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ATUALIDADES:Um panorama das transformações em cadeia ; Rio de 10 em 10; ENSINO INTERATIVO ONLINE Que venha a revolução ; Artigo - Metas do Milênio: enormes desafios ; Força e vulnerabilidade da América ; Uma das características fundamentais do conhecimento contemporâneo é o seu utilitarismo.; Editorial - Ética e conhecimento ;Governo mexe na poupança Alteração entra em vigor dia 04.05.2012.. ; Brasil das Aves Workshop na Mata Atlântica por Zé Edu Camargo em 2 de abril de 2012 A grande tela da crise;A crise econômica e os dilemas da União Europeia; Titanic, a navegação e os relatórios de gelo por Dr.Paul Lee

 

 

Editorial
Rio de 10 em 10
Por Carlos Vogt
10/03/2012
Em julho de 1972, a Conferência de Estocolmo viria a acrescentar, definitivamente, às questões prioritárias discutidas pela ONU, criada em 1945, – a paz, os direitos humanos e o desenvolvimento com igualdade – o tema da segurança ecológica. Desse modo, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, mundialmente conhecida como Conferência de Estocolmo, passou a ser o marco de referência para as discussões sobre o que, na sequência, viria a constituir-se numa das questões mais complexas e mais cruciais da história recente da humanidade, ou seja, a questão do desenvolvimento sustentável.
Vários encontros e documentos foram produzidos no interregno de 20 anos entre a Conferência de Estocolmo e a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD/UCED), realizada no Rio de Janeiro, em junho de 1992, conhecida também por vários apelidos – Cúpula da Terra, Eco 92 –, sendo um deles – Rio 92 - o mais difundido e o que ficou como selo do encontro.
Nessa conferência tem origem o documento Agenda 21, aprovado e assinado por 179 nações presentes no encontro, objetivando fomentar em escala planetária, a partir do século XXI, um novo modelo de desenvolvimento desenvolvimento sustentável que modifique os padrões de consumo e produção de forma a reduzir as pressões ambientais e atender às necessidades básicas da humanidade, conciliando justiça social, eficiência econômica e equilíbrio ambiental. Ao mesmo tempo, e paralelamente, ocorreu, promovido por entidades da sociedade civil, o Fórum Global 92, do qual participaram cerca de 10 mil organizações não-governamentais (ONGs), e que, por sua vez, deu origem a outro importante documento – a Carta da Terra – para pautar, pelos olhos críticos e pelos interesses legítimos da cidadania, as ações globais dos governos e dos órgãos oficiais em prol do desenvolvimento sustentável.
Dez anos após a Rio 92, em 2002 as nações do globo realizaram a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, em Joanesburgo, África do Sul, também conhecida como Rio+10, estando programada para 2012 a Rio+20.
Vários outros eventos, acordos e compromissos de repercussão internacional vêm ocorrendo, reforçando criticamente a necessidade de medidas que avaliem a questão dos limites do crescimento e as consequências dos modelos concentradores de produção e riqueza vigentes, hoje, na economia globalizada.
O primeiro tratado global para redução de gases de efeito estufa – o Protocolo de Kyoto – foi assinado nessa cidade do Japão, em 1997, por 189 países que se comprometeram em reduzir a emissão desses gases que, segundo especialistas, provocam o aquecimento global com efeitos catastróficos para a humanidade. Mas os EUA, responsáveis por 36% das emissões de carbono, não assinaram o documento, levando consigo, para a mesma posição de intransigência econômica, países como o Canadá e a Austrália. Em compensação, o Japão, a Rússia e os 15 países que formam a União Europeia aderiram ao protocolo, dando medida de quanto é política, além de ética, a luta para a mudança na cultura de gestão do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável nos diferentes países do mundo e o quanto os interesses econômicos interferem na gestão dessas políticas.
Por decisão do então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, o Brasil aderiu ao protocolo, buscando contribuir para a alteração do modelo de desenvolvimento econômico em vigência no mundo, altamente predatório ao meio ambiente e à paz social, tão decantada retoricamente, e tão pouco praticada na efetividade da distribuição da riqueza e da justiça social. O protocolo entrou em vigor em fevereiro de 2005.
O Fundo Verde Climático foi aprovado na 16ª Conferência do Clima da ONU (COP-16), realizada em novembro de 2010, em Cancun, México, quando os países desenvolvidos se comprometeram a colocar US$100 bilhões até 2020 em um fundo para custear ações de corte de emissões e de adaptação às mudanças climáticas. Em dezembro de 2011, 200 países reunidos na 17ª COP, em Durban, aprovaram um pacote que prorroga o Protocolo de Kyoto, viabiliza o Fundo Verde Climático e cria um cenário de um acordo global com metas obrigatórias de redução de emissão de gases-estufa para todos os países, inclusive Estados Unidos e China que assumiram compromissos de corte das emissões de CO2. O encerramento da primeira parte do Protocolo de Kyoto continua previsto para dezembro de 2012, iniciando-se, então, uma nova etapa com conclusão prevista para 2017 ou 2020. Nas conferências dos próximos anos deverão ser definidos detalhes e datas e espera-se a adesão de Japão, Canadá e Rússia que decidiram não participar da segunda fase do protocolo.
Nessa trajetória, merece destaque, também, o Fórum Mundial Social – um espaço organizado por entidades e movimentos de vários continentes que, tendo um caráter não governamental e não partidário, discute alternativas de transformação social global, resumidas no slogan "Um outro mundo é possível". O Fórum foi realizado em Porto Alegre em suas três primeiras edições (2001, 2002 e 2003) e anualmente em outros países, como Índia, Mali, Quênia e Senegal. Em 2012, o Fórum é, novamente, realizado em Porto Alegre.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontecerá no Brasil, de 20 a 22 de junho de 2012, deverá manter, atualizar e incentivar as propostas de ações que levem a um mundo mais decente e seguro, com a promoção de mais empregos, maior prosperidade, menos pobreza e menor comprometimento do meio ambiente nos processos de produção e consumo numa economia que possa, nesse sentido, ser cada vez mais verde.

 

 

 

 

Resenhas
Que fim terá o "Antropoceno"?
Dois livros de 2011 jogam um olhar sobre a história da Terra e da vida que nela habita, com um alerta sobre a crescente redução do gelo e da biodiversidade
Por Rodrigo Cunha
10/03/2012
O mundo que habitamos hoje já foi bastante inóspito no passado e sofreu mudanças significativas ao longo de seus bilhões de anos de existência – uma escala de tempo nada fácil de imaginar. Entre idas e vindas, o planeta já foi diversas vezes coberto de gelo e já foi até mais quente do que nos dias atuais em que o aquecimento global permanece nas pautas de discussão, tanto no meio científico quanto político. A vida encontrou aqui condições favoráveis para florescer e se diversificar extraordinariamente ao longo do tempo. Algumas formas de vida resistiram às inúmeras catástrofes naturais, enquanto outras se extinguiram. Mas as mudanças na Terra nunca tiveram um ritmo tão acelerado quanto no período mais recente de sua história, chamado por alguns cientistas de “Antropoceno”, para caracterizar uma era geológica dominada pela ação do homem.
Esse olhar para o passado geológico do planeta e para as atuais mudanças no clima e suas consequências para a vida são pontos em comum de duas publicações lançadas no Brasil em 2011, às vésperas da reedição do encontro global que o Rio de Janeiro sediou há duas décadas, colocando definitivamente em destaque as questões ambientais. Uma delas é Biodiversidade em questão, de Henrique Lins de Barros, voltada para o público infanto-juvenil. A outra é Um mundo sem gelo, de Henry Pollack, que já havia saído nos Estados Unidos em 2009 e cuja tradução chega agora ao Brasil. Da Eco 92 para cá, não só as discussões sobre o ambiente cresceram em peso e relevância como tornaram-se temas da moda, seja biodiversidade ou mudanças climáticas. Ante tudo o que já foi dito nesses últimos 20 anos, o que esses dois livros teriam como diferencial?
Um deles é a inusitada área de atuação de seus autores – do ponto de vista de um leigo, evidentemente. Barros encarou como um desafio a encomenda que recebeu de Nísia Trindade de Lima, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para escrever sobre biodiversidade. Ele é físico e sua especialidade é a biofísica de bactérias magnéticas. E é falando de seus estudos sobre esses estranhos seres que ele abre sua narrativa sobre a diversidade da vida na Terra. O resultado, lançado em parceria entre a Editora Fiocruz e a Claro Enigma – braço da Companhia das Letras voltado para publicações paradidáticas –, é um livro de fácil leitura, que resume a saga da vida de forma atraente para o público infanto-juvenil.
Ao descrever os aquários de seu laboratório de pesquisa, com águas coletadas de lagoas do Rio de Janeiro, Barros sinaliza qual será o fio condutor de sua narrativa: em alguns, a vida se adapta às novas condições; em outros, a vida surge surpreendentemente de uma água suja, que aos poucos vai se limpando naturalmente; mas há aqueles em que a água está tão poluída que não há como uma forma de vida se manter ali. Em seu breve resumo da história geológica da Terra, ele faz menção às eras glaciais, a erupções vulcânicas, e ao impacto de grandes asteroides para falar em vidas que se extinguiram e em outras que resistiram às catástrofes naturais e se adaptaram a condições extremas.
Do início ao fim do livro, Barros faz menção ao período mais recente, em termos geológicos, relativo à expansão do homem na Terra e ao aumento vertiginoso do uso dos recursos naturais para atender à demanda da crescente população humana. Boa parte do que ele aponta já é algo bastante explorado na mídia e até mesmo nas escolas, por estar ligado a outro tema da moda, a sustentabilidade. Mas há episódios interessantes em sua narrativa, como a preocupação com o reflorestamento, muito anterior à Eco 92, no reinado de Pedro II, para resolver o problema da qualidade da água para abastecer a crescente população da capital do Império. O livro é uma boa dica para o público jovem.
Um mundo sem gelo, por sua vez, foi escrito por um professor de geofísica da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, especializado em estudar as temperaturas do solo tanto nos continentes terrestres, quanto nos glaciais. Pollack integrou o time de cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que dividiu o Prêmio Nobel da Paz de 2007 com Al Gore, o ex-vice-presidente norte-americano e autor do documentário sobre o aquecimento global: Uma verdade inconveniente. Al Gore, que assina a apresentação do livro, tem um projeto para disseminação das ideias relativas às mudanças climáticas, do qual Pollack participou como professor para treinar disseminadores voluntários, como aposentados, estudantes e donas de casa.
Seu livro, que conta uma história geológica da Terra bem mais detalhada que a de Barros, também narra as dificuldades encontradas pelos navegadores até a recente conquista dos continentes glaciais. Nesses trechos, a narrativa tem o sabor das aventuras de viagem e Pollack revela um talento surpreendente como contador de histórias e a sensibilidade de um apaixonado na descrição do cenário do continente antártico. Em outros trechos, a leitura se torna um tanto densa, com informações geológicas que não dispensam o vocabulário técnico, mas que não chegam a comprometer o interesse do leitor pela saga do personagem principal da narrativa, o gelo.
Pollack faz menção aos céticos que questionam o aquecimento global ou que o admitem, mas negam que ele seja devido às ações humanas. Nos momentos em que Pollack interrompe a narrativa para comentar esse debate, seus argumentos são simples e convincentes. Um deles é que certamente ocorreram fenômenos como os incêndios florestais causados por quedas de raios, antes de o homem aparecer na Terra; mas a ação antrópica em sua expansão pelo mundo superou as causas naturais de desflorestamentos. Outro argumento simples diz respeito ao ritmo de aquecimento ser maior no período mais recente, levando-se em conta os ciclos naturais de esfriamento e aquecimento da Terra: o crescimento da população e da demanda por energia no último século foi exponencial, e o aumento da queima de combustíveis fósseis acelerou o aquecimento global. Como diz Pollack, a ação individual de cada um de nós pode parecer inútil diante de um problema tão grande e inexoravelmente consumado, mas basta multiplicar pelos bilhões de humanos do planeta para ver que fará diferença. 



Um mundo sem gelo
Autor: Henry Pollack

Editora: Rosari
Nº de páginas: 255 

http://www.labjor.unicamp.br/comciencia/img/rio+20/resenha/livro_mundo.jpg





Biodiversidade em questão
Autor: Henrique Lins de Barros
Editoras: Claro Enigma e Fiocruz
Nº de páginas: 9
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Um panorama das transformações em cadeia
Por Daniel Blasioli Dentillo
10/03/2012

Após 20 anos da realização da Rio 92, ou às vésperas da Rio+20, o cenário da preservação ambiental não parece muito animador, seja ao constatarmos a persistência ou agravamento de problemas, ou ao notarmos que as soluções são, em geral, marcadas pelos mais diversos tipos de dilemas.

Dados do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos e do Banco Mundial indicam que, anualmente, as populações humanas crescem à taxa de 1,3%. Atingimos em 2011 a marca de 7 bilhões de habitantes no globo, a maioria buscando morar nas cidades, responsáveis por 75% do consumo de energia do mundo e pela emissão de 80% de dióxido de carbono, CO2. O aumento do número de megacidades (conglomerados com mais de 10 milhões de habitantes) em 110%, de 1990 a 2010, também é um indicativo do maior número de pessoas em áreas urbanas. Segundo a ONU, o aumento populacional nessas áreas produz problemas estruturais e impactos ao ambiente que acabam influenciando negativamente a qualidade de vida dos moradores, como concentração de lixo, disponibilidade de água e poluição do ar, e ainda aumentam a probabilidade de desastres naturais, tais como inundações e deslizamentos de terra. De acordo o Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, de 1992 até hoje o número de desastres naturais dobrou (de 200 para 400) e, em 2010, grande parte deles foram atribuídos a danos ambientais, como mudanças de temperatura e degradação de ecossistemas, consequências típicas da vida urbana.

À medida que as sociedades crescem, a demanda por materiais básicos também aumenta, uma vez que são necessárias novas moradias, mais alimento, ou melhorias no transporte, dentre outros. Uma análise realizada entre os anos de 1992 e 2005 mostrou que a demanda por combustíveis fósseis e minérios para a construção e indústria aumentou 41%. A produção de cimento, essencial para as obras de construção, cresceu 230% de 1992 a 2008, conforme o Centro de Análises de Informação sobre Dióxido de Carbono (CDIAC). Embora útil, o cimento, ao ser produzido, é uma das principais fontes de CO2 e outros gases, contribuindo generosamente para o aumento da temperatura da Terra, que segundo o Laboratório de Pesquisas de Sistema da Terra (ESRL), subiu em média 0,4 o C, de 1992 a 2010.

O aquecimento global contribui para efeitos adversos em todos os cantos do planeta, como por exemplo, o derretimento de geleiras (perda de 0,7m da camada de gelo, de 2002 a 2007), que, de acordo com o Serviço Mundial de Monitoramento de Geleiras não só influencia as correntes marítimas como traz alterações para a vida de pessoas que dependem desse suprimento de água nas estações de seca. Outro exemplo, é o aquecimento do mar (passou de 0,22 para 0,5 o C), que, somado à ação direta do CO2, provoca modificações sensíveis nos organismos aquáticos, como alteração da constituição física, especialmente os corais, e também a desregulação da cadeia alimentar marítima, acarretando potenciais danos à pesca. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que a depleção dos estoques mundiais de peixes atinja 500 milhões de pessoas mundo afora, desde os que trabalham com aquicultura até aqueles que necessitam dessas espécies para subsistência.

Para agravar o problema, um atenuante das elevações de temperatura está sendo gravemente atacado: as florestas, que perfazem 30% da cobertura vegetal terrestre. De acordo com a FAO, de 1990 para cá, perdemos 300 milhões de hectares de área florestal e milhões de florestas tropicais são eliminadas anualmente para dar lugar à agricultura e pastagens, ou são degradadas para extração ilegal de madeira. Esse revés acarreta, além do aquecimento, efeitos adversos para a manutenção da biodiversidade mundial, que, segundo dados da rede internacional World Wildlife Fund (WWF) e da Sociedade de Zoologia de Londres declinou 12%, sendo que a cada ano 52 espécies de vertebrados entram na lista vermelha (a Red List), ou seja, aproximam-se de serem exterminados da natureza. Uma investigação ("The impact of conservation on the status of the world's vertebrates"; Science, 330, 1503-9) revelou que um quinto dos vertebrados existentes já está enquadrado na categoria "ameaçados de extinção" (13% aves e 41% anfíbios).

Cláudio Maretti, líder da Iniciativa Amazônia Viva da rede WWF-Brasil avalia que ainda que as taxas de reflorestamento venham melhorando (aumento de 4,6 milhões de hectares por ano, conforme a FAO), e o "desmatamento esteja sendo reduzido, estimulado por países como o Brasil, ainda há muito a ser feito".

Algumas soluções e muitos dilemas

Apesar da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima ter inspirado as diretrizes do Protocolo de Quioto, que visa a redução da emissão de gases de efeito estufa (GEEs), a IEA informou que em 2010 as emissões de CO2, principal responsável pela intensificação do efeito estufa, alcançaram a casa dos 30,6 bilhões de toneladas, 39% maior que as emissões geradas em 1992 (22 bilhões). E o vilão central da geração de CO2 e demais GEEs, que continuam em níveis elevados, ainda é a utilização dos combustíveis fósseis. "Óleo, carvão e gás são os principais geradores de energia elétrica e hoje em dia é totalmente impensável a eliminação do uso desses três elementos; o que podemos fazer é aprender a usá-los com maior eficiência", alerta Luiz Pinguelli Rosa, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ).

Celso Eduardo Lins de Oliveira, engenheiro agrícola da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e especialista em fontes renováveis de energia e eficiência energética, aponta algumas questões que entravam esse cenário: "falar sobre petróleo é mexer com as indústrias que movimentam a maior parte da economia mundial e, além disso, o impacto da substituição da matriz energética mais usada não é simples, pois requer mudanças no modelo econômico que hoje está estabelecido".

Na verdade, dentre as saídas plausíveis para o emprego de fontes poluentes de energia estão as chamadas fontes renováveis, cujo potencial para produção de energia é praticamente inexaurível, e entre as quais estão as energias solar, a eólica e a hidráulica. Segundo a Rede de Políticas de Energia Renovável do Século XXI (REN21), em 2008, essas fontes correspondiam a 13% do total energético produzido mundialmente, passando a 16% em 2010. Nesse ano, os investimentos no setor totalizaram 211 bilhões de dólares, crescimento de 540% em relação a 2004 (aproximadamente 5,5 vezes maior, segundo a Blooberg New Energy Finance, multinacional dedicada a fontes sustentáveis de energia e a créditos de carbono). Além dessas, também têm servido como solução fontes menos poluentes como o etanol, o biodiesel, e o biogás. De 1992 a 2009, o uso dessas matrizes energéticas ampliou-se respectivamente em 2.300%, 300.000% e 1.200% (dados do IEA). Entretanto, a Unep adverte que biodiesel e álcool podem causar efeitos nocivos, menos pelo lançamento de GEEs, e mais pelo desmatamento dos locais que servem a plantações destinadas aos fins energéticos e pelos prejuízos para o mercado e consumo geral de espécies agrícolas.

A adoção de grandes hidrelétricas também é algo a se refletir, já que, "apesar de não gerarem GEEs, acabam destruindo grandes áreas naturais e impactando sociedades locais para sua construção, é só observar Belo Monte", analisa Maretti. O mesmo vale para as usinas nucleares, que alçaram pouco mais de 22% de aumento entre 1992 e meados de 2011 (uma média de quatro novos centros nucleares por ano, segundo dados da Associação Nuclear Mundial). Elas também não poluem o ar, mas "não se sabe o que fazer com tantos resíduos radiativos gerados", argumenta Sônia Hess, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Outra alternativa para reduzir a quantidade de GEEs foi a iniciativa de comercializar a quantidade de carbono que polui o ar, a água e o solo por meio de compras e vendas de créditos de carbono. Entretanto, isso "pode ser considerado uma panaceia: o sistema de mercado foi o grande causador do problema (aumento das emissões de GEEs) e é muito difícil que ele mesmo o resolva", esclarece Pinguelli-Rosa.

Apesar desse ponto de vista, o comércio das emissões de carbono tem crescido rapidamente: 1200% de 2005 a 2010 (aumento acentuado de 2005 a 2007, primeiros anos de sua implementação, e depois estagnação). Pedro Leite da Silva Dias, do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo (IAG-USP) julga que os controles econômicos, como nesse caso, têm efeito. "Foi uma evolução de um conceito inicial de imposto, mesmo acreditando que o método poderia ser mais eficaz", considera Dias. Por outro lado, ele afirma que sem estudos de impacto dos gastos com esses créditos e sem quantificação do choque econômico que ele produz, pouco o sistema deverá avançar.

Ao mesmo tempo, o apelo capital faz com que "o público seja persuadido a aceitar a proteção do meio ambiente com base em um modelo de mercado: regulamentos seriam substituídos por leis permitindo o comércio de débitos e créditos de poluição", escreve Elaine Dewar, em seu livro, Uma demão de verde: os laços entre grupos ambientais, governos e grandes negócios.

Maretti, por sua vez, destaca que estar atrelado ao mercado pode ser um agravante, porque "em épocas de crise a compra e venda de créditos pode vir a falhar". Em seu ponto de vista, os países deveriam assumir políticas que obriguem a redução das emissões de GEE e mecanismos de compensação, como a criação de reservas para restauração da vegetação e a diminuição do desmatamento e degradação florestal. O dispositivo para tal já foi elaborado. Trata-se do Programa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD, na sigla em inglês), que prevê compensações financeiras internacionais aos países cuja emissão de GEE seja evitada, bem como "incluir na contabilidade das emissões aquelas que são amenizadas pela redução do desmatamento e degradação vegetal", de acordo com o site do Instituo de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e da ONU.

 

 

 

 

 

 

Editorial    
Ética e conhecimento
Por Carlos Vogt
10/11/2006


Um dos grandes desafios do mundo contemporâneo é, ao lado do chamado desenvolvimento sustentável, a transformação do conhecimento em riqueza. Como estabelecer padrões de produção e de consumo que atendam às demandas das populações crescentes em todos os cantos da Terra, preservando a qualidade de vida e o equilíbrio do meio ambiente no planeta? Esta é, em resumo, a pergunta que nos põe o assim chamado desafio ecológico. Como transformar conhecimento em valor econômico e social, ou, num dos jargões comuns ao nosso tempo, como agregar valor ao conhecimento?

