsistem sem uma série de condições e substâncias
  que proporcionam sua sobrevivência e seu desenvolvimento. Tudo que cerca o
  ser vivo, que o influencia e que é indispensável à sua sustentação
  constitui o meio ambiente. Estas condições incluem o solo, o clima, os
  recursos hídricos, o ar, os nutrientes e os outros organismos. Em 1975, na
  Conferência Internacional sobre Educação Ambiental em Tibilísi, Geórgia,
  o meio ambiente foi definido não só como meio físico e biológico, mas também
  como meio sócio-cultural e sua relação com os modelos de desenvolvimento
  adotados pelo homem.                
   
  
  
                                                   
  (ROCHA, 1992, p. 84). 
  
  
As
  relações entre Meio Ambiente e Educação Ambiental perduram até nos
  estudos mais atuais. Os antecedentes históricos da Educação Ambiental dão
  conta de que a chamada crise ambiental
  desencadeou o processo de ecologização na sociedade, ampliando um universo
  antes restrito aos apreciadores da natureza. 
  
  
A
  idéia romântica que alimenta a possibilidade da existência de práticas
  voltadas ao que atualmente entendemos como Educação Ambiental nas sociedades
  pré-capitalistas, como a compreensão de que as pessoas mantinham uma relação
  mais harmoniosa com a natureza, é veemente combatida por THOMAS (1988), que
  apresenta questionamentos instigantes do tipo: Como
  foi vivida a natureza nos trezentos anos que inauguram a modernidade?
  Nessa reflexão, ele elabora os argumentos necessários que afastam a hipótese
  de uma relação harmoniosa entre ser humano e natureza precisamente no período
  anterior à Revolução Industrial. Para ele, a conscientização vem
  paradoxalmente com a destruição, aspecto central de seu trabalho que analisa
  como a humanidade passa do estágio da violência à natureza, pela simpatia e
  proteção, traduzidos no fragmento:
  
  
Há
  apenas poucos séculos atrás, a mera idéia de resistir à agricultura, ao
  invés de estimulá-la, pareceria ininteligível. Como teria progredido a
  civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo do solo e a conversão da
  paisagem agreste em terra colonizada pelo homem? Os reis e grandes proprietários
  podiam reservar florestas e parques para caça e extração de madeira, mas na
  Inglaterra Tudor a preservação artificial de cumes incultos teria parecido tão
  absurda como a criação de santuários para pássaros e animais selvagens que
  não podiam ser comidos ou caçados. A tarefa do homem, nas palavras do Gênesis
  (I, 28), era “encher a terra e submetê-la": derrubar matas, lavrar o
  solo, eliminar predadores, matar insetos nocivos, arrancar fetos, drenar pântanos.
  A agricultura estava para a terra como o cozimento para a carne crua.
  Convertia natureza em cultura. Terra não cultivada significava homens
  incultos.
  
  
                                                 
   (THOMAS, 1988, p. 17)
  
  
Nesse
  debate, é importante ressaltar os estudos que demonstram uma postura mais
  adequada nas relações do ser humano com a natureza, possivelmente não da
  maioria urbanizada, mas das populações tradicionais: E
  quando os ingleses seicentistas mudaram-se para Massachusetts, parte de sua
  argumentação em defesa da ocupação dos territórios indígenas foi que
  aqueles que por si mesmos não submetiam e cultivavam a terra não tinham o
  direito de impedir que outros o fizessem (THOMAS, 1988, p. 17).
Outros
  estudos privilegiam investigações neste sentido quando buscam as prováveis
  razões – construídas principalmente nos relatos dos viajantes europeus por
  ocasião de suas incursões pela Amazônia - de se atribuir aos considerados
  nativos, primitivos, selvagens e atualmente classificados como Povos da
  Floresta, particularmente o caboclo amazônida o adjetivo de preguiçoso
  (GONDIM, 1994).
A
  idéia da sustentabilidade na concepção e prática das populações
  tradicionais pode ser compreendida se percebermos o tempo em que estes vêm se
  relacionando com a natureza e a forma como desenvolvem esta relação. Sem
  compreender qual é a lógica que opera no seu meio, corremos o risco de
  produzir interpretações estereotipadas, semelhantes àquelas presentes nos
  relatos fantásticos dos cronistas viajantes e também na literatura
  brasileira.
O
  homem e a mulher da Amazônia são apresentados de uma forma extremamente
  preconceituosa – pessoas acomodadas, preguiçosas, inconstantes,
  despreocupadas, desleixadas, etc, características ocasionadas, no dizer de
  LOUREIRO (1995) pelo determinismo climático
  e pelas teorias raciais; portanto nesta visão discriminada as populações
  tradicionais são consideradas incapazes de assimilar os padrões da
  modernidade.
E
  como a temática ambiental disputa um espaço no currículo escolar?
  Inicialmente, os sistemas de ensino incorporaram em seus programas, objetivos
  e conteúdos, relacionados ao Meio Ambiente considerando apenas os aspectos
  biológicos e geográficos, não levando em conta a contribuição das ciências
  sociais na perspectiva e compreensão do conceito de ecossistema (DIAS, 1993).
  
