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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Entendendo o efeito estufa,

Entendendo o efeito estufa

Eliana Morais de Abreu - 25/01/2010

Msc. em meio ambiente e servidora da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí.

A atmosfera terrestre é formada por uma película de gases naturais que permite a passagem da radiação solar, e absorve grande parte do calor emitido pela superfície aquecida da Terra, formando assim, o efeito estufa natural, fenômeno de essencial importância para a manutenção da vida na biosfera.

Os gases da atmosfera, inclusive o dióxido de carbono (CO2), agem como uma membrana protetora que impede que o calor absorvido da irradiação solar escape para o espaço exterior, mantendo um estado de equilíbrio térmico sobre a superfície terrestre durante o dia e a noite.

Embora a quantidade de CO2 que existe permanentemente na atmosfera seja relativamente pequena, ela é muito importante para manter a temperatura da superfície terrestre constante, via efeito estufa. Porém, este fenômeno é garantido tanto pela presença do CO2, como pelo vapor de água e de outros gases que mantém a Terra aquecida, de modo a propiciar condições favoráveis para a continuidade da vida.

Por analogia, vamos entender o mecanismo do efeito estufa. Considere um carro exposto ao sol com os vidros fechados. O vidro ao permitir a passagem da luz do Sol, vai acumulando calor no interior do carro, que fica cada vez mais quente, formando uma estufa. Assim, pelos princípios da física, quanto maior for a concentração de gases, maior será o aprisionamento do calor. Portanto, mais alta será a temperatura.

Assim também funciona o efeito estufa natural. Ali, os gases naturais, incluindo o CO2, se acumulam na atmosfera agindo como um obstáculo que impede o calor proveniente do Sol de sair da atmosfera. Com isso, a temperatura do globo terrestre se mantém constante, favorecendo a existência das diversas formas de vida. Por ser um processo natural e equilibrado, sua ação é bastante benéfica ao meio ambiente.

Por outro lado, a liberação na atmosfera de outros gases como metano, óxido nitroso e clorofluorcarbonos, de forma contínua e excessiva, provoca o efeito estufa maléfico. O aumento da concentração desses gases de efeito estufa na atmosfera funciona como um isolante por absorver uma parte da energia irradiada pela Terra. Dessa forma, mais calor fica retido na atmosfera e o planeta se torna cada vez mais quente, reduzindo as possibilidades de sobrevivência de muitas espécies.

Apesar dos clorofluorcarbonos, em passado recente, terem sido utilizados largamente na indústria, o Protocolo de Montreal, em vigor desde 1989, proíbe terminantemente a utilização destes gases, visto que eles contribuíram para agravar o efeito estufa e provocar a destruição da camada de ozônio que protege a Terra contra os raios nocivos do sol. Mesmo assim, atividades como a indústria, a agricultura e os transportes públicos continuam liberando os gases de efeito estufa para a atmosfera.

Estudos comprovam a queima de combustíveis fósseis aliada ao desmatamento, ao longo dos últimos cem anos, intensificaram a concentração de CO2 na atmosfera com reflexos no aumento da temperatura da terra. Nesta perspectiva, o aquecimento crescente da superfície terrestre vem alterando o clima, resultando em freqüentes ondas de calor e enchentes, no avanço do mar sobre o continente, na perda de habitats e da biodiversidade. Além disso, produção agrícola e as reservas de água poderão ser afetadas, com sérias ameaças à saúde humana devido à desnutrição e epidemias.

Para combater a intensificação do efeito estufa, em 1997 foi ratificado o Protocolo de Kyoto, um tratado internacional em vigor desde 2005, que estabelece compromissos para a redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa. Muitos países, inclusive o Brasil, já ratificaram este tratado. Entretanto, os Estados Unidos, maior emissor destes gases, ainda não ratificou.

Embora alguns países em desenvolvimento já utilizem tecnologias limpas e renováveis, a concentração dos gases estufa na atmosfera ainda é alarmante. Daí a urgente necessidade de se combater o efeito estufa por meio do uso sustentável de combustíveis alternativos, da reciclagem de materiais e da eficiência energética.