Responder a essa pergunta é aceitar o segundo desafio acima mencionado e que poderíamos chamar de desafio tecnológico. Para enfrentar essa tarefa, própria do que também se convencionou chamar economia ou sociedade do conhecimento, deveríamos estar preparados, entre outras coisas, para cumprir todo um ciclo de evoluções e de transformações do conhecimento. Ele vai da pesquisa básica, produzida nas universidades e nas instituições afins, passa pela pesquisa aplicada e resulta em inovação tecnológica capaz de agregar valor comercial, isto é, resulta em produto de mercado.

Os atores principais desse momento do processo do conhecimento já não são mais as universidades, mas as empresas. Entretanto, para que a atuação das empresas seja eficaz, é necessário que tenham no seu interior, como parte de sua política de desenvolvimento, centros de pesquisa próprios ou consorciados com outras empresas e com laboratórios de universidades. O importante é que a política de pesquisa e desenvolvimento seja da empresa e vise às finalidades comercialmente competitivas da empresa. Sem isso, não há o desafio do mercado, não há avanço tecnológico e não há, por fim, inovação no produto.

Um dos pressupostos essenciais da chamada sociedade ou economia do conhecimento é, pois, para muito além da capacidade de produção e de reprodução industriais, a capacidade de gerar conhecimento tecnológico e, por meio dele, inovar constantemente para um mercado ávido de novidades e nervoso nas exigências de consumo.

Na economia tipicamente industrial, a lógica de produção era multiplicar o mesmo produto, massificando-o para um número cada vez maior de consumidores. Costuma-se dizer que na sociedade do conhecimento essa lógica de produção tem o sinal invertido: multiplicar cada vez mais o produto, num processo de constante diferenciação, para o mesmo segmento e o mesmo número de consumidores. Daí, entre outras coisas, a importância para esse mercado, da pesquisa e da inovação tecnológicas.

A ser verdade essa troca de sinais, a lógica de produção do mundo contemporâneo seria não só inversa, mas também perversa, já que resultaria num processo sistemático de exclusão social, tanto pelo lado da participação na riqueza produzida, dada a sua concentração – inevitável para uns e insuportável para muitos –, quanto pelo lado do acesso aos bens, serviços e facilidades por ela gerados, isto é, o acesso ao consumo dos produtos do conhecimento tecnológico e inovador.

Desse modo, aos desafios enunciados logo no início, é preciso acrescentar um outro, tão urgente de necessidade quanto os outros dois: o de que, no afã do utilitarismo prático de tudo converter em valor econômico, tal qual um Rei Midas que na lenda tudo transformava em ouro pelo simples toque, não percamos de vista os fundamentos éticos, estéticos e sociais sobre os quais se assenta a própria possibilidade do conhecimento e de seus avanços. Verdade, beleza e bondade, no mínimo, dão ao homem, como já se escreveu, a ilusão de que, por elas, ele escapa da própria escravidão humana.

Dividir a riqueza, fruto do conhecimento, e socializar o acesso aos seus benefícios, fruto da tecnologia e da inovação é, pois, o terceiro grande desafio que devemos enfrentar e a sua formulação poderia se dar dentro de uma perspectiva cuja tônica fosse a de um pragmatismo ético e social. Quem sabe, possa ele constituir a utopia indispensável ao tecido do sonho de solidariedade das sociedades contemporâneas.

Todo conhecimento é útil. Como o fundamento da moral é a utilidade, é possível afirmar que a utilidade do conhecimento é o que o torna ético, por definição. Nesse sentido, não há conhecimento inútil, já que a ação de conhecer está voltada para proporcionar felicidade, prazer e satisfação à sociedade. O conhecimento é útil porque, como outras ações éticas do ser humano, corresponde à necessidade de uma prática desejável, aquela que nos leva a buscar a felicidade de nossos semelhantes e nela sentir o prazer de sua realização no outro.

Uma das características fundamentais do conhecimento contemporâneo é o seu utilitarismo.

Em que sentido o conhecimento utilitário das economias globalizadas na sociedade do conhecimento difere da utilidade ética constitutiva de todo conhecimento?

Procurar responder a essa questão é também procurar entender, na lógica de funcionamento das tecnociências, como as grandes transformações tecnológicas influenciam a ciência e como a ciência, ela própria, propicia novas tecnologias e inovações que dinamizam os mercados e ativam o consumo das novidades dos produtos delas decorrentes.

Desse ponto de vista, o conhecimento é utilitário não porque tenha finalidade prática, mas por agregar valor aos produtos dele derivados e por ter objetivos fortemente comerciais.

A comercialização do produto do conhecimento visa também à felicidade do outro, pela satisfação e pelo prazer, agora, do consumidor a que ficou reduzido o seu papel social.

Por outro lado, a dinâmica do conhecimento pressupõe a liberdade de conhecer. Os limites dessa liberdade são dados pelo alcance de nossa capacidade de conhecimento, isto é, nos termos dos ensaios de Montaigne e da filosofia de Pascal, pela portée, pelo raio de ação, do alcance da vida, da vida dentro do alcance de nossa ação no mundo.

Em outras palavras e em termos baconianos, a liberdade do conhecimento tem os limites do conhecimento puro em oposição ao conhecimento orgulhoso, oposição que, de certa forma, sob diferentes expressões, caracteriza todo o iluminismo e a grande e longa herança racionalista que nos legou e que viva permanece em nossas atitudes teóricas e metodológicas diante do mundo, de seu conhecimento e dentro do conhecimento do conhecimento do mundo, para introduzir aí uma pitada de idealismo kantiano.

A alegoria mais conhecida do elogio da humildade do conhecimento contra o orgulho e a arrogância da pretensão metafísica das perguntas essenciais e das respostas definitivas está contida no jardim que Cândido, na obra homônima de Voltaire, descobre e decide cultivar em oposição às inquietações sem limite, isto é, sem alcance, sem portée, sem raio de ação, de Pangloss.

Da mesma forma, Swift, no livro famoso das Viagens de Gulliver, descreve os laputanos plenos de predicados que os tornam ilimitados e inúteis de conhecimento. São dotados para conhecer, sendo matemáticos exímios, mas são ambiciosos, vivendo nas nuvens, daí terem “um dos olhos voltado para dentro e o outro apontando diretamente para o zênite”.

Quer dizer, são orgulhosos porque querem a verdade definitiva e por serem dotados dessa ambição de conhecimento vivem tropeçando em si mesmos sem se dar conta do jardim que está ao alcance da vida de cada um para se cultivar.

Para que se tenha medida da permanência desse tema, e num outro campo de produção intelectual, vale lembrar o episódio da resenha publicada em 1915 no The Times Literary Supplement sobre o livro A servidão humana, de Somerset Maugham, lançado no mesmo ano, e na qual se afirmava que o herói do romance, Philip Carey, do princípio ao fim da narrativa, “estava tão ocupado com seus anseios pela lua que jamais conseguia ver os seis vinténs a seus pés”.

Quatro anos depois da publicação da saga de formação e de aprendizagem do torturado Philip Carey, Somerset Maugham publica um romance inspirado na história de vida do pintor Paul Gauguin, cria um personagem - Charles Strickland - que, de operador da bolsa de Londres, abandona tudo - vinténs e família - e se entrega, de corpo e alma, no Tahiti, à obsessão única e exclusiva de sua exuberante produção artística em pintura.

O livro, de 1919, teve seu título - The moon and six pence (Um gosto e seis vinténs, no Brasil) - tirado da resenha do The Times Literary Supplement, aceita quase como uma provocação a que responde o narrador autobiográfico do romance com uma forte simpatia pela saga do herói que despreza os apelos materiais e as obrigações sociais de seus compromissos e vai em busca da lua e da realização de seus sonhos. Solução em tudo contrária à do desfecho de romântico prosaísmo que caracteriza a paz e a tranqüilidade do jardim de amor-afeição (loving-kindness) que o casamento de Philip Carey e Sally Altheny constitui ao final da saga de formação e de amadurecimento do protagonista.

Esses dois romances de Somerset Maugham poderiam ser tomados como que representando as duas pontas da tensão por que se estende nossa existência no mundo e o conhecimento do mundo de nossa existência. É como se fossem tótens epistemológicos entre os quais ressoa a pergunta que o homem não deixará de fazer enquanto durar sua humanidade: “Qual o sentido da vida, se é que a vida tem algum sentido?”

Penso que o sentido da vida é o conhecimento que, desse modo, é ilimitado pela amplitude da pergunta, e é, ao mesmo tempo, limitado e útil pelo alcance de nossa capacidade de resposta.

Algo parecido pode ser encontrado, ou perdido, na metáfora fantástica e imortal do universo como a biblioteca de Babel, que nos apresenta Jorge Luis Borges em seu conto famoso. Depois de perambular pelos paradoxos do conhecimento contidos em sua labiríntica arquitetura, o autor/narrador anota, sob a forma de falsa conclusão, que a biblioteca é ilimitada e periódica. E termina : « Se um eterno viajante a atravessasse em qualquer direção, comprovaria ao cabo dos séculos que os mesmos volumes se repetem na mesma desordem (que repetida, seria uma ordem : a Ordem). Minha solidão se alegra com essa elegante esperança.

Este artigo é parte do conteúdo do discurso proferido por ocasião da outorga do título de Doutor Honoris Causa pela École Normale Supérieure de Lyon, França, em 18/11/2006.
O texto deste discurso foi publicado, pela Fapesp, no mesmo ano da concessão do título, na forma de plaquete, em edição bilingue português/francês com o nome A utilidade do conhecimento / L´utilité de la connaissance .



Reportagem    
A ética e seus sentidos históricos
Por Rodrigo Cunha
10/11/2006

A disputa eleitoral que se encerrou no dia 29 de outubro colocou em evidência um termo que deve continuar em pauta, mesmo após a reeleição de Lula, e estará no centro dos debates sobre a reforma política que será cobrada dos deputados e senadores que tomam posse em fevereiro de 2007: a ética. O que é isso, afinal? Será que esse termo, associado à idéia de moralidade, mudou muito desde a sua origem? O seu emprego em diversas outras esferas que não apenas a política tem outras conotações e outros sentidos? E mesmo na esfera política, ética significa muito mais do que simplesmente negar a corrupção?

A palavra “ética” vem do grego ethos, que significava, já na Grécia antiga, hábito, costume. Esse sentido é o mesmo atribuído pelos romanos da Antiguidade à palavra latina mores, que deu origem ao termo “moral”. A associação de valores positivos a hábitos e costumes, num primeiro momento, dependia do status social do indivíduo. “Um aristocrata, por exemplo, deveria ser corajoso e, eventualmente, generoso. Uma pessoa subalterna teria como melhor qualidade a obediência, a prestimosidade”, explica Rodrigo Duarte, professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A ética se torna uma disciplina da filosofia a partir das indagações de pensadores como Heráclito e Sócrates sobre o comportamento humano, os costumes e os valores a eles atribuídos. Surge, então, a ética como filosofia moral, um campo do pensamento filosófico dedicado a discutir, problematizar e interpretar o significado dos valores morais. Para Sócrates, o ethos (costume) considerado bom e virtuoso tem origem no logos (razão), pois o sujeito ético é aquele que tem consciência do significado de suas atitudes e da essência dos valores morais, ou seja, ser ético implica em uma reflexão que justifique a ação.

Aristóteles acrescenta a essa idéia a noção de saber prático: o conhecimento daquilo que só existe como conseqüência de nossa ação. Ele também soma à consciência moral proposta por Sócrates a idéia de vontade guiada pela razão: a decisão ou deliberação sobre algo que depende de nossa vontade. “O principal termômetro da ética é o dilema. Uma pessoa pode decidir ultrapassar os limites de velocidade no trânsito para salvar a vida de um acidentado, mesmo sabendo que será multada”, ilustra Luiz Martins, professor de ética na comunicação na Universidade de Brasília (UnB). Na ética, nem sempre os fins justificam os meios, mas nesse caso, o fim é um valor maior: a vida. Para os filósofos da Antiguidade, ética e conduta do indivíduo são inseparáveis de política e dos valores da sociedade, pois é somente na existência compartilhada que se encontra liberdade, justiça e felicidade.

Na Idade Média, pensadores como São Tomás de Aquino orientaram-se pelas idéias de Aristóteles sobre ética, deslocando, porém, a base do comportamento ético da relação do indivíduo com a sociedade para a sua relação espiritual e interior com Deus. As principais virtudes para o cristianismo são a fé e a caridade, condições de todas as outras, como a coragem e a prudência, consideradas virtudes cardeais (fundamentais). O orgulho e a inveja, que para Aristóteles eram vícios por excesso, e a avareza, considerada um vício por deficiência do indivíduo, passaram a ser tratados pela ética cristã como pecados capitais. E o ócio, que para a sociedade escravagista greco-romana era condição para o exercício da política, torna-se no cristianismo um vício da preguiça, com a valorização do trabalho como uma virtude moral.

À idéia da filosofia antiga de que possuímos uma vontade consciente para controlar as paixões, os apetites e os desejos, o cristianismo contrapõe a idéia de que temos vontade livre (ou livre arbítrio), cujo primeiro impulso é voltar-se para o pecado e, portanto, precisaríamos do auxílio divino e de suas leis para sermos sujeitos morais. Surge, então, a noção de dever em relação às normas de condutas, que definem quais delas são morais ou éticas e quais são imorais ou antiéticas. O cristianismo também introduz a idéia de intenção: até então, a filosofia moral julgava como vício ou virtude as ações e atitudes visíveis; na ética cristã, a intenção invisível também tem o testemunho e o julgamento de Deus.

Quando as descobertas científicas começam a abalar os dogmas da Igreja, já na Idade Moderna, com a teoria heliocêntrica de Copérnico e Kepler na astronomia e suas repercussões na física de Galileu e Newton, há uma mudança no pensamento filosófico. O ser humano e o seu planeta deixaram de ser o centro do universo e a relação entre os corpos deixou de ser um jogo comandado pelas mãos divinas. “A própria posição do ser humano no mundo precisou ser revista, o que se reflete nas filosofias de Decartes, Pascal, Espinosa e outros”, diz Duarte, da UFMG.

No século XVII, Espinosa postula que por sofrermos ação de causas exteriores a nós, seríamos seres naturalmente passionais, e as paixões não seriam nem boas e nem más, apenas naturais. Para ele, são três as paixões originais: alegria, tristeza e desejo. Da primeira derivam o amor e a misericórdia, por exemplo; da segunda, a inveja e o orgulho; e da terceira, a ambição e a luxúria. O vício seria, então, sucumbir às paixões e desejos tristes governados por causas externas, e a virtude seria a força para ser e agir autonomamente.

A idéia de autonomia do sujeito moral, que age de acordo com sua consciência sem se submeter a poderes externos, acompanha a ética desde a filosofia antiga até hoje. “Não acredito em ética vigiada por câmeras em estádios de futebol. O mesmo pode-se dizer em relação às empresas que alegam o direito de vigiar seus empregados”, comenta Martins, da UnB. No século XVIII, essa idéia levou ao questionamento da submissão às leis divinas por dever do sujeito cristão, que condicionava o comportamento ético a um poder externo. A resposta de Rousseau a essa questão é a de que a consciência moral e o sentimento de dever seriam inatos – ou seja, nasceríamos com eles –; com a instituição da propriedade privada e dos interesses privados, o homem teria se tornado egoísta e mentiroso, necessitando que o dever às leis divinas o forçasse a se recordar de sua natureza originária. Já Kant pensou em uma solução diametralmente oposta: para ele, somos naturalmente egoístas, ambiciosos e agressivos e, justamente por isso, precisaríamos do dever para nos tornarmos seres morais; a moral, para Kant, porém, não viria de um sentimento natural em nossos corações, como em Rousseau, mas da razão, como diziam Sócrates e Aristóteles.

No século XIX, Hegel critica tanto Rousseau quanto Kant, por ambos terem enfatizado a relação do sujeito com a natureza e esquecido da relação do sujeito com a cultura e a história. Outra crítica de Hegel é que eles admitiam a relação entre ética e sociabilidade a partir de relações pessoais, enquanto deveriam ter como ponto de partida as relações sociais fixadas por instituições como família, sociedade civil e Estado. Para Hegel, somos seres históricos e culturais, e além de nossa vontade individual subjetiva, há uma vontade objetiva – social, pública, coletiva – muito mais poderosa, estabelecida pelas instituições e pela cultura. A vida ética, portanto, seria o acordo entre a vontade subjetiva individual e a vontade objetiva cultural.

“O reduto ético inexpugnável é o social. O velho imperativo categórico se forma socialmente”, explica Martins, da UnB. Assim, cada sociedade, em cada período da história, define os valores positivos e negativos para os comportamentos, os atos permitidos e os proibidos; cada cultura tem seus próprios costumes arraigados. “Um exemplo: a queima voluntária de viúvas junto com os corpos de seus maridos na Índia tradicional”, ilustra Duarte, da UFMG.

No século XX, Marx classifica de hipócrita os valores da moral vigente – de liberdade, felicidade e respeito à humanidade –, porque eram irrealizáveis em uma sociedade baseada na exploração do trabalho, na desigualdade social e econômica, e na exclusão dos direitos políticos e culturais de uma parcela de seus membros. Para Marx, era preciso mudar a sociedade para a ética se concretizar. Já Bergson parte da perspectiva de Hegel para falar em duas morais: uma fechada, ligada às ações individuais de acordo com os valores e costumes de uma sociedade; e uma aberta, na qual indivíduos excepcionais criariam novos valores e novas condutas que rompem com a moral vigente. Um exemplo de mudança de comportamento é a exposição da barriga de mulheres grávidas na praia: hoje é comum, mas não era nos anos 1960 quando a atriz Leila Diniz ousou desfilar sua maternidade.

Na complexa sociedade contemporânea, certas esferas específicas de atuação humana, na consolidação de suas posições sociais, adquiriram um poder considerável, tornando necessário o estabelecimento de éticas setoriais próprias, como a ética médica ou a ética jornalística. “É importante observar que quando se fala em ‘éticas’ com esse sentido, o que está em questão não é apenas a observância de preceitos morais considerados adequados pela comunidade (médica ou jornalística), mas também a capacidade de refletir adequadamente sobre a norma, suas possibilidades de aplicação e até mesmo (em casos absolutamente especiais) de transgressão”, diz Duarte.

No comportamento ético mais geral e não setorizado da atualidade, o filósofo da UFMG vê uma degradação na capacidade dos sujeitos para refletir, devido à sua disposição para seguir os apelos da propaganda comercial, política e ideológica, o que ele chama de “imitação das paixões”. Já Martins, da UnB, é mais otimista: “A ética antes era mais imposta e hoje ela é negociada. Há um contributo do cidadão em medidas como plebiscito, referendo e consultas públicas”, afirma, dando como exemplo a classificação de programas de TV por faixa etária, fixada pelo Ministério da Justiça após ouvir milhares de pessoas da sociedade civil.

Para Martins, tudo é ético, desde o simples ato de ceder o lugar a uma mulher grávida ou a um idoso no ônibus até o respeito às filas – em bancos, supermercados, entradas de shows – e o respeito dos motoristas não apenas pelas leis do trânsito, mas especialmente pelos pedestres, ciclistas e pelos outros motoristas. “O campo da ética é o respeito. E eu sou ético quando percebo que se eu sou cooperativo, acabo me beneficiando”, ensina.

Para saber mais:

A existência ética - capítulo 4 de Convite à Filosofia, de Marilena Chauí

A filosofia moral - capítulo 5 de Convite à Filosofia, de Marilena Chauí


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Ser ético, ser herói
Por Renato Janine
10/11/2006

Quem viu o filme Casa da Rússia, com Sean Connery e Michele Pfeiffer? Numa certa altura, entusiasmado, o editor inglês que é representado por Sean Connery diz: “Hoje, para alguém ser uma pessoa decente, precisa ser herói”. É uma frase fortíssima, que muda toda a história que vai acontecer depois – e que por isso mesmo eu não vou contar. Mas quer isso dizer que, hoje, para ser ética, uma pessoa tem que ser heróica? Ficou tão difícil a ética, assim?

É o que ouvimos quase todo dia. Os brasileiros dão muita importância à ética. Dividimos o mundo em gente decente e indecente. Quando algo dá errado, por exemplo, uma política pública, automaticamente se pensa em roubalheira, não em incompetência.

Mesmo os bandidos falam em ética. Na cadeia, punem sem piedade quem abusou sexualmente de crianças ou de mulheres. É comum até um criminoso falar na sua “ética”, nos seus valores.

Também, quando tratamos um serviço, é freqüente a pessoa contratada explicar por que ela faz tão bem o seu trabalho e, sobretudo, por que não pratica certas desonestidades que seus colegas (jura ela!) fazem.

Acredite, claro, quem quiser. Mas faz parte do nosso discurso social, da nossa fala com o outro, afirmar: eu sou ético, num mundo em que o resto não o é. Eu sou do bem. O mundo está de pernas para o ar, tudo está errado, mas eu não.

Aqui temos então duas grandes idéias fortes da brasilidade. A primeira é que as coisas em geral não andam bem. A economia nos aperta, a sociedade está complicada, até a amizade e o amor estão em crise. Percebemos bem essa devastação e ela nos incomoda. Mas a segunda idéia é que eu, pessoalmente, ajo bem. Sou honesto.

Serei herói? Aqui é que estão as coisas. Boa parte do auto-elogio (eu sou o único decente num mundo de bandidos) é mentira. Basta ver como termina o serviço do profissional que gabou sua honestidade: tão ruim quanto o dos outros, ou mesmo pior. Então, parece que o personagem da Casa da Rússia tem razão: a ética virou artigo raro. Ser ético é mostrar-se capaz de heroísmo.

Vale a pena então irmos, deste filme recente, baseado num livro de John Le Carré, para a tragédia grega Antígona, que Sófocles escreveu no século V antes de Cristo. Penso que toda reflexão sobre a ética deve começar por ela.

Antígona é filha de Édipo. Dois de seus irmãos lutam pelo poder, e ambos morrem. O trono fica então com seu tio, Creonte, que manda enterrar um dos sobrinhos com todas as honras – e deixar o corpo do outro aos abutres. Antígona não aceita isso. Participa do enterro solene de um irmão e depois sepulta, com os ritos religiosos, o outro, o proscrito.