  
O
  termo Educação Ambiental ou environmental
  education, foi lançado em 1965, na Inglaterra, numa Conferência de Educação
  que aconteceu na Universidade de Keele, mas já existia a expressão
  "estudos ambientais" no vocabulário dos professores da Grã-Bretanha
  (BOTELHO, 1998). 
  
  
Em
  1968, em Leicester - Grã-Bretanha, foi recomendado a fundação da Sociedade
  para a Educação Ambiental. A Educação Ambiental foi definida como um
  programa de educação que deveria objetivar a formação de cidadãos sob
  cujos conhecimentos acerca do ambiente biofísico e problemas associados,
  pudessem alertá-los e habilitá-los a resolver.
  
  
Para
  DIAS (1994), a Educação Ambiental representa um processo no qual deveria
  ocorrer num desenvolvimento progressivo de um senso de preocupação com o
  Meio Ambiente baseado em um completo e sensível entendimento das relações
  do ser humano com o Meio Ambiente.
  
  
Na
  Conferência de Tbilisi, Geórgia, em 1977, a Educação Ambiental foi
  definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática de educação
  orientada para a resolução dos problemas concretos do Meio Ambiente através
  de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável,
  de cada indivíduo e da coletividade, definição adotada pelo Brasil e a
  maioria dos países. 
  
  
Neste
  contexto, é introduzido o caráter interdisciplinar como estratégia para se
  alcançar os objetivos da Educação Ambiental conforme a Recomendação nº
  1, letra "b":
  
  
O
  resultado de uma reorientação e articulação de diversas disciplinas e
  experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio
  ambiente tornando possível uma ação mais racional e capaz de responder às
  necessidades sociais (DIAS, 1994).
  
  
Para
  o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, no Brasil, em seus documentos,
  a Educação Ambiental é um processo de formação e informação, orientado
  para o desenvolvimento da consciência crítica sob as questões ambientais e
  de atividades que levem a participação das comunidades na presença do equilíbrio
  ambiental (DIAS, 1994).
  
  
Em
  1988 e 1989 no Programa Nossa Natureza, do Ministério do Meio Ambiente, a
  Educação Ambiental é apresentada como:
  
  
O
  conjunto de ações educativas voltadas para a compreensão da dinâmica dos
  ecossistemas, considerando os efeitos da relação do homem com o meio, a
  determinação social, a evolução histórica dessa relação.
                                                       
  (DIAS, 1994, p. 23)
Segundo
  AB'SABER (1996, p. 47), a Educação Ambiental é
  o conhecimento da estrutura, da composição e da funcionalidade da natureza,
  das interferências que o homem produziu sobre esta estrutura, esta composição
  e esta funcionalidade 
  
  
Já
  o entendimento de GUIMARÃES (2000, p. 31) sobre a definição da Educação
  Ambiental é no sentido de que esta aponta para
  as transformações da sociedade em direção a novos paradigmas de justiça
  social e qualidade ambiental.
  