O rei fica furioso. Está convencido de que é uma conspiração contra ele. Manda descobrir quem violou suas ordens. Ao saber que é a sobrinha, tenta poupá-la: se ela negar que foi ela, ou se pedir desculpas, enfim, ele lhe dá todas as saídas – sob uma condição só, de que ela negue o seu ato. Antígona se recusa e é executada.

Essa história é exemplar. Ela mostra que há um conflito latente entre a ética e a lei. Um governante dá ordens. Estas podem ser legítimas ou não. Creonte fez o que não devia, moralmente, mas é ele quem manda. A lei está com ele. Neste caso, o que fazer?

Vou passar a um caso relativamente recente. Um tempo atrás, eu estava na França, quando um homem morreu na calçada, em frente de uma farmácia, sem que ninguém o acudisse. O farmacêutico explicou: se tocasse no outro, se tornaria responsável por ele. Só um médico poderia fazê-lo. Descobriu-se, porém, que bastaria um remédio simples para salvar o rapaz da morte. O que fazer?

Assisti então a um amplo debate. Foi sugerida uma mudança na lei, para que as pessoas pudessem acudir a seus próximos sem serem processadas, quando agissem de boa fé. Também se propôs um sistema de atendimento mais rápido das emergências. Mas quem, a meu ver, resolveu a questão foi um jornalista, que disse mais ou menos o seguinte:

- Se precisarmos de uma lei que autorize as pessoas a agirem humanamente, a socorrerem os outros sem pensar nos castigos e riscos que correm, não estará tudo perdido? Porque nunca as leis vão prever todos os casos. Sempre, para alguém agir bem, de maneira ética, em solidariedade com os outros, haverá um terreno incerto, um espaço que pode até ser ilegal.

- Precisamos de uma lei nos permitindo ser decentes? continuou ele. Ou deveremos estar preparados para correr os riscos, até mesmo de sermos presos, quando um valor mais alto se erguer, o valor do respeito do outro?

É este o heroísmo de que falava o personagem da Casa da Rússia. É este o heroísmo que Antígona praticou. E ele exige que, às vezes, estejamos dispostos a infringir a própria lei, a desobedecer às regras, quando for em nome de um valor superior. Em nosso mundo, este valor mais elevado pode ser, antes de mais nada, a vida de alguém. Aliás, costuma haver polêmica sobre o chamado “furto por necessidade”, quando um esfomeado furta comida para sobreviver: isso não é um crime.

Mas as coisas podem ir mais longe. Maria Rita Kehl elogiou em um artigo, o líder dos sem-terra João Pedro Stédile. O que vale mais, a lei de propriedade da terra, que perpetua uma exclusão social enorme, ou o direito das pessoas a viver, e acrescento, a viver dignamente? Do ponto de vista ético, é claro que vale mais o direito à vida digna.

Nem sempre foi assim. Um pregador puritano inglês do século 17, Richard Baxter, tem uma frase horrorosa. Na época, enforcava-se quem roubasse um pedaço de pão. Ele justifica isso: a vida dos pobres, explica, não vale grande coisa, ao passo que o atentado à propriedade destruiria os fundamentos da própria sociedade.

Não há consenso a este respeito. Uns defendem os sem-terra, outros os atacam. Mas o que quero levantar aqui é algo mais forte: é que a ética e a lei não coincidem necessariamente. Muitas vezes, ser decente exige romper com a lei. Foi assim sob o nazismo e sob todas as formas de ditadura. É assim também quando a desigualdade ou a injustiça impera.

Aí, sim, o ser humano precisa ser heróico. Porque violar a lei, mesmo que seja por um valor moral relevante, significa sofrer as penas da lei. Numa sociedade decente, imagino que o juiz não mandará para a cadeia quem infringiu as normas legais devido a valores morais mais altos, como os que citei. Mas não há garantia nenhuma disso. Pode ser que a pessoa seja punida, mesmo.

E é importante insistir nisso. O que queremos nós: cidadãos obedientes à lei, a qualquer lei, ou sujeitos éticos, decentes? O ideal é juntar as duas coisas. Mas, na educação, devemos apostar na autonomia, isto é, na formação de pessoas que sejam capazes de decidir por si próprias. O que significa que, em casos raros e extremos, elas tenham a coragem de enfrentar o consenso social e suportar as conseqüências de seus atos.

Isso, para terminar, pode fazer de qualquer um de nós um pequeno herói. O heroísmo não está só nas personagens da mitologia grega ou nos super-heróis da TV. Ele pode estar presente quando cada um de nós enfrenta uma pequena prepotência, em nome de um valor mais alto – desde, claro, que arque com os resultados de sua ação e que além disso lembre que é falível e pode estar errado. Mas é desses pequenos heroísmos pessoais que depende a dignidade humana.


Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo. É autor de "A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil" (2000, Prêmio Jabuti de 2001) e "A universidade e a vida atual - Fellini não via filmes" (2003).

Este artigo foi publicado anteriormente na América Online (AOL)


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Uma ética para a guerra do futuro?
Por Francisco Teixeira Da Silva
10/11/2006

Uma grave série de conflitos armados se desenvolvem hoje no planeta: o já secular conflito no Oriente Médio – cuja a mais dolorosa expressão atual foi a guerra entre Israel e o Hizbollah em julho passado -; a guerra no Iraque – com já cerca de 600 mil mortos; a guerra “esquecida” do Afeganistão; a guerra civil na Colômbia – com um subproduto ainda mais perverso: cerca de 3000 civis seqüestrados; a guerra genocidária em Darfur, no Sudão; a guerra civil, clãnica e religiosa na Somália. Além disso devemos lembrar as guerrilhas ditas de “baixa intensidade” na Libéria, Nigéria, Saara Ocidental, Costa do marfim, Indonésia, Yemen, Malásia, etc...

O mais visível de todos os conflitos atuais – a guerra no Iraque – retoma, contra a vontade de seus arquitetos originais (George Bush, Dick Cheney e Donald Rumsfeld ) o princípio básico de que as grandes democracias de massa do Ocidente não toleram a perda de vidas e as populações voltam-se contra seus governos ( caso não consigam vencer rapidamente uma guerra ). Tal axioma, muitas vezes chamado de Síndrome do Vietnã, em virtude da repulsa da população contra aquela guerra ( 1964-1975 ) não explica tudo. Em verdade, tanto no Vietnã, nos anos 1960, quanto hoje no Iraque, o governo americano não soube explicar – por não haver mesmo explicação – a razão de lançar tamanha panóplia militar contra um pequeno país.

A justificativa para a guerra – os governos irão sempre apresentar-se como os mais justos e éticos nos seus motivos de fazer a guerra – foram, todos, demolidos pela força dos fatos. A administração Bush alegou razões éticas e valores universais para atacar o Iraque, a saber: 1. as ligações de Saddan Hussein com Ossama bin Laden; 2. a existência de armas de destruição em massa no país; 3. a construção da democracia no Oriente Médio. Ora, cada uma de tais “razões” mostrou-se falsa, construída para justificar a guerra e, no mais, bastante mal articuladas. Assim, a guerra mostrou-se como é: um ato de poder visando a imposição de interesses políticos.

O que deu errado foi a resistência iraquiana, a capacidade de organização de grupos – nacionais e internacionais – de resistentes que foram capazes de impor baixas às tropas americanas. Neste sentido, com seqüestros, execuções cruéis e mediáticas e com a morte de soldados dos Estados Unidos, a guerra no Iraque – como fora a guerra no Vietnã – foi lançada para dentro dos lares americanos. Então, Washington começou a perder a guerra.

Ora todo o debate entre os partidos Democrata e Republicano – mesmo depois da condenação à morte de Saddan, no timing perfeito para influir nas eleições americanas – trava-se não no caráter legal, ético ou justo da guerra ou das guerras em geral. O debate se dá em torno da morte de americanos, como evitá-la perseguindo, ainda assim, os interesses políticos americanos.

É nesse sentido que o governo financia grupos de pesquisadores visando preparar a “guerra do futuro”. Um aúncio feito em março de 2005 pelo Departamento de Defesa dos EUA sobre o chamado Sistema de Combate do Futuro implica na aceitação sem reservas da visão de guerra formulada durante a Guerra de Secessão Americana pelo General Sherman (1820-1891). Na ocasião, Sherman, encarregado de submeter a Geórgia, partindo a Confederação em duas porções territoriais descoordenadas, ordenou o incêndio da cidade de Atlanta, ante o estupor das autoridades e das próprias tropas confederadas. Ante o protesto indignado, Sherman respondeu que “a guerra era sinistra mesmo, um verdadeiro inferno”. No seu sentido moral, por não ser o responsável por ter desencadeado o conflito, possuía a liberdade de recorrer a quaisquer meios para encerrá-la.

As formulações de Sherman seriam bem aceitas por Carl von Clausewitz (1780-1831), o teórico alemão da guerra, que afirmaria que toda a guerra tende ao seu extremo. O que o famoso general alemão afirmava, ainda no século 19, seria uma realidade em todas as guerras posteriores: as potências envolvidas em conflitos nos quais sua sobrevivência ou a garantia de seus interesses estivessem em risco não hesitariam em recorrer a quaisquer meios – mesmo os mais cruéis, desumanos ou imorais – que estivessem ao seu alcance. O uso do cerco de cidades e sua redução pela fome e pelo fogo; o ataque a navios mercantes e a guerra submarina; o uso dos gases venenosos e das armas atômicas contra cidades desarmadas, além do terrorismo em larga escala, só confirmariam as asserções de Sherman e Clausewitz.

Guerra: uma constante da história

Da chamada Batalha de Krapina, onde os primeiros Homo sapiens atacaram e canibalizaram homens de Neanderthal, numa aldeia na Hungria Paleolítica até a atual guerra no Iraque, a história da guerra tem sido uma crônica sinistra, que envergonha o gênero humano. Mas tem sido também um dado constante da história. Assim, seria fantasioso pensar na abolição da guerra e de todas as suas implicações.

Na prática, a criação de mecanismos jurídicos aceitos mundialmente de controle e limitação da guerra, através de organismos como uma ONU refundada e ampliada, além de convenções específicas interditando aspectos concretos da guerra (tais como as convenções antiminas pessoais; a interdição de crianças e adolescentes engajados; contra o comércio de armas automáticas ou contra a guerra química ou bacterológica etc.) seria uma solução progressiva e realista.

Da mesma forma, ao longo da história, as guerras foram limitadas por constrangimentos objetivos, de cunho material. As condições do tesouro francês, malgrado as operações brilhantes de Colbert, eram um entrave real às ambições imperiais de Luis 14. Em várias ocasiões ingleses e franceses foram levados a aceitar tréguas ao longo das Guerras Napoleônicas (1804-1814) em virtude do esgotamento de seus recursos. Também a disponibilidade de conscritos – do manpower, conforme os americanos – poderia limitar as ambições belicistas de uma potência. O recurso a mercenários seria, sempre, caro e nem sempre confiável, como apreenderam os romanos ao introduzirem bárbaros germanos em suas fileiras.

Os Estados Unidos encontram-se hoje no centro de tais considerações. Após a guerra do Vietnã (1964-1975), consolidou-se na América a chamada Síndrome do Vietnã, um verdadeiro pânico frente a macabra rotina de contagem de corpos. Para a liderança militar, tornou-se imprescindível a possibilidade de aplicação de planos alternativos de guerra e de saídas políticas de conflitos, evitando o atoleiro militar vivido no Sudeste Asiático. Desde então, os generais americanos passaram a incorporar a variável política – a solidez política do fronte interno – como elemento de cálculo de todos os planos de guerra.


Força e vulnerabilidade da América
Era fundamental elaborar uma resposta adequada. Tratava-se claramente de reelaborar o que Clausewitz denominou ponto de gravidade. Um diagnóstico que apresenta claramente onde residia o equilíbrio do adversário e que deveria ser batido, provocando a sua queda imediata. Evitava-se, assim, o desperdício de operações periféricas inconclusivas, demoradas e caras.

Foi neste sentido que, a partir do final dos anos 70, generais como William De Puy e Donn A. Starry iniciaram os estudos em torno de uma nova doutrina, centrada na idéia da batalha ar-terra. Devia-se vencer mesmo em inferioridade númerica superior à relação 1/3, através do uso maciço das novas tecnologias, em especial melhorando a velocidade, o adestramento e a letalidade do poder de fogo. Já o Manual de Campanha 100-5, de 1982, estabelecia as condições de uma vitória capaz de poupar vidas humanas.

Tratava-se, então, de combinar e coordenar sistemas até então relativamente autônomos, que são organizados em torno de cinco eixos: o carro de combate MI Abrams; a viatura de combate para infantaria M2-Bradley; o helicóptero de ataque 64A Apache; os helicópteros de emprego geral Black Hawk e, em fim, o míssil antaéreo Patriot. Além disso, a doutrina era renovada, as forças armadas reorganizadas e as estruturas de comando ampliadas. Com isso tudo, todavia, a ênfase ainda residia na grande batalha convencional num cenário europeu, tendo os soviéticos como adversários.

Poucos chefes militares, e praticamente nenhum civil do Departamento de Defesa – inclsusive aqueles que organizavam e financiavam a guerrilha e o terrorismo afegão contra os russos – pensaram numa guerra assimétrica prolongada em um ou mais cenários no Terceiro Mundo. Ora, os adversários dos EUA, inclusive os potenciais, também leram os mesmos livros. Assim, como na guerra do Vietnã, perceberam a fragilidade americana em guerras irregulares e basearam sua própria doutrina na busca do maior dano possível ao adversário, tanto em vidas humanas, quanto em custos materiais. Com o espetáculo diário da contagem de corpos, atingia-se o ponto de gravidade da América: o horror das democracias de massa ocidentais frente à morte maciça de seus homens.

Assim, numa guerra popular prolongada (Mao Tsedong, Van Giap etc.), os adversários da América estão conscientes da impossibilidade de derrotar militarmente seu inimigo em campo de batalha. Para atingir a América deve-se mirar no consenso político interno, hoje fortemente cimentado por laços ideológicos de caráter religioso-nacionalista. A vulnerabilidade de tal consenso reside na chamada contagem de corpos. Não sendo uma guerra de sobrevivência da América – como foi a 2ª Guerra Mundial, após o ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941 – a sociedade não estaria disponível a tolerar um número crescente de baixas, optando pelo abandono de qualquer “parte remota do globo” onde se travasse uma guerra sangrenta (foi assim recentemente no Líbano e na Somália).

Frente a tais assimetrias, a liderança americana – inclusive a atual administração Bush – buscou duas ações coordenadas para manter suas ações bélicas no Afeganistão (desde outubro de 2001) e no Iraque (desde março de 2003), além de exercer crescente pressão em outras partes do planeta, como Síria, Irã e Coréia do Norte:

1) A transformação de tais guerras regionais em uma luta pela sobrevivência dos EUA, ao conectar esses conflitos com a questão das armas de destruição em massa e com o terrorismo internacional, em especial a rede Al-Qaeda;

2) Desenvolver todos os esforços possíveis no sentido de minimizar a contagem de corpos, fortalecendo o consenso interno na América e com isso deslocando o ponto de gravidade para a ação militar clássica, no que são imbatíveis.

A administração Bush trabalha amplamente em ambas as frentes. Através de um forte discurso ancorado na questão da liberdade, conecta toda resistência aos seus interesses hegemônicos como se fosse ação de tiranos e/ou terroristas, de Bin Laden a Hugo Chávez. Por outro lado, lançou um movimento planetário, através de grandes firmas empreiteiras – TitanCorp, Blackwater, Triple Canopy, entre outras – para o alistamento de mercenários que deveriam lutar no Iraque, expostos às operações mais vulneráveis. Contudo, mesmo este expediente é caro e duvidoso. Assim, o Pentágono lançou o projeto Sistema de Combate do Futuro.

Combate no futuro: versão Bush

O projeto, ao custo inicial US$ 127 bilhões, ou seja, cerca de 30% do orçamento militar americano – hoje de US$ 430 bilhões – deverá elevar os gastos globais americanos – excetuando US$ 80 bilhões da ocupação do Iraque – para astronômicos US$ 530 bilhões. O objetivo é criar, até 2010, uma força de soldados-robôs capazes de desempenhar missões de alto risco, sem os transtornos da possibilidade da morte e do seu impacto sobre a opinião pública (além, é claro, dos benefícios sociais, aposentadorias, tratamento médico etc.).

Hoje os Estados Unidos possuem 150.000 homens no Iraque, um contingente que se mostra insuficiente, incapaz de controlar o território que foi conquistado em uma operação extremamente rápida. Já sofreram quase 1.500 baixas, além 11.000 feridos, com custos unitários – por soldado – em torno de US$ 4 milhões. Assim, já em abril próximo, os primeiros 18 robôs estariam disponíveis para as forças armadas americanas. Trata-se de uma máquina capaz de filmar – literalmente “ver” com olhos mecânicos para o controle distante – e detectar movimentos ou objetos e, mais importante, disparar mil tiros por minuto.

Nos EUA, vários estados já possuem hoje uma versão mais simples, utilizada pelas unidades de Swat para enfrentar atiradores entrincheirados. Na versão da admirável guerra do futuro, planejada para 2010, uma brigada de 2.245 homens teria na linha de fogo, como vanguarda e batedores, cerca de 151 robôs, capazes de atingir o inimigo sem o risco de baixas politicamente incorretas.

Os EUA querem, assim, eliminar o risco da incerteza – um dos princípios básicos da guerra – utilizando um meio terrivelmente cruel, previsto no último episódio da ópera sci-fi Guerra nas Estrelas: um exército de máquinas assassinas. Assim, o consenso político interno americano, de cunho religioso-nacionalista, estaria à salvo dos métodos assimétricos desenvolvidos contra o imenso poderio americano. Tal qual em Guerra nas Estrelas, a reação dos rebeldes em luta contra o Império poderá vir em forma ainda mais intensa de guerra assimétrica, voltando-se não mais para os alvos militares americanos no teatro de operações, mas contra a população civil no próprio coração da América.

Francisco Carlos Teixeira Da Silva é professor titular de história moderna e contemporânea e professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do exército brasileiro.



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Metas do Milênio: enormes desafios
Por Antonio Martins
10/11/2006
A campanha pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio tranformou a responsabilidade social empresarial num conceito conhecido e respeitado pela sociedade brasileira. É hora de empregar esta força em favor de um país menos desigual, e capaz de estabelecer nova relação com a natureza

“Devemos ser nós mesmos a mudança que queremos no mundo”, disse certa vez Mahatma Ghandi. Dois anos depois de iniciada a campanha brasileira pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que balanço é possível fazer de seus resultados? Quais os passos já cumpridos? Para onde podem caminhar as empresas dispostas a se transformar continuamente – para construir, a partir de si mesmas, o mundo e o país melhor pelo qual lutamos?

Os ODM entraram na agenda nacional. Receberam o apoio de parte importante das pessoas e organizações cujas atitudes repercutem em toda a sociedade, e se tornaram conhecidos por uma ampla parcela população. Ganharam face brasileira: graças a um importante esforço intelectual, os propósitos gerais estabelecidos na Conferência do Milênio da ONU foram adaptados à realidade brasileira. Resultaram num conjunto de metas compreensíveis e alcançáveis, e em indicadores que permitem acompanhar os progressos feitos para torná-las realidade. Passou-se das intenções aos gestos. Um número crescente de empresas adota práticas que contribuem diretamente para alcançar os oito objetivos.

Houve também um ganho cultural inestimável. Além de princípio ético, a responsabilidade social empresarial passou a ser vista – pela população e pelas próprias empresas – como algo capaz de produzir mudanças reais. Isso significou reconhecimento público e empoderamento. A população e os consumidores tendem a valorizar e criar empatia com as companhias cujo horizonte não se limita à conquista de mercados e de lucros. A partir das primeiras vitórias, estas empresas, seus dirigentes e colaboradores, sentem que são capazes de colocar para si mesmos metas mais audazes.

Nossas metas de longo prazo

No Brasil, duas delas são particularmente importantes, porque dizem respeito a potencialidades nacionais não realizadas e a dívidas que o país tem consigo mesmo. Estamos falando da luta contra a desigualdade e do uso sustentável de nosso patrimônio natural.

Por circunstâncias histórias, assumimos a condição de uma das nações mais desiguais do planeta e uma das que mais contribuem para a devastação da natureza. A primeira característica, adquirida no período da escravidão mas aprofundada ao longo das “modernizações” do século passado, resulta numa sensação permanente de exclusão, violência e risco de dissolução social. O Brasil multiplicou sua capacidade de produzir riquezas, mas as manteve extremamente concentradas. Uma parcela expressiva da população é permanentemente impedida de usufruir dos bens e serviços que o país produz. Essa situação de flagrante injustiça e violência produz outras formas de brutalidade – em particular o crime. Impede a sociedade de se conciliar consigo mesma, multiplicando situações de apartheid e ressentimento. Gera ameaça permanente de explosão social.

A segunda chaga – a devastação do ambiente – tem também raízes no passado. O primeiro papel do Brasil, no mercado internacional, foi de extrator e exportador de recursos naturais. O nome do país está associado ao de uma commodity. Embora os produtos fornecidos se alternassem, esta condição – e as seqüelas a ela associadas – se mantiveram até o século XX. E a devastação prosseguiu mesmo após a industrialização, alimentada pela abundância de recursos naturais, a ignorância, a falta de alternativas de sobrevivência em mutas regiões do país e a ganância primária de certos agentes econômicos poderosos. A hipótese de degradação da Amazônia, onde chegou a haver estiagem, em 2005, é um dos símbolos deste fenômeno.

Do problema à oportunidade

Um problema é sempre uma oportunidade, para os que acreditam no direito das sociedades a construir seu futuro comum. Certas características da civilização brasileira tornaram-se especialmente admiradas, em todo o mundo, nos últimos anos. Entre elas estão a criatividade, o espírito tolerante, a capacidade de tirar forças da diversidade. Não seriam estes valores tão marcantes – e tão opostos à idéia de discriminação social – dois grandes pontos de apoio para lutar contra a desigualdade?

O esgotamento de alguns recursos naturais e a descoberta do valor de outros têm feito emergir, ao mesmo tempo, algumas potencialidades econômicas ligadas ao patrimônio biológico do país. Nossas fontes de água doce – as mais fartas do planeta – significarão, ao longo deste século, uma vantagem promissora. O vasto território e sua insolação permanente podem nos transformar em grande produtor de biomassa, no exato momento em que outras formas de energia estão se extingüindo. Se protegidos, a biodiversidade de nossos eco-sistemas e os conhecimentos dos povos tradicionais poderão multiplicar as possibilidades do país em biotecnologia, um dos ramos econômicos cuja explosão é dada como certa, nas próximas décadas.

Enxergar e aproveitar oportunidades é algo inerente à cultura empresarial. Fazê-lo em sintonia com a construção de uma sociedade mais justa é base do conceito de responsabilidade social das empresas. Dois anos depois de iniciado o movimento pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, no Brasil, estamos em condições de comemorar muitas vitórias. Mas exatamente por as termos alcançado, é possível vislumbrar o passo adiante, o desafio ainda não atingido, as metas capazes de mobilizar nossas energias.

Enfrentar a desigualdade. Estabelecer uma relação sustentável com nosso imenso patrimônio natural. No segundo aniversário dos ODM, estas duas frases poderiam resumir nossas ambições de longo prazo. Para conquistá-las, as empresas precisarão, como lembrava Ghandi, incorporá-las a sua própria identidade e cultura – até se transformarem, elas próprias, em exemplo do país que queremos.

Antonio Martins é jornalista. Este texto é um trecho do manual produzido pelo Instituto Ethos: O compromisso das empresas com as metas do milênio – volume II. O texto original completo pode ser encontrado aqui.


Liberdade para o Conhecimento

Bomba atômica foi fecundada pela relatividade, mas nasceu
de múltiplas descobertas científicas
Imagens: Reprodução
   
Fórmula aparece em manuscrito do artigo "O problema mais
urgente de nossa época", que Einstein escreveu para a revista de
divulgação científica Illustrated Science, em alemão, em 1946

Uma pequena quantidade de massa, quando multiplicada pela velocidade da luz (cerca de 300 mil quilômetros por segundo) ao quadrado, pode ser convertida em uma enorme quantidade de energia (E=mc²). A fórmula que consagrou Albert Einstein entre leigos, demonstrada em artigo publicado em 1905, permaneceria 27 anos sem ser comprovada até fertilizar a mente de cientistas que, aos poucos, visualizaram nela uma potente aplicação militar. “Não é impossível que, com corpos cujo conteúdo-energia [conteúdo energético] é variável em alto grau (e.g. com sais de radium), a teoria possa ser testada com sucesso”, prevê Einstein no terceiro artigo que compõe os anos mirabilis.

A partir da Segunda Guerra Mundial, a bomba atômica passou a ser almejada como trunfo militar e sinônimo de poderio econômico. Difícil é precisar quando surgiu a idéia de transformar a teoria na prática, mas há fortes indícios que a descoberta da fissão nuclear, em 1939, tenha sido o principal catalisador dessa reação.

Antes, porém, muitas foram as contribuições para que a imagem do quebra-cabeça fosse concluída.O físico neozelandês Nelson Ernest Rutherford foi o grande mentor, em 1932, do irlandês Ernest Walton e do inglês John Cockroft que, pela primeira vez, produziram a divisão nuclear artifical completa de um núcleo atômico, através do bombardeamento de núcleos de lítio com prótons (acelerador de partículas), originando núcleos de hélio e produzindo uma pequena quantidade de energia, como demonstrava E=mc². Foi também sob a supervisão de Rutherford, em Cambridge, que o físico inglês James Chadwick, descobriu os nêutrons no núcleo do átomo. Justamente por essas partículas serem semelhantes em massa aos prótons, mas desprovidas de carga elétrica, que essa descoberta permitia que o núcleo fosse bombardeado e dividido sem haver tanta repulsão deste com os nêutrons (como no caso do bombardeio de prótons, com carga positiva), o que produzia a liberação de uma quantidade superior de energia.

Três anos mais tarde, o físico italiano Enrico Fermi conseguiu capturar nêutrons, bombardear o núcleo de urânio e descobrir a existência de novos elementos radioativos, que chamou de “transurânio”. Seus progressos científicos chamaram a atenção da física Lise Meitner e dos químicos Otto Hahn (Nobel de Química de 1944) e Fritz Strassmann, todos alemães, que começaram a investigar quais seriam os elementos radioativos que surgiam após o urânio ser bombardeado com nêutrons. Mas foi apenas no fim de 1938 que Hans pediu os conselhos da física judia e de seu sobrinho, o também físico Otto Frisch – ambos vivendo na Suécia naquele momento– para concluir que o que estava ocorrendo era, de fato, uma fissão do núcleo de urânio, que originava bário e kriptônio, liberando grande quantidade de energia. A descoberta foi compartilhada com Niels Bohr, chefe do Instituto de Física Teórica da Universidade de Copenhague, em Estocolmo, onde trabalhavam os físicos alemães. Bohr, físico dinamarquês, em 1931, publicara sua teoria que mostrava que o isótopo do urânio-235, tinha mais poder de fissão que o urânio-238 e deveria ser o foco das pesquisas. Mais tarde, em 26 de janeiro de 1939, Bohr anunciou o feito durante a 5ª Conferência de Física Teórica que ocorreu em Washington. Intitulada Desintegração de urânio por nêutrons: novos tipos de reação nuclear, a descoberta foi publicada no periódico científico Nature em 11 de fevereiro de 1939.

Corrida pela bomba

A resolução de mais uma peça chave na compreensão do funcionamento do núcleo atômico auxiliou o alemão Werner Karl Heisenberg (Nobel de Física em 1932, pela descoberta de formas alotrópicas do hidrogênio) a perceber que o enriquecimento do urânio 235 seria “o único método de produzir explosivos mais poderosos em inúmeras ordens de magnitude que os explosivos mais fortes conhecidos”. Respeitado pela academia e reconhecido como o maior físico teórico da época, Heisenberg desempenhou um papel estratégico na história da bomba atômica.

O fato do desenvolvimento da bomba atômica poder dar a vitória à nação que a detinha e seus aliados, inflamou os ânimos de militares e cientistas norte-americanos, que acreditavam que os nazistas, nesse contexto, seriam os candidatos mais aptos a vencerem aquela corrida, afinal os alemães tinham descoberto a fissão nuclear, tinham acesso a minas de urânio, contavam com Carl von Weizsacker – filho do sub-secretário de Estado alemão, que estaria reproduzindo trabalhos americanos com urânio –, além de Heisenberg e da liderança de Adolf Hitler. A ameaça parecia suficiente para mobilizar um esforço de cientistas e militares em torno da construção de uma poderosa arma de destruição em massa, embora sua viabilidade ainda fosse duvidosa.
Einstein assina carta escrita por Szilard endereçada ao presidente
Roosevelt em 1939

Depois de receber o Nobel em 1938 por suas contribuições à física, Fermi deixa seu país natal para viver com sua esposa judia nos Estados Unidos. Ele e os físicos húngaros Leo Szilard e Eugene Wigner (Nobel de Física de 1963), naturalizados americanos, pesquisavam na Universidade de Columbia uma reação nuclear em cadeia que retroalimentaria a fissão de núcleos de forma contínua. A provável viabilidade de ampliar o poder da fissão de núcleos de urânio foi compartilhada com Albert Einstein, que concordou em assinar uma carta, escrita por Szilard ao presidente Franklin Roosevelt, pedindo cautela e “uma ação rápida por parte do governo”, uma vez que a reação em cadeia “conduziria também a produção de bombas, sendo concebível – embora muito menos certo – que bombas extremamente potentes de um novo tipo possam ser produzidas por este meio”. O documento, escrito em 2 de agosto de 1939 e entregue oito dias depois, também alertava para a necessidade de acelerar o trabalho experimental, fornecendo recursos financeiros, firmando parcerias entre institutos de pesquisa e laboratórios industriais, e investindo em reservas de urânio – disponíveis no Canadá e na (antiga) Tchecoslováquia e, principalmente no Congo Belga. Fato para o qual os alemães já teriam atentado, uma vez que as minas da Tchecoslováquia estariam tomadas por eles.

Depois dessa, outras três cartas foram endereçadas ao presidente norte-americano, com o intuito de reforçar a urgência de investimentos em pesquisas de energia atômica antes que a Alemanha nazista o fizesse. Não é certo que a carta, apenas, tenha desencadeado os acontecimentos posteriores. Alguns pesquisadores acreditam que Einstein não era bem visto pelo governo norte-americano por ser tido como comunista (leia reportagem sobre a vida de Einstein). Assim, sua carta não teria influenciado nos acontecimentos posteriores. É fato que a carta só chegou às mãos do presidente, por intermédio de Alexander Sachs, em 11 de outubro do mesmo ano. Szilard e Wigner, no entanto, acreditavam que apenas Einstein poderia ser ouvido pelo presidente da nação.

Após o documento, o governo de Roosevelt criou o Comitê de Estudos de Energia Atômica e, em fevereiro de 1940, uma pequena verba de US$ 6 mil foi liberada para pesquisas sobre energia atômica com envolvimento das forças armadas. Em agosto de 1942 surgia o Projeto Manhattan, a pedido do presidente norte-americano, para somar esforços de cientistas e militares dos EUA, Canadá e Grã-Bretanha em torno da utilização da energia nuclear e apoiado com uma verba de US$ 133 milhões. Liderados pelo físico Robert Oppenheimer, filho de um imigrante alemão, estava um grupo de cientistas altamente qualificados, incluindo os já mencionados Szilard, Fermi e Bohr, além de Luis Alvarez (Nobel de Física, 1968), Willard Libby (Nobel de Química em 1960) e Hans Bethe (Nobel de Física em 1967). Einstein, ao contrário do que se possa pensar, não foi convidado a participar do projeto.

Pouco antes, em fevereiro do mesmo ano, a Alemanha faria o encontro do Conselho de Pesquisa Reich sobre física nuclear, iniciado por Heisenberg com a palestra “Física nuclear como armamento”, quando falou das propriedades explosivas da fissão nuclear do urânio 235. Em outras ocasiões, o mesmo cientista, reunido com outros especialistas e representantes do governo alemão, reafirmaria que a pesquisa em física nuclear poderia contribuir para esforços de guerra mas, ao explicar como a bomba poderia ser construída, apontou os altos custos que seriam necessários a sua produção, como o uso de toneladas de urânio, o que inviabilizaria o projeto.

Até a bomba sair do papel para a área de testes estima-se que mais de 100 mil pessoas estiveram envolvidas diretamente no Projeto Manhattan, que consumiu um total de US$ 2 bilhões até sua utilização. No final de 1942, testes com urânio e grafite comprovaram a obtenção bem sucedida de uma reação em cadeia, cuja energia era medida pouco antes de a reação ser interrompida. O primeiro e decisivo teste da bomba nuclear de plutônio ocorreu em 16 de junho de 1945, no deserto do Novo México em uma área isolada. Diz-se que Oppenheimer e outros cientistas, localizados a quase 10 quilômetros do local, puderam ver, ouvir e sentir o impacto da explosão da primeira bomba atômica, com 60 cm de diâmetro, 180 cm de comprimento e quatro toneladas de peso.

Assustados, fascinados e preocupados com as conseqüências da explosão de uma bomba com efeitos reais, em 17 de julho de 1945, Szilard e outros 69 cientistas assinam uma petição ao presidente dos Estados Unidos na qual expõem sua preocupação com o uso da bomba. “Até recentemente, temíamos que os Estados Unidos pudessem ser atacados por bombas atômicas durante esta guerra e que nossa única defesa seria contra atacar com os mesmos meios. Hoje, com a derrota da Alemanha, este perigo foi evitado. (...) A guerra deve ser rapidamente concluída com sucesso e o ataque com bombas atômicas pode ser um método efetivo. Sentimos, no entanto, que tais ataques contra o Japão não podem ser justificados, ao menos que não sejam aceitos os termos impostos ao Japão depois da guerra, de forma pública e detalhada, e que o Japão recuse a oportunidade de se render”.

Três semanas após os testes no deserto norte-americano, caiam sobre Hiroshima e Nagasaki em 6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente, as bombas atômicas, mesmo sem ter sido dada a chance do país se render. “Isso mais cedo ou mais tarde aconteceria”, afirma Roberto Martins, físico e historiador da ciência da Unicamp. Acredita-se que o ataque surpresa a Pearl Harbor, nos EUA, pelos japoneses, em 1941, que levou os americanos a entrarem, definitivamente, na Segunda Guerra Mundial, teria motivado a experimentação em massa de um advento científico de custo astronômico e de potência pouco previsível, que não poderia ser engavetado.

A explosão assustou leigos e cientistas, envolvidos ou não no projeto que a desenvolveu. A subida do cogumelo de fogo a mais de 1200 metros do solo, matou mais de 210 mil habitantes, deixou outros milhares afetados pelos efeitos da radiação pelas próximas gerações e marcou o início de uma era militar e científica sem precedentes. “A responsabilidade do trabalho do cientista aumentou muito depois da Segunda Guerra Mundial; antes, as pessoas não se preocupavam tanto com as conseqüências que a pesquisa teria”, acredita Roberto Martins.
Protótipo do reator nuclear alemão, 1945

Depois que a Alemanha foi derrotada e invadida, não mais do que um protótipo de um reator nuclear de água pesada foi encontrado, “prova que os alemães não estavam mesmo investindo na bomba”, conclui Martins. Algo parecido com o caso de ausência de provas de armas de destruição em massa na invasão do Iraque? “Essa história é velha”, ironiza o historiador da ciência. “Quando os cientistas alemães convenceram as autoridades de que não dava para fazer uma arma a curto prazo, que seria inviável e os gastos imensos, imediatamente eles também se desinteressaram em jogar dinheiro no projeto de pesquisa nuclear”, diz.

“Mesmo se o governo alemão tivesse tentado fazer bombas atômicas durante a guerra – o que não fez – os alemães provavelmente não poderiam ter repetido o esforço americano”, ponderou o historiador Mark Walker do Union College, nos EUA, em artigo que explica porque os Estados Unidos conseguiram a bomba (Stud. Hist. Phil. Mod. Phys, vol. 26 de 1995).

Até hoje não há consenso entre especialistas sobre as razões que levaram a Alemanha a não investir na construção da bomba nuclear. Um dos documentos mais relevantes surgiu há cerca de dez anos, quando foram divulgadas as transcrições de conversas entre cientistas alemães, incluindo Heisenberg. Depois da rendição da Alemanha, foram levados para Cambridge onde ficaram “hospedados” durante semanas, justamente para terem suas conversas gravadas. Tinham acesso aos acontecimentos mundiais, via rádio, como a notícia do uso da bomba atômica sobre Hiroshima. A princípio céticos, os alemães passam a falar sobre o ocorrido e acabam aliviados por saber que seu país não desenvolveu a bomba, embora pudessem tê-lo feito.

Em um outro momento, Martins conta que, após questionado por seus colegas físicos, Heisenberg detalha a construção da bomba americana, o que demonstraria que teria conhecimento para tanto, mas preferiu evitar sua construção. Alguns ponderam que caso os cientistas suspeitassem que estavam sendo gravados, não teriam sido espontâneos, verdadeiros. “Eu acredito na versão de Heisenberg”, declara Roberto Martins.

(GB)


                                             Albert Einstein
                                             Old Grove Rd.
                                             Nassau Point
                                             Peconic, Long Island

                                             August 2nd 1939

F.D. Roosevelt
President of the United States
White House
Washington, D.C.



Sir:

      Some recent work by E.Fermi and L. Szilard, which has been com-

municated to me in manuscript, leads me to expect that the element uran-

ium may be turned into a new and important source of energy in the im-

mediate future. Certain aspects of the situation which has arisen seem

to call for watchfulness and, if necessary, quick action on the part

of the Administration. I believe therefore that it is my duty to bring

to your attention the following facts and recommendations:

      In the course of the last four months it has been made probable -

through the work of Joliot in France as well as Fermi and Szilard in

America - that it may become possible to set up a nuclear chain reaction

in a large mass of uranium,by which vast amounts of power and large quant-

ities of new radium-like elements would be generated. Now it appears

almost certain that this could be achieved in the immediate future.

      This new phenomenon would also lead to the construction of bombs,

and it is conceivable - though much less certain - that extremely power-

ful bombs of a new type may thus be constructed. A single bomb of this

type, carried by boat and exploded in a port, might very well destroy

the whole port together with some of the surrounding territory. However,

such bombs might very well prove to be too heavy for transportation by

air.



                                 -2-

      The United States has only very poor ores of uranium in moderate

quantities. There is some good ore in Canada and the former Czechoslovakia.

while the most important source of uranium is Belgian Congo.

      In view of the situation you may think it desirable to have more

permanent contact maintained between the Administration and the group

of physicists  working on chain reactions in America. One possible way

of achieving this might be for you to entrust with this task a person

who has your confidence and who could perhaps serve in an inofficial

capacity. His task might comprise the following:

      a) to approach Government Departments, keep them informed of the

further development, and put forward recommendations for Government action,

giving particular attention to the problem of securing a supply of uran-

ium ore for the United States;

      b) to speed up the experimental work,which is at present being car-

ried on within the limits of the budgets of University laboratories, by

providing funds, if such funds be required, through his contacts with y

private persons who are willing to make contributions for this cause,

and perhaps also by obtaining the co-operation of industrial laboratories

which have the necessary equipment.

      I understand that Germany has actually stopped the sale of uranium

from the Czechoslovakian mines which she has taken over. That she should

have taken such early action might perhaps be understood on the ground

that the son of the German Under-Secretary of State, von Weizsäcker, is

attached to the Kaiser-Wilhelm-Institut in Berlin where some of the

American work on uranium is now being repeated.

                                            Yours very truly,
                                             signature
                                            (Albert Einstein)


Einstein's Second Letter to Roosevelt

Notes:
    No comments at this time.
Source:
    Ronald W. Clark. Einstein: The Life and Times. New York: Avon Books, 1970: 678-679.

March 7, 1940

I wish to draw your attention to the development which has taken place since the conference that was arranged through your good offices in October last year between scientists engaged in this work and governmental representatives.

Last year, when I realized that results of national importance might arise out of research on uranium, I thought it my duty to inform the administration of this possibility. You will perhaps remember that in the letter which I addressed to the President I also mentioned the fact that C. F. von Weizsäcker, son of the German Undersecretary of State, was collaborating with a group of chemists working upon uranium at one of the Kaiser Wilhelm Institutes - namely, the Institute of Chemistry.

Since the outbreak of the war, interest in uranium has intensified in Germany. I have now learned that research there is carried out in great secrecy and that it has been extended to another of the Kaiser Wilhelm Institutes, the Institute of Physics. The latter has been taken over by the government and a group of physicists, under the leadership of C. F. von Weizsäcker, who is now working there on uranium in collaboration with the Institute of Chemistry. The former director was sent away on leave of absence, apparently for the duration of the war.

Should you think it advisable to relay this information to the President, please consider yourself free to do so. Will you be kind enough to let me know if you are taking action in this direction?

Dr. Szilard has shown me the manuscript which he is sending to the Physics Review in which he describes in detail a method of setting up a chain reaction in uranium. The papers will appear in print unless they are held up, and the question arises whether something ought to be done to withhold publication.

I have discussed with professor Wigner of Princeton University the situation in the light of the information available. Dr. Szilard will let you have a memorandum informing you of the progress made since October last year so that you will be able to take such action as you think in the circumstances advisable. You will see that the line he has pursued is different and apparently more promising than the line pursued by M. Joliot in France, about whose work you may have seen reports in the papers.


Einstein's Third Letter to Roosevelt

Notes:
    This is only a fragment of the letter's body.
Source:
    Ronald W. Clark. Einstein: The Life and Times. New York: Avon Books, 1970: 681.

April 25, 1940

I am convinced as to the wisdom and the urgency of creating the conditions under which that and related work can be carried out with greater speed and on a larger scale than hitherto. I mwas interested in a suggestion made by Dr. Sachs that the Special Advisory Committee supply names of persons to serve as a board of trustees for a nonprofit organization which, with the approval of the government committee, could secure from governmental or mprivate sources or both, the necessary funds for carrying out the work. Given such a framework and the necessary funds, it (the large-scale experiments and exploration of practical applications) could be carried out much faster than through a loose cooperation of university laboratories and government departments.


Einstein's Fourth Letter to Roosevelt

Notes:
    Subject: Fourth Einstein Letter
    Date: Mon, 08 Dec 97 16:07:03 EST
    From: William Lanouette
    To: Glenn Elert

    This fourth letter to FDR was [also drafted] by Leo Szilard. In it Einstein proposed that the President hear Szilard's views about setting policies for the A-bomb. Einstein told FDR that it was Szilard who first raised the possibility of nuclear weapons and that this had led Einstein to write the first letter in August 1939. Einstein said that Szilard and other scientists were interested in communicating their views about policy to members of FDR's cabinet and that it was worth the President's time to hear what Szilard had to say. The letter failed to reach President Roosevelt before his death on April 12th 1945.
Source:
    William Lanouette with Bela Silard. Genius in the Shadows: A Biography of Leo Szilard, The Man Behind the Bomb. Chicago: University of Chicago Press, 1994: 261-2.

112 Mercer Street
Princeton, New Jersey
March 25, 1945

The Honorable Franklin Delano Roosevelt
President of the United States
The White House
Washington, D.C.

Sir:

I am writing to introduce Dr. L. Szilard who proposes to submit to you certain consideration and recommendation. Unusual circumstances which I shall describe further below introduce me to take this action in spite of the fact that I do not know the substance of the considerations and recommendations which Dr. Szilard proposes to submit to you.

In the summer of 1939 Dr. Szilard put before me his views concerning the potential importance of uranium for national defense. He was greatly disturbed by the potentialities involved and anxious that the United States Government be advised of them as soon as possible. Dr. Szilard, who is one of the discoverers of the neutron emission of uranium on which all present work on uranium is based, described to me a specific system which he devised and which he thought would make it possible to set up a chain reaction in un-separated uranium in the immediate future. Having known him for over twenty years both from his scientific work and personally, I have much confidence in his judgment and it was on the basis of his judgment as well as my own that I took the liberty to approach you in connection with this subject. You responded to my letter dated August 2, 1939 by the appointment of a committee under the chairmanship of Dr. Briggs and thus started the Government's activity in this field.