  
REIGOTA
  (1999), referenda o conceito adotado pela Organização das Nações Unidas
  para a Educação, Ciência e Cultura - UNESCO, de 1975, divulgado na Carta de
  Belgrado, Iugoslávia, resultado do encontro nesta localidade, que antecipava
  a necessidade de se avançar mais, onde explicitava que:
  
  
...
  devem ser lançadas bases para um programa mundial de educação ambiental que
  possa tornar possível o desenvolvimento de novos conhecimentos e habilidades,
  valores e atitudes, visando a melhoria da qualidade ambiental 
  e, efetivamente, a  elevação
  da qualidade de vida para as gerações futuras. 
  
  
                                                    
  (REIGOTA, 1994, 18).
  
  
 No
  Brasil, a Lei nº 9795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui
  a Política Nacional de Educação Ambiental, estabelece o conceito de Educação
  Ambiental a partir dos processos por
  meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
  conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação
  do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de
  vida e sua sustentabilidade (BRASIL, Diário Oficial da União, 28 de
  abril de 1999).
  
  
Embora
  existam vários conceitos de Educação Ambiental, percebemos que há mais
  pontos comuns que divergentes, considerando todos aqueles que tomamos
  conhecimento tanto em nosso cotidiano na escola, como no exercício da
  pesquisa que ora se realiza. 
  
  
Há
  autores que, como PEDRINI (1999) avaliam que a Educação Ambiental não tem
  clareza conceitual uma vez que não dispõe de objetivos, métodos de ação e
  avaliação mais definidos, questões observadas nas várias práticas
  ambientais consideradas equivocadas ou ainda em função da utilização de
  livros didáticos com orientações inconsistentes, onde o ser humano é visto
  como elemento separado da natureza, numa visão ingênua que não leva em
  conta os aspectos políticos, culturais e econômicos, outros afirmam que os
  conceitos referentes à Educação Ambiental apresentam uma
  cisão epistemológica: a científica, atendo-se a uma abordagem naturalista,
  e a cultural, limitando-se a uma abordagem individualista (PENTEADO, 1997,
  p. 27)
  
  
O
  documento elaborado pela Secretaria de Estado da Educação do Estado de Rondônia
  – SEDUC, Proposta de Educação
  Ambiental para o Sistema Público de Rondônia (1995), apresenta uma
  previsão de atividades a serem desenvolvidas na gestão do governo Raupp
  relativas a Educação Ambiental, assinalando que:
  
  
A
  Educação Ambiental se concebe como um processo permanente onde indivíduos
  tomam consciência de seu meio e adquirem os conhecimentos, os valores, as
  competências, a experiência e também a capacidade de fazê-los atuar,
  individual e coletivamente para resolver os problemas atuais e futuros do meio
  ambiente. 
  
  
Ao
  nosso ver, a Educação Ambiental enquanto conhecimento sistematizado
  encontra-se em franco processo de construção de suas bases teóricas e
  conceituais uma vez que reflete o que acumulamos e aprendemos de forma muitas
  vezes não-linear e contraditória. Essas aprendizagens que avaliamos como
  insuficientes, evidenciam a necessidade de avançarmos cada vez mais no
  sentido de aproximar nossas reflexões a práticas e atitudes mais
  consistentes e efetivamente emancipadoras, bem como aos desejos de mudanças
  que alimentam nossa capacidade de responder aos desafios postos. 
  
  
É
  importante levar em conta também aspectos processuais, que os tempos de
  aprendizagem de temáticas como essa não operam com a tradicional lógica
  sustentada nos eixos repetição e
  memorização, a mobilização da compreensão aliada à pedagogia
  do exemplo pode apontar possíveis rumos neste percurso. A Educação
  Ambiental - do ponto de vista histórico, vem sendo pensada e vivenciada há
  pouco tempo, sendo assim, entendemos e identificamos este quadro como Educação
  Ambiental: conceito em construção,
  que se viabiliza no âmbito da caminhada das lutas protagonizadas pelos
  movimentos sociais, problematizando a parte que lhe cabe: a produção de uma
  práxis educativa ambiental radicalmente transformadora.
  
  
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[1]
      Mestra em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Psicopedagoga e
      Professora da Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná
      em Rondônia – Brasil. shiva@enter-net.com.br
 