The terms of secrecy under which Dr. Szilard is working at present do not permit him to give me information about his work; however, I understand that he now is greatly concerned about the lack of adequate contact between scientist who are doing this work and those members of your Cabinet who are responsible for formulating policy. In the circumstances I consider it my duty to give Dr. Szilard this introduction and I wish to express the hope that you will be able to give his presentation of the case your personal attention.

Very truly yours,

(A. Einstein)


Annotated Bibliography
Mirror Sites of the First Letter

Letter from Albert Einstein to President Franklin D. Roosevelt: 08/02/1939. ARC Identifier 593374.
    The letter itself is in the Franklin D. Roosevelt Library in Hyde Park, NY. The link above takes you to the National Archives copy of this item in pdf form.
Einstein to Roosevelt, August 2, 1939. Leo Szilard Home Page. Gene Dannen.
    An html document that includes an inline image of the letter with some insightful commentary on its origin. Part of the truly excellent Leo Szilard Online. (As noted earlier, Szilard was the primary author of the letter.) This is easily the best site from a content standpoint.
Einstein's Letter to FDR. Frontiers: Research Highlights 1946-1996. Argonne National Laboratory.
    An html document with inline images of the letter.
Einstein/Sachs Document Collection. Manhattan Project Heritage Preservation Association.
    A series of 20 documents represent the complete written communication that took place between President Roosevelt and the scientific community (represented by Albert Einstein, Leo Szilard, Edward Teller, and Eugene Wigner) in the Fall of 1939.

Related Links

Albert Einstein Online. S. Morgan Friedman.
    The source of all things Einstein (formerly located at the University of Pennsylvania).
Albert Einstein's Long Island Summer. Chuck Rothman.
    An interesting brush with greatness story from the period in Einstein's life when he was approached to "author" the letter.
Atomkeller-Museum. Stadt Haigerloch, Deutschland.
    The site where the last German experiments on nuclear fission were conducted during World War II. Werner Heisenberg, Carl-Friedrich von Weizsäcker, and Karl Wirtz headed the research. Includes audio files of interviews with Heisenberg.
Einstein Archives Online.
    Itemized database of several thousand documents written by, written to, or written about Albert Einstein. Many items in his own handwriting. Does not contain any images of his letters to Roosevelt, however.
Leo Szilard Online. Gene Dannen.
    The source of all things Szilard; the author of the famous first letter as well as the obscure fourth letter.
The Expanded Quotable Einstein. Alice Calaprice.
    A book published by Princeton University Press.

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Teoria unificadora permanece em aberto

Albert Einstein é um nome de consenso no mundo da ciência. Mas o berço do homem que ficou mundialmente conhecido foi a física teórica, que visa explicar a natureza e o mundo sem a preocupação direta de gerar novos processos, produtos ou aplicações. Suas teorias abriram as portas para uma nova concepção de natureza, mundo e até do universo, envolvendo desde a menor partícula subatômica até o movimento dos astros. O ponto de partida para o reconhecimento mundial de Einstein foram os três artigos publicados em 1905, nos quais ele defendeu idéias que não só tiveram grande impacto em diversos campos da ciência como ainda não eram possíveis de serem comprovadas experimentalmente com 100% de exatidão. No entanto, o homem já definido como "gênio do século XX" não atingiu uma de suas maiores metas: uma teoria que unifique todas as leis da física, que até hoje mobiliza um grande número de cientistas: .

Um dos artigos de 1905 diz respeito ao chamado "efeito fotoelétrico" e apresenta uma teoria que culminaria com o prêmio Nobel de 1921. O físico alemão defendeu a idéia que a luz não era uma entidade ondulatória, mas composta de partículas denominadas fótons. Idéia revolucionária para a época, segundo o professor Victor Rivelles, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP): "Na época, já se considerava que o elétron, uma das partículas subatômicas, poderia ser definido como uma onda, mas Einstein propôs o inverso, de que a luz fosse vista como uma partícula", explica. A teoria foi amplamente testada e criticada até se chegar no atual consenso de que a luz tem um comportamento dual, ou seja, se propaga como uma onda, porém se comporta como partícula quando interage com a matéria. Mesmo enfrentando a resistência de grandes nomes da comunidade científica, as idéias de Einstein foram finalmente aceitas em meados do século XX: "Em 1949, o físico americano Robert A. Milikan, considerado o primeiro cientista a medir a carga de um elétron, confessou ter dedicado mais de dez anos de trabalho testando a equação de Einstein para o efeito fotoelétrico, com absoluto ceticismo em relação a sua validade", explica Paulo Freitas Gomes, doutorando do Instituto de Física da Unicamp. Ao contrário das expectativas de Milikan, os resultados experimentais confirmaram a teoria, sem qualquer ambigüidade.

Outra idéia audaciosa, lançada em 1905, foi a explicação do chamado "movimento browniano", constatado a partir das lentes do microscópio do cientista Robert Brown no início do século XIX. O experimento era relativamente simples: ao colocar partículas de pólen em uma gota d'água, as mesmas mantinham-se em um constante movimento caótico. A causa era desconhecida e gerou uma corrida da comunidade científica no início do século XX, vencida por Einstein. Sua conclusão dizia que a causa do fenômeno era o choque constante das partículas de pólen com as moléculas de água, gerando o movimento caótico. Para se ter uma idéia do significado da afirmação, foi a primeira proposta concreta de comprovação da existência de átomos no âmbito da física: "Hoje a existência de átomos é vista como uma coisa trivial, mas no início do século era uma idéia que encontrava bastante resistência", afirma Victor Rivelles. A partir daquele momento, "passou-se a aceitar a idéia de que os átomos eram reais e não uma entidade fictícia que auxiliava os químicos a estabelecer determinadas leis", completa o pesquisador. O terceiro artigo, publicado no ano de 1905, fixa as leis da relatividade restrita, que podem ser definidas, em linhas gerais, como a comprovação de que nenhum fenômeno se propaga em uma velocidade acima da velocidade da luz.

Segundo Rivelles, todos os três artigos de 1905 demonstram a grande competência de Einstein, porém precederam o apogeu da sua carreira: "Tratava-se de fenômenos que estavam sendo amplamente pesquisados e, mais cedo ou mais tarde, seriam descobertos por alguém", afirma. Cerca de dez anos depois, Einstein lançaria a teoria da relatividade geral, que o tornaria mundialmente famoso.

Rivelles explica a teoria da relatividade geral a partir de um exemplo bastante claro. De acordo com a mecânica newtoniana vigente em 1915, entre quaisquer dois corpos celestes haveria a atuação de uma força gravitacional de tal dimensão que, se pudéssemos mover o sol de lugar, imediatamente a terra também alteraria sua órbita. Só que, a partir da relatividade restrita, Einstein apontou um primeiro problema: como nenhum fenômeno pode se propagar com velocidade superior a da luz, o efeito da mudança do sol levaria cerca de 6 a 7 minutos para repercutir na terra, já que este é o tempo aproximado que os raios solares demoram para chegar até o nosso planeta. Einstein propôs, então, uma teoria da gravitação que respeitasse esse limite.

Só que o preço pago foi muito alto: esta idéia fundamentou uma outra concepção de espaço e de tempo. Para Isaac Newton, espaço e tempo eram fixos, não participavam da física. No entanto, para que a gravitação tivesse essa velocidade limitada (como no caso dos seis a sete minutos para uma alteração na órbita do sol ser sentida na terra), era preciso que o espaço e o tempo dependessem do conteúdo da matéria do universo. Espaço e tempo passaram a ser variáveis consideradas pela física e o universo passou a ser visto como uma grande membrana, que se deforma de acordo com a matéria que existe dentro dele.

Hoje se reconhece que a relatividade geral é muito mais profunda e também deveria ter lhe rendido o Prêmio Nobel de Física. Segundo Victor Rivelles, seu valor está também no fato de que não havia nada que indicasse a necessidade de alteração da lei da gravitação, diferentemente dos fenômenos que inspiraram os estudos anteriores. Além disso, os testes que buscam comprovar sua validade estendem-se até os dias atuais, pois na época em que ele foi concebido praticamente não havia um suporte experimental refinado que o comprovasse.

De acordo com Paulo Gomes, da Unicamp, a busca pela sua comprovação permanece até os dias atuais. Pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) e da Nasa, a agência espacial do governo norte-americano, construíram, em abril do ano passado, um experimento denominado Gravity Probe B para testar as últimas previsões da teoria da relatividade geral. Foi enviado para orbitar a cerca de 640 Km dos pólos da terra um satélite com giroscópios totalmente livres de qualquer perturbação. Os equipamentos têm a função de constituir um sistema de referência de nosso espaço-tempo quase perfeito. Eles irão medir as distorções no referencial de espaço-tempo motivas pelo movimento gravitacional terrestre. Segundo Gomes, “embora de impacto muito pequeno na vida da grande maioria dos seres humanos, esses efeitos têm implicações profundas para a natureza da matéria e da estrutura do universo”, afirma.

Mesmo assim, Gomes afirma que ainda há aspectos relevantes da teoria a serem comprovados. Questionado sobre o motivo de, depois de quase 8 décadas da publicação dos trabalhos de Einstein, os cientistas gastarem tanto tempo e dinheiro para testar a teoria da relatividade geral, ele afirma: “Apesar dela estar entre as mais brilhantes criações da mente humana, unindo espaço, tempo e gravitação, e de trazer uma luz para o entendimento de fenômenos bizarros como buracos negros e expansão do universo, ela continua sendo uma das menos testadas e mais complexas teorias científicas”, conclui.

Na contramão
Paralelamente a essa trajetória pessoal de sucesso, Einstein ajudou indiretamente a consolidar a chamada mecânica quântica: "A interpretação do fenômeno fotoelétrico e as previsões da teoria da relatividade trouxeram um novo e definitivo impulso para aquilo que hoje chamamos de mecânica quântica, que é o ferramental teórico para entendermos como coisas muito pequenas, como moléculas, átomos e partículas subatômicas, se comportam", afirma Leandro Tessler, professor do Instituto de Física da Unicamp. Segundo explica o físico, a teoria da relatividade também permite concluir, no que diz respeito ao mundo microscópico, que o processo de aceleração de partículas seguido do choque com algum metal gera emissão de radiação. Posteriormente, descobriu-se a utilidade desse princípio na construção de aparelhos de raios-x e infra-vermelho, utilizados em diversos tipos de equipamentos.

Curiosamente, Einstein iria bater de frente com a mecânica quântica nos últimos anos de sua vida, mesmo com novas pesquisas e avanços tecnológicos obtidos. Isto porque boa parte da teoria desse ramo da física, surgida posteriormente aos seus artigos, trabalha com probabilidades estatísticas e não com explicações causais para os fenômenos que acontecem no mundo das partículas atômicas. Daí surgiu a famosa frase "Eu não acredito que Deus jogue dados com o mundo", que ilustra aquilo que alguns biógrafos chamam de "beco sem saída" do final da sua vida. Segundo Victor Rivelles, "a mecânica quântica contraria muito o bom senso e é muito difícil de ser compreendida, mas acabamos aceitando porque vamos ao laboratório e identificamos os fenômenos que ela prevê". No entanto, segundo o professor da USP, Einstein não aceitava tal situação e morreu acreditando que a mecânica quântica era algo provisório, mesmo quando a grande maioria da comunidade científica já a considerava fundamental.

Outro fator que reforçava a desconfiança de Einstein com a mecânica quântica era a contradição com alguns pontos da teoria da relatividade, que inviabilizava outra busca incessante do final da sua vida, a de uma teoria totalizante que englobasse todas as leis da física. Rivelles destaca que algo que chama a atenção de muitos físicos nos dias atuais é essa contradição: "Se você tentar aplicar a mecânica quântica junto com a relatividade geral, ou seja, buscar efeitos quânticos no campo gravitacional, importantes para entendermos os buracos negros ou a formação do universo, vamos obter uma inconsistência", afirma o pesquisador. Desse modo, Einstein insistia em questionar a mecânica quântica

Apesar dessa situação ter abalado sua imagem, o legado de Einstein para a ciência e para humanidade permaneceu inquestionável, mesmo distante daquilo que hoje é chamado de física aplicada, voltada para a resolução de problemas práticos: "Einstein deu uma contribuição eminentemente teórica para a física, investigando simplesmente o que é o universo, sem se preocupar com aplicações", completa Victor Rivelles. No entanto, segundo Leandro Tessler, seu legado é extremamente abrangente, repercutindo em áreas como nanotecnologia, ciência dos materiais, teorias de formação do universo e energia nuclear, entre outras.
Unificação pode vir da teoria das cordas - A principal teoria que está avançando na busca de uma unificação das leis e princípios da física é a teoria das cordas, porém não segue a linha proposta por Einstein, que desconsiderava a mecânica quântica. Trata-se da teoria das supercordas, que visa explicar as quatro forças fundamentais em atuação no universo: a gravitacional, a eletromagnética, a nuclear forte e a nuclear fraca. Entre os que colaboraram de maneira significativa para o seu advento, estão o físico alemão Theodor Kaluza e do sueco Oscar Klein. A teoria considera que as cordas são unidades fundamentais do nosso universo: "A premissa básica é que tudo no nosso universo seriam cordas, incluindo as partículas subatômicas, mas com comprimento extremamente pequenos" afirma Paulo Gomes.


O significado do tempo: Einstein e Bergson

Márcio Barreto

A virada do século XIX para o século XX foi marcada pelo aparecimento de algumas inconsistências no corpo teórico da física: com as equações de Maxwell, o desenvolvimento do eletromagnetismo colocava em cheque alguns princípios que sustentavam o sólido edifício da mecânica construído por Galileu e Newton. As trincas que surgiram neste edifício pareciam ter solução simples e da qual o tempo de pesquisa se encarregaria; mas um ainda obscuro funcionário público da Suíça percebeu que a mudança deveria ser radical e que uma revolução nos conceitos de tempo, espaço e gravidade seria necessária para salvar os fundamentos da física.

Albert Einstein encontrou no escritório de patentes de Berna – onde começou a trabalhar em 1902 – uma tribuna de honra para assistir ao desfile das novas tecnologias que ligavam o triunfo da eletricidade sobre a mecânica aos sonhos da modernidade. O problema a ser resolvido na época era o da sincronização de relógios necessária ao bom funcionamento da malha ferroviária e das linhas de telégrafo e ao deslocamento de tropas. Não é por acaso, portanto, que Einstein parte da revisão do conceito de simultaneidade para formular a teoria da relatividade.

Ao remeter o tempo para um plano inacessível à nossa experiência imediata, mas consistente em sua formulação matemática, ou seja, ao atribuir à realidade uma quarta dimensão temporal, o cientista alemão resolveu os problemas da física no início do século XX. No entanto, é preciso notar que, a partir dos artigos de 1905, o senso comum começa a acreditar que a relatividade veio dar ao tempo um significado filosófico que Santo Agostinho já procurava na Idade Média: a relatividade parece ter revelado o que realmente o tempo é. Einstein passou a ser mitificado como o personagem que resolveu a questão do tempo, não apenas cientificamente, mas principalmente num domínio filosófico avalizado pela ciência. Porém, como observou Peter Galison (Universidade de Harvard), um olhar mais atento à sua obra revela que “diferentemente da imagem tradicional, segundo a qual Einstein foi um cientista-filósofo, ele redefiniu a simultaneidade a partir de necessidades práticas existentes em seu tempo...”.

A euforia com que o público em geral recebeu, em 1919, os resultados experimentais previstos pela teoria da relatividade alimentou o mito do homem que traria ao mundo devastado pela Primeira Grande Guerra novas soluções para antigos problemas. O tempo “reinventado” na relatividade foi, sem dúvida, o que mais tocou o imaginário do senso comum e contribuiu para construção da caricatura do cientista exótico cuja inteligência fora capaz de dar ao tempo seu verdadeiro significado. Na verdade, Einstein trabalhou no plano tecnológico-científico, extirpando qualquer significado filosófico do conceito de tempo.

A convite de Langevin, Einstein visita Paris em 1922 onde expõe para um seleto e entusiasmado público no Collège de France suas já consagradas e incompreendidas idéias. Em sua exposição do dia 6 de abril, um dos ouvintes, o filósofo francês Henri Bergson, observou que, apesar da euforia em torno da relatividade, o significado filosófico do tempo não era contemplado pela teoria conforme se supunha. Disse o ilustre ouvinte:
" [...] O que eu quero estabelecer é simplesmente o seguinte: uma vez admitida a relatividade como teoria física, nem tudo está terminado. Resta determinar o significado filosófico dos conceitos que ela introduz. Resta descobrir até que ponto ela renuncia à intuição e até que ponto ela permanece atada à intuição: resta fazer a parte do real e do convencional nos resultados aos quais ela chegou, ou, principalmente, nos intermediários que ela estabeleceu entre a posição e a solução do problema. Ao fazer este trabalho no concernente ao tempo, perceberemos, creio, que a teoria da relatividade nada tem de incompatível com o senso comum."

Ao que Einstein respondeu:
"A questão se coloca então assim: o tempo do filósofo é o mesmo tempo do físico? [...] Ora, o tempo físico pode ser derivado do tempo da consciência. Primitivamente os indivíduos têm a noção da simultaneidade de percepções; eles podem se entender entre eles e concordarem sobre qualquer coisa que percebem; esta seria uma primeira etapa em direção ao tempo objetivo. Mas existem eventos objetivos independentes dos indivíduos e, da simultaneidade das percepções, nós passamos às dos eventos propriamente ditos. E, de fato, aquela simultaneidade não conduziu à nenhuma contradição durante longo tempo devido à grande velocidade da luz. [...] Não há, portanto, um tempo dos filósofos; apenas existe um tempo psicológico diferente do tempo dos físicos".

Como vemos, Einstein foi perspicaz ao se esquivar da abordagem filosófica do tempo, preferindo permanecer no terreno científico. Mais do que isso, apesar da falsa idéia segundo a qual Einstein teria descoberto a verdadeira natureza do tempo iluminando as trevas onde a filosofia se encontrava, ele rejeitou o tempo dos filósofos.

A questão bergsoniana, levantada no rápido debate de 1922, desdobrou-se numa das mais polêmicas obras de Bergson: Durée et Simultanéité, publicada no mesmo ano, parece colocar em dúvida os princípios da teoria de Einstein. No entanto, os argumentos do filósofo não questionam a validade científica da relatividade, mas mostram que a teoria radicalizou a confusão entre tempo e espaço. Se tal misto passou a ser a mais fiel tradução dos fenômenos naturais, ele não serve para dar ao tempo um significado filosófico.

O misto entre tempo e espaço já era tratado por Bergson em obras anteriores à revolução einsteiniana: quando um móvel descreve uma trajetória, a linha descrita no espaço é confundida com o próprio movimento; podemos dividir essa linha em tantos pontos quanto queiramos para associar a cada um desses pontos um instante. Um intervalo de tempo é composto da somatória de todos os infinitesimais pontos-instantes dispostos entre dois deles e, segundo Bergson, a duração não pode ser construída com instantes imóveis, pois o essencial da durée é a constante mudança, o fluxo ininterrupto do tempo criador de formas. Por mais infinitesimal que seja a divisão do intervalo de tempo, a soma das partes nunca será igual ao todo. Mesmo que nos restrinjamos ao espaço, a uma linha reta sem associá-la ao tempo, sabemos que a não enumerabilidade dessa reta é um problema ainda sem solução para as lógicas convencionais.

Embora se trate de um artifício, a decomposição do tempo é muito útil na organização das nossas ações inteligentes e, se não atribui ao tempo um significado filosófico, permite à ciência trabalhar com essa grandeza fundamental no estudo dos fenômenos em geral.

No início do século XX, quanto mais complexa tornava-se a organização da vida sobre o planeta, maior era a necessidade de que esse tempo fosse único e sincronizado. Num passo adiante das necessidades cotidianas, Einstein percebeu que esse tempo único era múltiplo, que sua medida dependia do observador. Mas sua reformulação segue o modelo anterior, pois persiste o misto tempo-espaço numa forma muito mais complexa. O estofo que se passa entre dois instantes (a durée bergsoniana) era irrelevante na teoria.

Bergson não rejeitou a relatividade. Ao contrário, ele percebeu na linguagem simbólica da teoria algo ressonante com sua própria filosofia e reconheceu o valor científico desta criação da inteligência humana.

A inteligência prepara uma ação do corpo no mundo e, portanto, destina-se a medir, calcular, prever, para que o uso de símbolos e a fragmentação do tempo em instantes imóveis no espaço sejam necessários. No extremo oposto ao da inteligência encontra-se a intuição. Neste espectro entre a inteligência e a intuição, situa-se a nossa consciência, situando-se quase sempre mais próxima da primeira. Bergson, porém, acredita que é através da intuição que podemos apreender o que Proust chamaria de “um pouco de tempo em estado puro”.

Segundo o filósofo, a vida, graças à sua capacidade inventiva, dividiu-se em vegetal (especializada em captar energia) e animal (responsável pela locomoção que garante o espalhamento da vida). No reino animal, a inteligência desenvolveu-se com o sistema nervoso nos vertebrados, mas entre os invertebrados foi a intuição – forma elevada do instinto – que teve um desenvolvimento maior. As abelhas, por exemplo, organizam-se guiadas por essa intuição enquanto os humanos planejam inteligentemente.

Apesar da cisão, instinto e inteligência conservam um caráter indiviso, pois, como disse Deleuze, "quando a vida se divide em planta e animal, quando o animal se divide em instinto e inteligência, cada lado da divisão, cada ramificação, traz consigo o todo sob um certo aspecto, como uma nebulosidade que acompanha cada ramo, que dá testemunho de sua natureza indivisa. Daí haver uma auréola de instinto na inteligência, uma nebulosa de inteligência no instinto, um quê de animado nas plantas, um quê de vegetativo nos animais.”

Na humanidade da qual fazemos parte, a intuição é quase inteiramente sacrificada à inteligência. No entanto, ela está presente, mas vaga e sobretudo descontínua. É uma lâmpada quase apagada, que se reaviva apenas de vez em quando, e apenas por alguns instantes. Mas reaviva-se, em suma, quando um interesse vital está em jogo. Sobre a nossa personalidade, sobre a nossa liberdade, sobre o lugar que ocupamos no todo da natureza, sobre a nossa origem e talvez mesmo sobre o nosso destino, diz Bergson, “ela projeta uma luz vacilante e fraca, mas que não deixa de iluminar a escuridão da noite em que nos deixa a inteligência”. Esses lampejos vindos da franja periférica da nossa consciência podem nos revelar a pura duração, onde a inteligência só pode enxergar uma medida espacial.

Intuir é coincidir. Uma rocha, um rio que passa e o murmúrio contínuo de minha vida interior são diferentes contrações da duração que percebo quando coincido com cada uma delas, quando nelas me instalo de imediato. Quando compreendemos a intuição em Bergson, percebemos que sua filosofia está mais próxima da ciência de seu tempo do que aparenta. A multiplicidade do tempo na relatividade é análoga a diferentes contrações da duração bergsoniana. Bergson não via nada de estranho nas diferentes medidas de tempo para diferentes referenciais na teoria de Einstein. Para ele, o pretenso tempo homogêneo é um ídolo da linguagem, uma ficção, pois não há um ritmo único da duração; é possível imaginar muitos ritmos diferentes, os quais, mais lentos ou mais rápidos, mediriam o grau de tensão ou de relaxamento das consciências, e desse modo fixariam seus respectivos lugares nas séries dos seres. Não nos acontece, diz Bergson, “perceber em nós mesmos, durante o sono, duas pessoas contemporâneas e distintas, sendo que uma dorme alguns minutos enquanto o sonho da outra dura semanas?”.

A observação feita pelo filósofo francês no debate de 1922 procurava mostrar o que há de intuição na inteligência e o que há de duração no tempo da relatividade. Infelizmente, assim como as origens metafísicas do conceito de força à distância de Newton perderam-se na poeira levantada pelo triunfo do mecanicismo, a questão bergsoniana foi ofuscada pelo mito de Einstein. Por isso, continuamos a tomar a medida do tempo pelo próprio tempo, mesmo na complexidade desta teoria que completa um século em 2005.


Márcio Barreto é físico e aluno de doutorado no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Unicamp.

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Atualizado em 10/03/2005

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ENSINO INTERATIVO ONLINE
Que venha a revolução

Por Thomas L. Friedman em 22/05/2012 na edição 695

    Reproduzido do Estado de S.Paulo/The New York Times, 18/5/2012, tradução de Augusto Calil

Andrew Ng é professor assistente de ciências da computação em Stanford, e ele tem uma maneira bastante simpática de explicar como a nova empresa de ensino interativo online da qual ele é cofundador, a Coursera, espera revolucionar o ensino superior ao permitir que estudantes de todo o mundo assistam às aulas dele, recebam tarefas para fazer em casa, sejam avaliados, recebam um certificado de conclusão do curso e então usem isso para conseguir um emprego melhor ou a admissão numa faculdade melhor.

“Normalmente, costumo lecionar para 400 alunos”, explicou Ng. Mas no último semestre ele deu aula para 100 mil num curso online de aprendizagem de máquina. “Antes, para chegar a tal número de alunos, eu teria de dar as aulas do meu curso normal de Stanford por 250 anos.”

Bem-vindo à revolução no ensino das universidades. Grandes avanços ocorrem quando aquilo que se torna subitamente possível encontra-se com aquilo que é desesperadamente necessário. O custo da obtenção de um diploma superior tem aumentado mais rapidamente do que o do atendimento médico e, por isso, a necessidade de oferecer um ensino superior acessível e de qualidade tornou-se mais aguda do que nunca. Ao mesmo tempo, numa economia do conhecimento, a obtenção de um diploma do ensino superior é mais vital do que nunca. E, graças à disseminação da tecnologia de acesso sem fio à internet de alta velocidade, dos smartphones, do Facebook, da computação em nuvem e dos tablets, o mundo passou de conectado a hiperconectado em apenas sete anos. Por fim, uma geração que cresceu cercada por essas tecnologias sente-se cada vez mais à vontade para aprender e interagir com os professores por meio das plataformas online. A combinação de todos esses fatores resultou no nascimento da Coursera.org, lançada em 18 de abril, contando com o apoio de fundos de investimento do Vale do Silício, como informou meu colega John Markoff.

Faz anos que empresas particulares como a Phoenix oferecem diplomas online em troca de uma taxa. E instituições do ensino superior como o MIT e Stanford já oferecem aulas gratuitas online. A Coursera é o próximo passo: a construção de uma plataforma interativa que permitirá às melhores universidades do mundo oferecer não apenas uma ampla gama de aulas e cursos gratuitos na rede como também um sistema de exames, avaliações, ajuda mútua entre os estudantes e concessão de certificados de conclusão de cursos por menos de US$ 100. (Parece ser um ótimo negócio. O ensino normal na Universidade Stanford custa mais de US$ 40 mil por ano.) A Coursera está começando com 40 cursos online – da computação às ciências humanas – ministrados por professores de Stanford, Princeton, Michigan e a Universidade da Pensilvânia.

Plataforma

“As universidades produzem o conteúdo e são donas dele, e nós somos a plataforma que o hospeda e retransmite via streaming”, explicou Daphne Koller, professora de ciências da computação em Stanford que fundou a Coursera em parceria com Ng depois de ver dezenas de milhares de estudantes seguindo as aulas de Stanford oferecidas gratuitamente por eles na rede. “Também vamos trabalhar com possíveis empregadores para levar aos estudantes – com o consentimento deles – oportunidades de emprego que sejam apropriadas para suas novas habilidades. Assim, uma empresa de biomedicina, por exemplo, que esteja em busca de alguém com habilidades nas áreas de programação e biologia computacional pode nos procurar para pedir o contato de estudantes que tenham apresentado bom desempenho nos nossos cursos. Trata-se de uma ótima oportunidade para empregadores e empregados – algo que permite a uma pessoa de ensino menos tradicional obter as credenciais que abrem as portas para oportunidades do tipo”, disse Koller. O MIT, Harvard e empresas privadas como a Udacity estão criando plataformas semelhantes. Em questão de cinco anos, esta será uma indústria imensa.

Embora as aulas sejam em inglês, os estudantes têm formado grupos de estudo em seus países para ajudarem uns aos outros. O maior número de matrículas vem dos EUA, Grã-Bretanha, Rússia, Índia e Brasil. “Um estudante iraniano enviou-me um e-mail dizendo que tinha descoberto um modo de baixar os vídeos das aulas e os estava gravando em CDs, divulgando-os”, disse Ng.

“Acabamos de ultrapassar a marca de um milhão de matrículas.” Para tornar o aprendizado mais fácil, a Coursera divide as palestras em segmentos curtos e oferece questionários online, cujo resultado pode ser avaliado pelo próprio aluno, para ajudar na fixação de cada ideia. Tudo funciona com base na crença de que os estudantes vão honrar o compromisso feito, mas a empresa está construindo ferramentas para reduzir as trapaças.

Em cada curso, os estudantes publicam questões num fórum online. As perguntas são vistas por todos, que votam naquelas que deveriam receber mais atenção. “Assim, as perguntas mais úteis logo chegam ao topo da lista, enquanto as perguntas menos interessantes vão parar no fim dela”, disse Ng. “Com 100 mil alunos, é possível registrar cada pergunta feita. Trata-se de uma imensa mina de dados.” Além disso, se um aluno tiver uma pergunta a respeito da palestra do dia, embora seja manhã no Cairo e em Stanford ainda sejam 3 horas, não há problema. “Sempre há em algum lugar alguém disposto a responder sua pergunta” depois que ela é publicada, disse Ng.

Essas plataformas de ensino de alta qualidade podem permitir que universidades comunitárias americanas “invertam” suas salas de aula.

Ou seja, baixar as melhores aulas do mundo e deixar que seus professores se concentrem no trabalho direto com os estudantes. Quando pensamos na quantidade de problemas em todo o mundo que podem ser atribuídos à dificuldade no acesso ao ensino, vemos que esta é uma ótima notícia. Que tenha início a revolução.

***

[Thomas L. Friedman é colunista, escritor, ganhador do Prêmio Pulitzer]
 

 

 

 

 

 

 

 

Governo mexe na poupança
Alteração entra em vigor dia 04.05.2012...

Decidido a abrir caminho para novas quedas da taxa de juros básica, o governo retirou o maior obstáculo legal para que possa cumprir esse objetivo: mudar as regras de remuneração da aplicação financeira mais popular do país, a caderneta de poupança. Pelo novo sistema, a caderneta passa a ser remunerada em 70% da taxa Selic quando ela for inferior a 8,5%, e pelo sistema atual, quando for superior. Nada muda para as contas já existentes.

A mudança derrubou ainda mais os juros futuros, que passaram a apontar uma taxa Selic de 8% a 8,25% para o ano. A taxa real de juros - de 360 dias, descontada a inflação projetada em 12 meses, de 5,53% - atingiu nova mínima histórica, aos 2,45% ao ano.

Ao mesmo tempo em que abriu caminho para juros menores, a medida ainda mantém a pressão sobre os fundos de investimentos que cobram taxas altas de administração. Uma simulação que leva em conta a nova fórmula da poupança mostra que cerca de 40% dos fundos DI e de renda fixa distribuídos no varejo vão continuar perdendo da poupança. Com o juro de hoje - 9% ao ano -, praticamente metade dessas carteiras já rendem menos do que a caderneta.

O governo preservou a atratividade dos fundos com taxa de administração de até 0,75% para aplicações em seis meses e taxas de até 1% para investimentos a partir de um ano. São nessas carteiras mais baratas que estão cerca de 80% do patrimônio dos fundos DI e de renda fixa.

O plano original do Palácio do Planalto era de só alterar a rentabilidade da poupança após as eleições de outubro. O cenário externo, que voltou a piorar, a demora na reação da atividade econômica doméstica e os sinais da última ata do Copom, de que os juros podem cair mais, motivaram a antecipação da medida. Ela foi anunciada após seguidas reuniões da presidente Dilma Rousseff com o Conselho Político, com dirigentes de centrais sindicais e com um grupo de empresários ao longo do dia. Dilma procurou se cercar de um amplo apoio político para mexer em um tema tão delicado.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que as alterações na caderneta são "um passo fundamental na direção de remover resquícios herdados do período de inflação alta".
FONTE: Valor Online.

Ministro das Minas e Energia e Presidente da Petrobras não se entendem - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, foi desautorizado pela presidente da Petrobras, Graça Foster, depois de ter informado a jornalistas que o diretor financeiro e de relações com investidores da estatal, Almir Barbassa, seria substituído junto com o da área internacional, Jorge Zelada. A resposta da Petrobras foi rápida. Bem diferente da posição adotada na quarta-feira, 25 de abril. Naquela data a assessoria de imprensa informou que não se pronunciaria sobre a troca de diretores porque se tratava de assunto que cabia ao conselho de administração.

De fato, na sexta-feira a empresa só informou ao mercado o nome dos novos diretores depois da reunião do conselho. Ontem foi enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um comunicado algumas horas depois de Lobão ter afirmado textualmente sobre a substituição.

Coincidência ou não, as ações da Petrobras caíram ontem 2,72% (PN) e 3,12% (ON), revertendo fase de alta iniciada na terça-feira em Nova York e na quarta-feira no Brasil. Para o analista de um banco estrangeiro, o ministro "só fala o que não deve e o que não sabe".

Desde a semana passada, quando ficou conhecida a substituição de três diretores da Petrobras - saíram Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços) e mais tarde se soube que o conselho pediu um tempo por não chegar a um consenso sobre o novo diretor internacional - são frequentes as inclusões do nome de Barbassa no rol das substituições. E o diretor financeiro nunca foi relacionado a indicações políticas, ao contrário dos executivos que deixaram seus cargos.

Algumas conclusões que podem ser feitas sobre a Petrobras de Graça Foster é que a presidente quer uma diretoria técnica não vinculada a políticos. E o recado ontem sobre Barbassa parece ser que a executiva não gostou de ver o nome do diretor financeiro mencionado por um ministro político como Lobão, ligado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Principalmente em um momento em que o PMDB e o PP precisam chegar a um consenso para escolher o substituto de Zelada na diretoria internacional, a única que Graça parece admitir deixar para indicações.

Mas o ambiente político em torno da CPI que vai investir as ligações de Carlinhos Cachoeira com a Delta poderia também estar influenciando as mudanças na estatal. A Delta deixou recentemente o consórcio construtor do Comperj.

Lobão e Graça Foster estiveram juntos ontem no BNDES em seminário sobre a África. Enquanto Lobão deu entrevista, a presidente da Petrobras disse que o dia ontem era do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lobão citou a troca do diretor financeiro quando perguntado sobre a indicação do diretor internacional. Mais tarde, sua assessoria informou que a orientação era não confirmar a frase da maneira como estava em alguns sites de notícias. A frase do ministro foi a seguinte: "A presidente, num primeiro momento, mudou três diretores. Num segundo momento, mudou dois. Faltam dois, que é o da internacional e também a financeira, a diretoria financeira". Não ficou claro se ele se referia Graça Foster ou à presidente da República, Dilma Rousseff. Segundo Lobão, Sergio Machado, também do PMDB, será mantido na Transpetro.
FONTE: Valor Online.

Rapidinhas...
- É uma irresponsabilidade do Governo Federal e da Caixa Econômica Federal não informar adequadamente ao público e empresas em geral sobre as regras da obrigatoriedade para a certificação digital. Eles confiam nos Contadores e que estes informem à seus clientes, mas existe um agravante importante: todas as pessoas físicas que possuem funcionários (empregadas domésticas, passadeiras, arrumadeiras, pintores, serralheiros, piscineiros, grameiros, etc) devem fazer a sua certificação digital e-CPF até o dia 30 de junho de 2012. Se isso não for feito, a partir de 01 de julho, ninguém consegue fazer recolhimento de FGTS (a tal conectividade social, coordenada pela Caixa Econômica Federal). E a maioria dessas pessoas não possuem Contadores e nem imaginam dessa obrigatoriedade. Existem também pequenas empresas, algumas rurais, e mesmo urbanas, que desconhecem a legislação aplicável. Quando é para propagandear sobre o que fez e o que deixou de fazer aí sim, o governo é mestre. Alardeia aos quatro cantos...
- O governo federal anunciará em breve a saída de mais dois municípios da lista dos maiores desmatadores da floresta amazônica: Alta Floresta, no norte do Mato Grosso, e Santana do Araguaia, no Pará. Em comum, eles conseguiram reduzir de forma significativa suas taxas de desmatamento nos últimos anos e têm pelo menos 80% de sua área mapeada e cadastrada. A retirada elevará para quatro os municípios que adotaram práticas mais sustentáveis e deixaram a lista do Ministério do Meio Ambiente - antes deles saíram Paragominas e Querência, também no Pará e Mato Grosso, respectivamente. A relação inicial continha 43 municípios. A má notícia é que outros sete municípios foram acrescentados à lista em 2011, devido a uma revisão de critérios que fechou um pouco mais o cerco ao desmatamento.
- As novas regras de remuneração da poupança não vão implicar, a princípio, em mudança na indexação dos contratos de financiamento imobiliário. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou ontem veementemente que haverá alguma alteração na forma como são feitos os financiamentos habitacionais no país. "Hoje existe grande concorrência no crédito imobiliário, porque a população brasileira ganhou condições para comprar a casa própria", afirmou. Mas a adoção de uma taxa variável para os financiamentos à habitação já se apresenta no horizonte do setor imobiliário como solução plausível para o financiamento à habitação num cenário de Selic igual ou inferior a 8,5% ao ano, no qual entrará em vigor o novo cálculo de rentabilidade da poupança.
- As promessas de François Hollande, o candidato socialista favorito na eleição presidencial na França neste próximo domingo, 06, de favorecer o crescimento contra a austeridade e assumir uma liderança mais forte na Europa impulsionaram sua campanha, mas também geraram dúvidas no mercado. Hollande chega à reta final com vantagem nas pesquisas de 6 a 10 pontos sobre o presidente Nicolas Sarkozy. E fortalecido pelo apoio, anunciado ontem, do centrista Francois Bayrou, que obteve 9,1% no primeiro turno presidencial.
                             
Fernando Toscano       

Editor do Portal Brasil     


 

 

Riade e Teerão, a onda de choque em uma região da Síria em tumulto

    Tudo começa, tudo termina em Gaza

A escalada da violência em Gaza, em Março confirmou a natureza instável do status quo e os impasses da estratégia israelense.
por Jean-Pierre Filiu, abril 2012
Vistoria
Gaza, como uma entidade autônoma, foi moldada pela guerra de 1948-1949. Durante o conflito, muitos palestinos expulsos se reuniram lá. Primeiro-ministro israelense David Ben Gurion, sempre visionário, compreendeu imediatamente o risco de uma tal concentração de refugiados no noroeste do Negev. Porque a barreira natural do deserto do Sinai tem impedido de acontecer em Gaza um fenômeno de dispersão, como foi o caso nos países vizinhos, com o surgimento de campos de refugiados ao redor de Amman, Beirute e Damasco.
A própria terra se transformou, pelo menos, dois terços de sua população, um enorme campo de refugiados. Ben Gurion pensado para absorver este problema com a sua oferta de anexação, mas foi enterrado em 1949 na Conferência de Lausanne. Gaza tornou-se o abscesso da frente sul, os ataques de teste de terra de intimidação e bombardeio indiscriminado.
A invasão israelense de 1956, durante a crise de Suez, foi acompanhada por uma repressão sangrenta, mas tiveram de ser evacuados de Gaza, sob pressão internacional. Ben Gurion deveria centrar-se vista, em seguida, padrão na mão de ferro do presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, o que garante uma força tranquila nesta área até 1967. A ocupação da Faixa de Gaza, no início da guerra de junho, era inicialmente um desafio para Israel em termos de insurgência contra o rosto de uma tenacidade de guerrilha palestina inigualável. Geral Moshe Dayan, que brutalmente esmagado os insurgentes decidiram dissolver em Gaza "   Open House   "(Livre circulação) com Israel e na Cisjordânia. Esta política deu frutos por duas décadas. O primeiro-ministro Yitzhak Rabin decidiu, em 1993, tanto para sistematizar "   encerramentos   "Território e abrir um diálogo com a Organização de Libertação da Palestina (OLP).
Livrar-se de Gaza tornou-se a obsessão das autoridades israelenses, que buscavam transferir a manutenção da ordem em uma força palestina, mesmo reservamos o direito (...)
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Encontre a versão completa deste artigo no Le Monde Diplomatique em Abril de 2012, atualmente nas bancas, e na publicação eletrônica .
Jean-Pierre Filiu
Professor na Sciences Po Paris. Autor, incluindo um histórico de Gaza, a ser publicado em maio pela Fayard e que inspirou este artigo.

 

 

 

Titanic

Naufrágio completa 100 anos

José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Um século depois, o naufrágio do Titanic – um dos maiores desastres da história naval – continua fascinando pessoas de todo o mundo. Em 15 de abril de 1912, o navio inglês afundou após colidir com um iceberg no Atlântico Norte, deixando 1.514 mortos entre passageiros e tripulação. Desde então, se tornou um ícone da cultura ocidental, tema de livros, filmes, peças de teatro, músicas, museus e obras de arte.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

O que tanto chama a atenção do público são os elementos de uma narrativa que, de tão incrível, parece ser fictícia. A história do Titanic combina tragédia, heroísmo, romantismo, sobrevivência, cobiça e questões sociais, características que compõem um retrato da sociedade moderna.

Antes da eclosão das duas guerras mundiais, os avanços tecnológicos alimentavam promessas de um futuro idílico para a espécie humana. O Titanic representava um desses marcos do domínio do homem sobre a natureza na era industrial. Construído pela companhia White Star Line, era o mais luxuoso e moderno navio de passageiros, numa época em que as viagens de longa distância eram feitas em embarcações.

Um dos mitos sobre o naufrágio dizia que o navio era chamado de "inafundável" por seus construtores. O adjetivo seria justificado pelos compartimentos dotados de sistema de escoamentos de água, um dos triunfos da engenharia náutica daquele tempo. Tal alcunha, entretanto, só foi conferida pela imprensa após o desastre.

Outra lenda, perpetuada por filmes, atribuía também aos proprietários o lema "Nem Deus pode afundar". Tal afirmação nunca foi feita, mas ajudou a ressaltar componentes míticos e religiosos na trama do naufrágio.

Além do arrojo científico, o transatlântico exibia o refinamento da belle époque na Europa do começo de século. Tudo foi planejado para priorizar o conforto dos passageiros, o que incluía piscina, ginásio de esportes, bibliotecas, campos de squash, restaurantes e cabines, em ambientes decorados no estilo renascentista e vitoriano.

Mas toda essa comodidade era exclusiva da primeira classe, onde viajavam integrantes da alta sociedade inglesa e norte-americana, como nobres, industriais e empresários. Apartados das celebridades, na terceira classe estavam alojados milhares de imigrantes europeus que partiram em busca do "sonho americano". O navio era, assim, o microcosmo da divisão econômica de classes.
 

Icebergs

Setecentas e dez pessoas sobreviveram ao naufrágio e fizeram um relato impressionante, cujo quebra-cabeça seria completado décadas mais tarde por pesquisas realizadas a partir da descoberta dos restos do navio, submersos a 3,8 mil metros, em 1985.

No dia 10 de abril o Titanic deixou o porto de Southampton, na Inglaterra, para sua viagem inaugural rumo à Nova York, nos Estados Unidos. Fez escalas na França e na Irlanda, onde embarcaram mais passageiros (homens, mulheres e crianças). Havia um total de 2.224 pessoas a bordo.

O Titanic era comandado pelo capitão Edward J. Smith, veterano dos mares que fazia sua última jornada antes de se aposentar. Morto no acidente, seria retratado ora como um herói ora como responsável pela catástrofe.

Na noite de 14 de abril, a despeito de avisos de icebergs na rota, o Titanic seguia a toda a velocidade (40 km/h). O objetivo era chegar ao destino antes do tempo previsto de uma semana e, assim, vencer a acalorada competição entre firmas de transatlânticos, que disputavam tanto o transporte de passageiros quanto de cargas e correspondência. Conforto, lazer e rapidez eram os requisitos para vencer essa "guerra".

Por isso, quando os vigias deram alerta de um iceberg no caminho da embarcação, era tarde demais para evitar o choque. Uma série de cortes ao longo do casco de aço, numa extensão de 90 metros, causou a inundação de cinco dos seis compartimentos do navio, algo inusitado para os engenheiros que projetaram o sistema à prova d'água.

Com o equilíbrio comprometido, o afundamento se tornou inevitável. O capitão, então, deu duas ordens: uma para enviar mensagens de socorro por telégrafo e outra para que os passageiros deixassem o navio em botes salva-vidas.

Hipotermia

O problema é que havia somente 20 botes, suficientes para 1.178 pessoas ou um terço do total de passageiros. O número, porém, atendia às normas de segurança do começo do século.

A tripulação adotou a convenção internacional de priorizar mulheres e crianças, o que explica a maioria masculina das vítimas. Mas, mesmo assim, os botes deixaram o Titanic aquém da lotação. Entre os motivos, a incredulidade dos próprios passageiros em abandonar uma fortaleza flutuante para se lançarem no abismo escuro e gélido do oceano.

Às 2h20 a proa afundou e, com o peso, o navio rompeu-se ao meio e submergiu. Milhares de pessoas morreram minutos depois de hipotermia (a temperatura da água era de 2 graus negativos). Os sobreviventes foram salvos pela tripulação do Carpathia, fabricado pela concorrente Cunard Line. Entre eles estavam o presidente da White Star, J. Bruce Ismay, dono do Titanic que, acusado de covardia, caiu no ostracismo e foi à falência.

Após a tragédia foram criadas novas normas de segurança internacional marítima. Mas o Titanic, mais do que um episódio da "era de ouro" dos transatlânticos, sobrevive até hoje como uma das mais incríveis histórias da humanidade.
 

Direto ao ponto volta ao topo
Há 100 anos, em 15 de abril de 1912, ocorreu o naufrágio do Titanic, um dos maiores desastres da história naval do mundo. Durante a viagem inaugural, da Inglaterra aos Estados Unidos, a embarcação colidiu com um iceberg no Atlântico Norte.

Sem botes salva-vidas para todos os passageiros, 1,514 morreram, a maioria de hipotermina nas águas geladas. Apenas 710 sobreviveram e contaram uma das histórias mais incríveis da humanidade, sobre coragem, cobiça, covardia e sobrevivência.

Na época, os transatlânticos travavam uma disputa acirrada por passageiros e transporte de cargas e correspondência entre os continentes. Rapidez e conforto estavam entre os principais quesitos levados em conta na construção das embarcações.

Viajando a toda a velocidade, o Titanic não pode parar a tempo de evitar o choque com o iceberg. E mesmo o moderno sistema de compartimentos à prova d´água – o mais avançado que existia – não impediu que submergisse em pouco mais de duas horas após o acidente.

Depois do naufrágio, as normas de segurança marítima foram mudadas. Mas o legado do Titanic iria além, preservado na cultura ocidental na forma de dezenas de livros, filmes, peças de teatro, museus e obras de arte.


Saiba mais

  • Titanic ? A História Completa (Contexto): livro do historiador Philippe Masson que traz detalhes sobre o naufrágio e o legado do Titanic.
     
  • Titanic (1997): dirigido por James Cameron, é considerado o melhor filme que aborda o desastre, com foco no romance fictício entre um casal de passageiros de classes diferentes.
*José Renato Salatiel é jornalista e professor universitário.

 

 

 

 

 

 

 

 

Infográfico

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Most Popular
19 abr 2012

O naufrágio do Titanic: 100 Anos Depois

Na semana passada marcou o centenário do naufrágio histórico do Titanic em sua viagem inaugural de Southampton, Inglaterra, para Nova York. Veja como o aniversário foi comemorado:
  • O iceberg que afundou o Titanic introduzido no Hall da Fama Internacional Iceberg
  • 1.000.000 de pessoas deram as mãos pelo cais de Southampton e Kate Winslet nua na foto
  • Os jornais britânicos homenageados no aniversário, quebrando a sua fonte manchete raramente usada 100-ponto
  • Carnival Cruise Lines flashmob onde os passageiros vestidos com trajes de época e lutou mais de botes salva-vidas
  • Passeios de um dia para o meio do Atlântico para ver o que aconteceu com navios afundando ser
  • Cassinos Riverboat oferecido convidados $ 50 em fichas grátis em troca de ir dia inteiro sem dizer "afundamento" ou "Titanic"
  • A Liga Anti-Iceberg patrocinado seu relatório anual Derreta-a-Thon, incentivando a todos ao redor do mundo para queimar tanto combustível fóssil quanto possível
  • Assistidos esse filme ... o que foi que chamou de? ... O navio que ia para baixo ... certo, Poseidon Adventure
  • Pouco chacrinha em um barco

 

RMS Titanic, a navegação e os relatórios de gelo

por Dr.Paul Lee
Com agradecimentos a Brian Hill e Alan Ruffman

Tem sido amplamente divulgado que o inverno de 1912 tinha sido excepcionalmente quente, resultando em uma quantidade maior do que o normal de icebergs e gelo campo quebrando solto a partir do círculo Ártico e à deriva no Atlântico Norte sobre a definição de Labrador sul atual. Para os primeiros meses do ano, o gelo era um incômodo para os navios ao largo da costa norte-oriental do Canadá que se restrinja a uma região fora dos Grandes Bancos da Terra Nova ... mas o gelo logo começou a ser relatado por vasos muito mais ao sul, rumo aos portos na costa leste dos Estados Unidos. Em abril, o gelo havia afetado navios título para Boston, Portland, Saint John (New Brunswick) ... e Nova York. Este destino último era, naturalmente, o ponto para o qual o novo White Star Line navio Titanic se dirigia. Apenas alguns dias longe de completar a perna para fora de sua viagem inaugural, o navio estava cozinhando em cerca de 22,5 nós (25,9 mph). Seja por causa de excesso de confiança, apatia, ou a presença do presidente White Star Line a bordo estimulando a necessidade de velocidade extra, muitas advertências de gelo pelo rádio recebidos pelo novo Leviatã eram totalmente ignoradas. Um token de atrasar-la em mudança de rumo, trazendo-a ligeiramente ao sul de sua rota pretendida, não conseguiram evitar o inevitável encontro do aço e do gelo.
A sabedoria popular, impressa na mente dos historiadores, descreve um campo de gelo maciça, 3 ou 4 quilômetros de largura, e cerca de 55 milhas de comprimento (ou até mais - conta variar) deitado em uma direção aproximadamente norte-sul diretamente no caminho do Titanic, e rodeado por enormes icebergs. Mas há muitos relatos de gelo, espalhadas por todo o oceano, preservada em documentos contemporâneos (por exemplo, ver este link ), e desconhecido para os estudiosos do Titanic, possivelmente porque muitos deles eram de navios que não possuem wireless e tinha a relatar los verbalmente quando eles chegaram ao seu porto, não parece, pois, nas "imediata" da imprensa da perda do Titanic. Esta página tenta explorar os avisos de gelo e do impacto que teve sobre a navegação.

A rota para Nova York

Apesar de uma excelente discussão do percurso previsto do Titanic para Nova York podem ser encontradas aqui , os dados básicos pode ser repetido aqui por uma questão de integridade. A partir da costa sudoeste da Irlanda, e depois de uma breve parada em Queenstown, o Titanic dirigiu cerca de oeste-sudoeste em uma "Grande Círculo" é claro. Este curso, quando plotados em um mapa Mercator, não é uma linha reta. Devido à esfericidade da Terra, o caminho mais curto é uma curva quando retratado em tal mapa. O "Great Circle" rota forma um plano que intersecta o centro da Terra. No entanto, quando um local, chamado "O Canto" é atingido, o título é alterada de sudoeste para um curso mais a oeste. Isto é conhecido como um curso "loxodrômica". O Titanic, então, ir em direção ao farol Nantucket Shoals e depois para o farol de Ambrose. Outros navios também manobrado para o canto antes de alterar o curso; Califórnia e Monte do Templo (embora seu curso real levou mais para o sul e oeste, para evitar o gelo).
Nos meses de inverno, quando o risco de gelo é menor (apenas como seria para latitudes mais ao norte), vapores tomou uma rota norte, rumo a "Corner A" em cerca de 44 N, 47 W quando em direção ao oeste, ou 43 N 47 W quando rumo ao leste. Em 14 de janeiro, uma mudança habitual "Canto A" foi realizada, agora liderado por 42 embarcações N 47 W enquanto se dirigiam para o oeste.
A calamidade Titanic forçou uma mudança para estas rotas. No Inquérito do Senado dos EUA, capitão Knapp, o hidrógrafo da Mesa da Navegação, da Marinha Departamento em Washington, DC informou aos investigadores que,
16 de abril, as companhias de navegação em Nova York anunciaram que haviam mudado a sua rota para atravessar 47 oeste., Na latitude 41 norte, oeste, e atravessar 47 oeste, na latitude 40 10 'de latitude norte, leste.
18 de abril de ter recebido a aprovação do Secretário da Marinha, o tenente escritório dirigido. Grady, responsável pela filial Hidrográfica em Nova York, para conferir calmamente com as companhias de navegação e incentivar um pouco mais para sul, mudando de pista vapor. Ten. Grady encontrou as empresas totalmente aberto a sugestões, que telegrafou para suas casas europeias, e, de comum acordo, as faixas foram colocadas para o sul, como segue: 19 de abril de círculo, no sentido oeste grande latitude 38 norte, longitude oeste 45; então a latitude 39, longitude 50 oeste, norte, depois de Nantucket Lightship Shoals, então com Ambrose Lightship.
Eastbound, farol de Ambrose a latitude 40 norte, longitude 70 oeste e, depois de latitude 38 20 'de latitude norte, longitude oeste 50; então a latitude 38 20' de latitude norte, longitude 45 oeste e, depois grande círculo ao Rock Bispos.
Índice Lloyd Envio semanal para 16 de Maio de relatórios que o cruzamento oeste era chegar a longitude 45 e 50 N de latitude 38 N, e no sentido leste, para chegar a 45 e 50 N em 37 40 N.
As rotas no sentido oeste estão representados no diagrama a seguir. A linha superior vermelha indica rota prevista do Titanic, a próxima linha denota a pista nova, mais ao sul utilizado após o Titanic afundou. A linha de fundo vermelho mostra o dogleg que os navios forçados a perder os relatórios de gelo a partir de Abril 18. Essa mudança de rota era uma necessidade. Em 2 de maio de 1912, a White Liner Estrela Cedric deixou o Liverpool, chegando a Nova York 9 dias depois. Um telegrama de Nova Iorque a partir deste forro informou que "após deixar Queenstown, [ela] foi até o sul de 39 7 N, e no dia seguinte um campo de gelo foi avistada diretamente à frente."

 

A adoção dessas novas rotas parecem ter sido imediata (exceto provavelmente para navios que não tenham wireless e já a caminho da Nova Iorque ou Europa). No New York Times em 20 de abril de 1912, a Cunard SS Mauretania foi relatado para ter navegado "ao sul dos blocos de gelo", a rota mais atrasar a sua chegada até 19 de abril. Os dados apresentados no Anexo a esta página, mostra o navio estava em 40,56 N 48,41 W em 17 de abril, onde viu um iceberg 4 milhas ao norte, bem ao sul da rota do Titanic. A Mauritânia tinha recebido a notícia do desastre poucas horas depois de ter ocorrido no dia 15, mas os passageiros não foram informados da tragédia até quarta-feira, quando foi transmitida no jornal on-board. Os passageiros generosas então organizou uma coleta para os enlutados.
O que os outros navios? Como foi a sua navegação afetados? Este autor, navios pesquisados ​​para quem locais de início e datas pode ser determinado através de uma pesquisa na Internet e podem ser encontradas em publicações Lloyd, o que iria determinar qual direção os vasos estavam viajando. Essa informação poderá ser obtida a partir de sites como o Findmypast que lista de passageiros que transportava navios que saem das Ilhas Britânicas.
Uma ressalva é que eu assumo que as coordenadas impressas em publicações Lloyd e do New York Maritime Register estão corretos! No entanto, onde mais do que um conjunto de latitude e longitude são impressas, a retenção de razoável de curso do navio pode ser obtida. Para outros, a dúvida permanece, mas sem os registros de navegação dos navios, isto é tudo o que temos para trabalhar. Os dados recolhidos serão discutidas em seguida.
O caminho de gelo ao longo do tempo pode ser de exibição usando um programa apropriado, tal como a aplicação Java bespoke abaixo. No entanto, uma vez que ninguém estava rastreando cada pedaço de gelo, não há nenhuma maneira de saber se uma berg visto um dia foi o mesmo visto 'x' número de milhas de distância, no dia seguinte. E, se nenhum navio aconteceu a seguir uma rota onde o gelo se afastara, obviamente, isso levaria a aparente "remendos calvos" em um gráfico. Ainda assim, os gráficos são úteis para mostrar o que foi visto, onde e quando. O "onde" tem uma ressalva no que temos que assumem implicitamente que a localização dos navios são precisos. O "quando" também tem uma condição muito: na maioria dos casos, não há nenhuma menção do tempo do dia em que um avistamento ocorreu. É possível que, por exemplo, uma vista em iceberg uma coordenada de 06:00 é a mesma vista de 12 milhas afastado em 18:00.
Felizmente, o uso do Applet é auto-explicativo. O usuário pode selecionar uma região com um botão do mouse pressionado, eo painel de exibição principal será redimensionada para mostrar um zoom-in região;. As setas no perímetro do gráfico permite ao usuário mover-se para uma região selecionada Além disso, o incremento de tempo entre os dias pode ser especificado; o valor padrão é de 2 segundos; um número inferior pode não permitir que os dados a ser redesenhada no ecrã de forma adequada.
Os dados são codificados como se segue:
  • Dados de campo de gelo são apresentados no vermelho.
  • Dados são apresentados na Iceberg amarelo.
  • Ice campo e os dados são apresentados na berg-de-rosa.
  • Corpos e destroços do Titanic são exibidos em verde.
  • O contorno aproximada de Newfoundland está representado na ciano
  • As linhas ponteadas-tracejadas indicam que o navio encontrou gelo ao longo deste caminho
  • As linhas contínuas indicar a localização de gelo observada.
  • Caixas denotar que gelo foi observada dentro dos limites da área
As linhas laranja indicam as rotas realizadas por navios do 42 N 47 W "Corner". A linha mais alta vai para a St.John ', Newfoundland, a próxima linha anti-horário vai para Halifax, o próximo a Sable Island, e daí para St John, New Brunswick, a próxima linha vai para Portland, Maine. Os próximos atravessa linha amarela a rota para Boston, e na linha mais ao sul, ao sul de 42 N, vai para Nova York.
O Applet tem uma série de questões pendentes, que estão sendo trabalhados para cima. Ao aumentar o zoom, as linhas de latitude nem sempre aparecem, a capacidade de pausar e depois reiniciar a partir do tempo parado não funciona no momento (você tem que "parar" a simulação, e reiniciá-lo desde o início). Além disso, o "tooltips" instalação não funciona: o que permitirá ao usuário ser presenteado com uma caixa de exibição de informações pertinentes à área o cursor do mouse é colocado sobre.
Como já mencionado, agora podemos fazer uma determinação dos movimentos dos navios na área para o mês de abril de 1912. Por razões acima descritas, temos muitos desses dados com os quais trabalhar. O que eles nos dizem é conflitante e confusa, e, em alguns casos, controversa. Eu só lidava com os navios que atravessaram a rota de / para a Europa eo Nordeste da costa da América e Canadá. Os únicos navios que encontraram gelo ou destroços, enquanto viajando para o leste foram, o Portsmouth, a partir de Gulfport (16 de abril) para Cardiff (30 de abril), avistar destroços em 20 de abril, o Engenheiro de Manchester, a partir de St John, New Brunswick (18 de abril) para Manchester (02 de maio), o gelo avistamento em 23 de abril, o Riverdale, de Nova Orleans (10 de abril) para Hamburgo, gelo avistamento em 22 de abril, o Talisman, a partir de Mobile (09 de abril) para Liverpool (01 de maio), observação de gelo no 21 de abril, o Harlseywood, a partir de Mobile (09 de abril) para Manchester através Nofolk, Virginia (16 de abril), gelo avistamento em 23 de abril.
Destes, o seguinte pode ser dito: o Portsmouth, passou direto pela área de desastre; o Engenheiro Manchester foi um pouco ao sul e ao leste bem, quando ela avistou a "sua" gelo - aparentemente título mais ou menos em direção ao ligeiramente modificada "canto" anunciou em 16 de abril.
O Riverdale encontrou gelo um pouco para o sul, mas bem a leste do local do naufrágio, novamente, ela parece estar caminhando para um canto mais ao sul do que o Titanic fez. O mesmo pode ser dito para o Talisman SS, assim como o Harlseywood. É interessado em observar que, com exceção do Engenheiro Manchester, nenhum dos navios estavam indo para o leste do nordeste da costa dos EUA / Canadá portas encontrou gelo (tanto quanto sabemos). Estes navios parecem ter ignorado a congregação maciço de gelo para o oeste. O Engenheiro de Manchester, se dirigindo para um canto em 40 10 N 47 W de São João teria apenas contornou a sul do gelo aceito em 50 W, antes de encontrar gelo perto de seu ponto de viragem. Se uma pessoa vê o applet para a data de observação (23 de abril), pode-se ver um conjunto de relatórios na área bruta deste canto para o leste e oeste navios. Navios que não possuem wireless (estes navios não estão listados no presente relatório para junho de 1912; parece provável que eles não têm rede sem fio instalado em abril) e não se comunicar com outros navios através de morse lâmpada e da porta esquerda muito tarde para ter soube da declaração do capitão Knapp de linhas de navegação alterados teria dirigido em seus antigos cursos prescritos. O interessante é que três desses navios tinham cursos de portos bem ao sul da latitude de Nova York. Estes cursos podem ter impedido de participar em condições de gelo.
Embora muitas das rotas dos navios são quase certa, com os desvios provocados pela corrente, e mudanças na navegação causando alguns dos cursos a ser um pouco fora por alguns quilômetros, algumas delas causar problemas em nossa análise. Eles não parecem estar de acordo com as rotas aceitas.
Um tal exemplo é o Zeeland SS, na Antuérpia para Nova Iorque rota. Em 14 de abril, ela está em uma região ao norte da esquina, dirigindo em uma rota mais ou menos para o local de Nova York, antes de desviar para o leste para o sul para evitar uma enorme campo de gelo. O que ela estava fazendo tão longe para o norte? O Zeeland tinha rádio em Junho de 1912, ela pode ter desviado para evitar o gelo em seu curso rumo ao canto.
Um pequeno mistério que pode ser explicado é o do Rappahannock, ela encontrou gelo em 11 de abril. Ela é relatado para ter sido no Halifax rota para Londres, só que ela está em um curso directo entre o canto e St Johns, Nova Foundland! Se alguém examina as advertências de gelo para março de 1912, aprende-se que ela estava indo para St.Johns, uma possível explicação é que ela estava cozinhando para Halifax via St. Johns.
Mas esta é, como dito, um mistério menor; desses navios identificados na Lista de Lloyd, muitos são-curso fora, ignorando a 42 N 47 canto W completamente, alguns podem ser devido aos avisos de gelo antecipadas, mas a quantidade de desvio ( centenas de quilômetros em alguns casos) é significativo. Mas isso não pode explicar todos esses casos, pois nem todos os navios foram equipados com wireless. Pode ser que eles se desviou para evitar avistamentos de gelo não registradas, mas porque não relatá-los para Lloyd, ou qualquer outra autoridade? Uma discussão de todos estes casos é omitido, por razões de tédio e repetição. Claro, existem casos foram Lloyd relataram, ou foi dado, coordenadas erradas, mas estes serão discutidos mais adiante nesta página, e em qualquer assunto, casos isolados de gelo são verificados por avistamentos posteriores de icebergs e gelo campo, muitas vezes pela mesmo navio, reforçando a opinião do autor sobre a natureza correta de muitas posições.
A conclusão provável é que, em alguns, mas não todos os casos, os navios estavam fazendo uma rota mais curta, seja por ordens da empresa ou pelos caprichos dos capitães. A maioria dos navios que se encontraram gelo eram as embarcações no sentido oeste, e muitos dos que estavam navegando dos portos britânicos ... poderia o espectro da greve do carvão nacional tem forçado uma decisão econômica para salvar o carvão? Isso não pode ser toda a história, como o fim da greve foi anunciada em 06 de abril de 1912 e, mesmo assim, os navios ainda estavam cortando o canto ... e mesmo depois, em alguns casos, após as vias foram alterados após a catástrofe Titanic.

Dispersão dos destroços e do gelo, pós-desastre

No que diz respeito a disposição do campo de gelo perto do Titanic, o que podemos dizer? O já mencionado Capitão Knapp produziu este mapa para o Inquérito do Senado dos EUA:
 

É impreciso embora. Os dados dos Trautenfels, que encontraram no gelo muito no início da manhã em 14 de abril, foi fundida com a localização do Titanic angústia (que agora sabemos que era errado), cerca de 18 horas depois. De fato, os leigos do campo é tirado diretamente das Trautenfels. A localização SOS é bem a oeste da borda oeste do campo de gelo, que foi encontrado pelo Monte do Templo para ser 50 9.5 W em cerca de sete horas no dia 15 de abril. Claramente, o encontro entre Trautenfels e colisão do Titanic, o gelo tinha ido. Eu assumi que os Trautenfels relatados localização está correta. Ao misturar-se o relatório deste navio de gelo com a do Titanic, ele coloca o leviatã White Star, a leste do campo de gelo, o que é incorreto.
Felizmente, um outro mapa, desenhado pelo capitão do navio a vapor Stulping russo, o Birma SS, apareceu em The Daily Telegraph em 25 de abril de 1912. Como este gráfico é preciso, é uma fonte de debate.

 

Eu sobreposta a localização do gelo da Trautenfel sobre este gráfico, depois de cozinhar para 25 milhas, o campo foi liberado. Se se aceita a latitude southermost do campo Trautenfels, e iguala-lo para a ponta sul-oeste do campo do Birma, a direcção média do que pode ser determinado (a seta vermelho). O layout sudoeste-nordeste do gelo é rougly combinado entre os dois conjuntos de dados. Do relatório do Capitão Stulping, alojado no UK National Archives, nós sabemos que ele limpou o limite sul do campo e encontrou o Carpathia a cerca de 12:00. O extremo sul do gelo Trautenfels, em 41,40 N em 5:40 + o tempo de vaporização do Birma para contornar o gelo, agora está em cerca de 41 20 N em cerca de meio-dia. Em um pouco menos do que 18 horas e 20 minutos, o gelo tinha caminho 20 milhas sul; um máximo de 1,1 nós.
Outra evidência vem do relatório escrito por Marconi ss asiático Operador Howard para seus empregadores. Seu navio estava a caminho de rebocar um petroleiro, o Deutschland, que estava desamparado no meio do Atlântico, devido a uma escassez de carvão. O asiático feita para o navio e dirigiu-se em um curso de N70E ", a fim de trazer a asiática na mesma latitude que o Desutschland. Este curso foi continuado até 75 03:00 meridiano [Nova Iorque] Tempo de Maio Hora 14/12 quando o capitão novamente alterou o curso para S70E como ele esperava que o Deutschland à deriva ao sul. Eventualmente, o Deutschland foi avistado às 7h ... " que estava em 40 42 55 11 N W.
Além disso, ao 10:35, o Olímpico recebeu uma mensagem do parisiense, afirmando que o gelo campo estende-se a 41 22 N. O gelo prorrogado para o noroeste. Nova comunicação foi obtida em 12:50, quando os Jogos Olímpicos perguntou sobre como navegar na área do desastre:
"Safe de gelo campo para 41,22 50,14;.. Como o gelo foi ontem, você precisaria para orientar de que a posição sobre o Nordeste e Norte para cerca de lat 41,42 e 50, então a abordagem a sua posição a partir do oeste [sic] da direcção, sobre o oeste . noroeste Meu conhecimento da posição do Titanic à meia-noite foi derivado de sua própria mensagem a Nova York, em que você deu como 41,47, 50,20, se tal fosse correta, ela estaria em campo de gelo pesado e icebergs numerosos ".
O parisiense estava em 41 42 N, 49 55 W às 8:00 pm, para encontrar o extremo sul do gelo campo, ela teria de vapor para o sul. Isto seria a partir de uma latitude de 41 42-41 22; uma distância de 20 milhas. A uma velocidade de cerca de 12 ou 13 nós, levaria mais de uma hora e meia para chegar a este local, este é o tempo mínimo, uma vez que não a conheço longitude quando ela deixou o gelo atrás. Além disso, a correspondência com os Jogos Olímpicos deixa claro que o gelo foi nessa latitude "ontem" (ou seja - no dia 14, em um momento depois de 09:30). Obviamente, isso não seria a mesma posição ao meio-dia do dia seguinte.
Seguramente ancorado no porto em 21 de abril, o capitão Gambell do Virginian SS deu a sua conta do Titanic para a imprensa. "Passamos o local onde o Titanic afundou-se a uma distância de seis ou sete quilômetros. Eu tive que ir em torno de um campo de gelo. O gelo foi de forma compacta entre nós ea posição do Titanic quando ela desceu, e não teria havido grande perigo em ir mais perto. Não barcos, pacotes, ou destroços eram para ser visto. "
The Virginian pegou o pedido de socorro em menos 01:02 New York Time, quando ela estava 170 milhas ao norte do Titanic. Ela se virou e seguiu para o naufrágio, sua velocidade máxima ser 18 nós. Até o momento ele pegou uma mensagem do Carpathia instruindo-o a retomar a sua viagem (porque ela tinha pego os botes salva-vidas), o Virginian havia viajado 162 quilômetros. Isto seria a 10:02, perto de tempo Gambell de "10:00". Segundo Lloyd, o seu navio estava na área de "42 3 N, 50 20 W e 41 19 N, 49 50 W, onde viu os icebergs numerosos e growlers". Este relatório não menciona o campo de gelo, mas a sua entrevista com a imprensa fez. As coordenadas em revista Lloyd, por conseguinte, dá os limites do campo. Por essa conta, o menor extemity do gelo é 41 19 N; próximo ao valor do Birma do gráfico de 41 20 N. Os dados Virginian nos diz que o campo de gelo foi de 44 minutos, ou 44 milhas náuticas de comprimento.
Outra evidência pode ser inferida a partir do Monte SS Templo. Quando ela pegou o fundamento do Titanic para ajuda a 12:11, ela estava em 41 25 'N., 51 14' W e voltou. Até algum tempo depois de três horas, ela nunca encontrou qualquer gelo. O Monte do Templo tinha modificado seu curso original, baseada em avisos, e encontrou a "sua" esquina 41 15 N, 50 W. Ao trabalhar para trás, com base no rumo e velocidade, ela teria sido neste local em 7:15. Neste ponto, teria sido leve o suficiente para ver, e dadas as dimensões do Monte do Templo, ela teria sido capaz de ver cerca de 7 quilômetros até o horizonte. Portanto, o gelo, o que era invisível, ainda estava ao norte de 41 22 N.
Como ao norte fez o trecho de gelo? Localização controverso O californiano SS coloca o gelo em (pelo menos) 42 05 N, e se estendia até o norte eo sul como o olho pode ver. A Lena SS, que atracou em Portland, Maine, alguns dias depois deu mais alguns detalhes. No New York Times em 25 de abril, Diretor de Elias é entrevistado. Ele diz que a Lena passou a 34 quilômetros ao nordeste da posição dos destroços e que a noite "estava claro como um sino", ele certamente teria mencionado gelo se algum tinha sido visto? Se assim for, 34 milhas a nordeste da posição SOS seria uma latitude de 42 10 N. A Lena seriam título ligeiramente ao norte do oeste. Até o momento ela chegou a longitude do Titanic, ela seria, portanto, ainda mais para o norte. E ainda, por inferência, nada tinha sido visto.
Como é que a deriva comparar com outras estimativas? O californiano foi relatado para ter deixado destroços do Titanic em 41 33 N 50 01 W em 11:20, o que foi baseado em sua posição de meio-dia de 41 33 N 50 09 W ao meio-dia de trabalho e para trás. Mas, não há uma discordante. Groves terceiro oficial diz que o flotsam foi deixado em 10:40. Se usarmos a estimativa da velocidade a partir dos valores anteriores, os destroços agora está à esquerda na 50 53 W. O Titanic, como sabemos agora, afundou em 2:20 em 41 44 N 49 57 W. Por isso, pode-se deduzir dois valores para o velocidade e direção da corrente, ou seja, 1,26 nós a sul-sudoeste (195.22 graus) ou 1,37 nós a sul-sudeste (164,78). Ambos estes valores são ligeiramente mais do que isso inferido a partir dos dados Trautenfels / Birma.
O californiano colocou os destroços em uma latitude de 41 33 N cerca de 9 horas após o desastre. O próximo relatório de destroços e / ou organismos (que fornece uma posição) é do Portsmouth SS, que, em 20 de abril "passou por uma quantidade de destroços e aparentemente não muito tempo na água, peças de cabine e de madeira pintada de branco e teca, um sofá da cabine, lifebelt estofado e um, branco, quase sem cor. " Este estava em uma posição para o norte e leste do wrecksite. Com efeito, a maior parte dos destroços pode ser localizado nesta área do Atlântico norte.
A única excepção a estes avistamentos é que de abandonado Titanic bote salva-vidas, uma dobrável, que foi encontrado pela White Star Liner Oceanic em 13 de maio, com três corpos ainda a bordo da balsa danificada. Foi relatado em The New York Times (em 17 de maio), que o barco tinha viajado 7 3/4 milhas náuticas por dia. Não há, infelizmente, uma enxurrada de diferentes locais indicados para a recuperação deste barco. A Examinador de Cork (16 de maio) dá a localização em 39 56 N 47 01 W. Esta informação vem da Reuters. The New York Times não tem certeza se a latitude é 30 56 ou N 39 56 N. Dada a distância que o barco tinha viajado em 28 dias, ea rota mais ao sul realizada pelo Oceanic, uma latitude de 39 56 N parece ser a mais plausível. Assim, apesar de grande parte dos destroços e corpos sendo capturados em uma corrente de nordeste título, aqui é um item que ficou preso em uma corrente de sul-leste. A maioria das operações para recuperar corpos foram confinados ao norte e leste do naufrágio; que pena que não procurar para o sul também, mas como um comentador diz que "dificilmente poderiam pesquisar todo o Atlântico Norte", e teve que dependem de relatórios de passar vapores. Se não vapores passou quaisquer órgãos em suas linhas de transporte, que, obviamente, não seria notificada.
[Em uma nota relacionada, a recuperação do dobrável Um deve ter sido particularmente preocupante para um passageiro Oceanic. Por ela carregava uma Mme Navratil. Seu ex-marido tinha sequestrado os dois filhos de um mês depois, levá-los para uma nova vida na América. Monsieur Navratil, viajando sob o pseduonym "Mr.Hoffman" tinha reservado passagem no Titanic. E, enquanto ele não sobreviver, seus filhos tinham, e agora Mme Navratil estava vindo para Nova York para recolhê-los.]
Assim, com os destroços aparentemente pegou na Corrente do Golfo, pode ser traçada mais longe no seu progresso para o leste. Infelizmente não. A busca longa e trabalhosa através de revistas Lloyd revela não mais avistamentos depois de Maio. É tentador pensar na possibilidade irônico que fragmentos dispersos do grande transatlântico acabou na costa da Irlanda, seu país de nascimento, cerca de 5 ou 6 meses após o naufrágio. Reportagens de jornais de Chicago dar relatos conflitantes do corpo (s) em sendo encontrados no início de junho pela Ilford SS. Um corpo é relatado para ter sido encontrado na latitude 49,06 norte, longitude oeste 42,51. Esta é muitas centenas de milhas ao nordeste da wrecksite; evidência óbvia para a Corrente do Golfo.
B desmontável, arrebitado e fornecer refúgio para cerca de duas dezenas de sobreviventes do Titanic, é uma história completamente diferente. Navio Cabo de postura, o Bennett Mackay, envolvidos em operações para recuperar o morto, viu o barco em 41,55 N 49,20 W em 23 de abril, mas a SS Paulo Paix relata vê-la em 41 51 N 42 29 W em 16 de maio. A distância entre esses dois pontos é 306 milhas náuticas, ou uma taxa de 13 milhas náuticas por dia. Ao contrário de um barco, este barco foi para o nordeste. Os dois haviam se afastado do Titanic como o grande navio afundou. Apesar lhes estar em estreita proximidade entre si, na sequência, tinham dissolvida em locais muito diferentes. É provável que o barco B, os destroços e os corpos tornou-se preso na Deriva do Atlântico Norte, que convergiu com o frio, Labrador fluxo sul atuais apenas alguns quilômetros de onde o Titanic afundou. A taxa de deriva é sobre a direita .
Existe uma maneira de postular, onde os limites do atual Labrador estavam na tarde ou na noite de 15 de abril? Temos dados sobre a água da Califórnia e do Titanic. Para o navio anterior, existe uma indicação de uma gota de temperado de 11 graus durante a tarde a cerca de 48 graus W. Os dados de água a partir do Titanic não é tão dramática; a informação que nós temos foi levada a cerca de tempo em que o pôr do sol, e assim a temperatura da água estava caindo de qualquer maneira. Mas há uma sugestão de uma gota de dupla beteen o valor anterior e 7,30 20:00, na vizinhança de 48 W. A água tem uma capacidade de calor muito específica elevada e uma das suas propriedades é que leva um período de tempo longo comparitively para a água a abandonar o seu conteúdo de calor absorvido, mesmo após a fonte de energia (o sol) foi removido. O sol tinha realmente fixado em 7:30, mas ainda era leve o suficiente para realizar observações estelares para navegação (é preciso ver o horizonte e as estrelas para realizar esse). Seria surpreendente se a temperatura da água caiu por uma tal quantidade em meia hora.
Isto é resumido no seguinte diagrama, mostrando as temperaturas da água e locais para o Titanic eo californiano durante as suas viagens.
 

Isto leva o autor a postular que os corpos e destroços deriva no sul a corrente do Labrador, até que, em algum momento, eles foram pegos no leste Deriva do Atlântico Norte. Isto explica porque tantas peças de destroços foram vistos a leste. Há poucos relatos de gelo campo em torno de 50 W após 15 de abril. Isto pode ser devido às rotas de navegação ter sido deslocado para o sul, mas ainda há casos de navios que passam muito próximo ao túmulo do Titanic. O último relatório de gelo campo nesta vizinhança é do Cestrian SS, que relataram que entre 41 50 e N 41 42 N. Depois disso, há casos de pequenos pedaços quebrados de gelo na área. Uma possibilidade é que o gelo campo havia sido quebrado e dispersos pelo Atlântico Norte atual (embora o Cedric relatados, como indicado acima, que viu um campo de gelo bem ao sul da área do desastre, dadas as distâncias envolvidas, é improvável que este é o campo que o Titanic teria encontrado se não tivesse atingido o iceberg). Os icebergs se continuou à deriva sul. Os mais distantes da ocorrência de gelo do sul que eu pudesse perceber sobre foram datados entre 08-10 maio de 1912 a partir de muitos navios (Amerika, La Savoie, Carmania, Pretória, Monmouth, Merian, Mechanicia, George Washington, Mannheim et. Al.), Que todos descrevem grande e icebergs pequenos na área de 39 N, W. 47, mas sem gelo campo de todo. Pode ser destacado neste momento para contar o que o capitão Knapp incluída em um memorando para o Inquérito do Senado dos EUA:
1. O atual Labrador, que traz tanto berg e gelo campo abaixo Newfoundland passado, varre os bancos em geral, ao sul de direção sudoeste, fluindo mais a oeste em sua superfície que se aproxima a água corrente quente do Golfo, em cerca de latitude 43, com um conjunto de cerca de 12 quilômetros por dia. A velocidade da deriva Corrente do Golfo em sua borda norte, com cerca de 6 quilômetros por dia no meridiano quinquagésimo e sua profundidade é provavelmente inferior a 300 pés.
2. Um campo de gelo que chega à beira da deriva Corrente do Golfo encontra-se impelida cada vez menos para o sul e mais e mais a leste e ao norte-leste, mas um iceberg profundamente flutuante pode continuar a lavrar em direção ao sul para o leste quente de fluxo atual e terminar a sua carreira a sul do paralelo 40; derretendo e quebrando. A razão para isto é que o frio, a sul de movimento actual realmente sob a executar a água de superfície quente.
3. O progresso em direção ao sul de icebergs em todo o Flancos Grande é estimada em um grau em cinco dias, ou cerca de 12 quilômetros por dia, mas parece-retarda-se como a corrente quente perto da cauda do banco é abordado (lat. 42 a 44N ., longo. de 49-51 W.) Aqui, os icebergs são relatados com maior freqüência. Isso pode ser porque o maior número de navios a vapor que passam viaja a região ou porque os icebergs vadiagem que, devido proximidade com a mistura das duas correntes oceânicas acima nomeados.
4. O curso de um iceberg em que região se poderia prever se os seguintes fatores no problema eram conhecidos: (a) seção vertical abaixo da água. (B) o que rácio entre a secção vertical é, em cada corrente (Stream polar e do Golfo), (c) o sentido de cada corrente. (D) a velocidade de cada corrente. O que estes factores são deve ser estimado em cada caso, variando com cada forma berg de acordo e tamanho, e variando com a localização ea data em alguma extensão. 5. Não se sabe muito sobre o atual subsuperfície. Isto deve ser estudado durante um levantamento hidrográfico dos bancos: ao mesmo tempo, observações cuidadosas são necessárias das correntes de superfície (direção, velocidade de reuniões, pontos, temperatura, cor, etc.) Um estudo minucioso da questão é desejável, e que seria possível para um navio da Marinha para obter informações muito úteis ao trabalho de uma temporada em que a proximidade (de Abril a Agosto, inclusive). Ela também pode gravar observações diretas dos movimentos de gelo, e assumir o papel de uma estação radiotelegráfica para alertar outros navios.
Portanto, é possível que icebergs, que "penetram" muito mais profunda na água e, portanto, são mais propensas a correntes mais profundas, viagens em direcções diferentes para itens localizados na ou perto da superfície da água; gelo campo destroços, e os corpos, por instância.
Artigo Sam Halpern no comutador Sociedade Histórica de Titanic (edição 181), intitulado "Não podíamos ver um corpo" (uma citação de Arthur o Carpathia Rostron na manhã do desastre) especula que uma "água fria eddy", um sentido anti-horário corrente circulatória tinha prevalecido em 15 de abril, e para os próximos dias. Essa corrente é a alguns quilômetros de diâmetro de 55. Isso explica por que houve relatos de corpos e destroços bem ao nordeste do naufrágio poucos dias depois e, em seguida, ao sul-leste alguns dias, portanto. Isso pode ser verdade, mas não explica os outros casos de corpos e destroços a ser visto, nem explicar a grande variação no número de corpos e destroços tipo de visto, aqueles vistos em, digamos, 25 de abril não pode ter sido o mesmo que em 20 de abril. A explicação mais provável é que os destroços haviam sido dispersos em ilhas por turbilhões concorrentes entre o Golfo e correntes do Labrador.

Pós-escrito

A coleção de Lord-Macquitty realizada no Museu Marítimo Nacional, em Greenwich, Londres tem um item intrigante:
"A fotografia de um dobrável TITANIC recuperado nas Bahamas 18 meses após o desastre por RMS Porto Kingston. Junto com uma carta explicativa de Herbert Hill, nd Dada a Walter Senhor por William MacQuitty."
A fotografia, na forma de um cartão postal, parece que um dos collapsibles Titanic, embora os lados lona parece estar faltando. Ser desmontável, ela não tem a placa "Titanic" e designação bote salva-vidas. Não há nenhuma maneira de verificar se o barco realmente vem do "Titanic": o Bahamas é bem ao sul-oeste do wrecksite, por isso parece improvável que o barco foi levado para lá pela correnteza. É possível que o barco foi capturado no Atlântico Norte Giro (a circulação enorme corrente), antes de chegar à área do sul da Europa, e depois viajar de volta para o oeste para a área das Bahamas no atual norte-Equatorial. Isto é possível, mas não tenho nenhuma outra informação sobre a possibilidade de determinar se o barco é do "Titanic". Um colete salva-vidas da Lusitania foi encontrado no rio Delaware, na Filadélfia, cinco anos depois que a linha foi para o fundo logo ao sul da Irlanda. Poderia ter seguido o mesmo caminho que o barco salva-vidas "Titanic".
A carta indica que a embarcação foi encontrada aproximando Ilha Turk, à entrada para o Mar das Caraíbas, e acabou em Avonmouth, onde a fotografia foi tirada. Esta pode ser a fonte de uma anedota no livro de Michael Davies, onde a manchete na primeira edição dos Entusiastas do Titanic da América revista (aka A Sociedade Histórica de Titanic) O Marconigram (mais tarde renomeada O comutador Titanic) em setembro de 1963 foi "Bristol Titanic tem bote salva-vidas ". Davies nota que a história era "errado".
 

Apêndice 1: Fontes de Dados

A maioria destes dados vêm das entradas na New York Maritime Register, que tenham sido transcritos aqui . O problema com as entradas de registo é que muitas vezes não incluem o nome do navio ou estação terrestre comunicação dos dados (estes foram indicados por "??"). Estas entradas foram complementadas por dados de "A Gazeta Envio e Lista de Lloyd" e "Índice O Lloyd Envio Weekly", realizada na Biblioteca Guildhall eo National Maritime Museum, ambos em Londres, na verdade, os relatórios destas duas últimas publicações, o que fazer conter os nomes do navio, muitas vezes corroborou os dados aparentemente incompletas de Nova York Maritime Register.
Outros relatórios de gelo foram encontrados no New York Times e outros jornais, bem como sites (em particular, o Projeto de Inquérito Titanic ), livros (como "Titanic: Triunfo e Tragédia", de John P. Eaton e A. Charles Haas ) e outros documentos (por exemplo, depoimento Capitão Senhor 1959).
Para ajudar com a minha visualização desses dados, eu tinha tentado identificar a extensão do gelo observada. Assim, se uma conta, diz, por exemplo, "[nós vimos um] campo de gelo estendendo NNE a horizonte", eu já estimou que a distância do gelo para ter pelo menos 8 milhas, o que parece razoável, dadas as dimensões dos navios no lista (a altura acima da linha d'água determina o quão longe se pode ver no horizonte).
Eu também só incluiu dados onde um dado específico é mencionado. O capitão do Monte do Templo foi questionado sobre os relatórios de gelo durante o inquérito britânico. Ele disse ao tribunal que ele foi avisado de gelo entre 42 15 'N. 49 48 41 25 W. e N., 50 20' W. Este relatório veio de um navio chamado "Corinthian" e Monte do Templo recebeu em abril 13. Não sabemos quando o gelo foi realmente visto, no entanto.
Outros avisos de gelo pode ser encontrado aqui
Data Navio / estação de relatório (se conhecida) Posição Relatório Ice
"03 de abril" "SS Alexandria" "45,04 N 56,38 W" "Viu à deriva gelo e campos de gelo."
"03 de abril" "SS Haulwen" "44,45 N 58,20 W" "Encontrei um campo de gelo."
"04 de abril" "SS Nieuw Amsterdam" "43,20 N 49,00 W" "Campo de gelo estendendo NNE a horizonte"
"04 de abril" "SS Columbia" "43,20 N 49,00 W" "Viu gelo campo que se estende ao NNE, tanto quanto podia ser visto"
"04 de abril" "SS Columbia" "43,30 N 45,17 W" "Viu dois growlers pequenas"
"04 de abril" "SS Virginian" "43,37 N 49,00 W" "Viu várias manchas claras de gelo campo"
"06 de abril" "SS Strathfillan" "49,00 N 48,00 W" "Ice encontrou"
"07 de abril" "SS armênio" "42,36 N 49,36 W" "Encontrou gelo campo pesado que se estendia em uma distância de 70m da ENE essa coordenada"
"07 de abril" "SS armênio" "43,20 N 48,20 W" "Viu vários icebergs grandes e pequenas"
"07 de abril" "SS armênio" "42,36 N 49,36 W" "Ice campo pesado"
"07 de abril" "SS Rosalind" "45,10 N 56,40 W" "Correu para uma faixa de gelo campo cerca de 3 ou 4m de largura, estendendo-se para o norte e sul, tanto quanto podia ser visto. Algumas panelas muito pesadas foram vistas."
"08 de abril" "SS Real Edward" "42,50 N 49,30 W 42,30 N 50,10 W" "Passou gelo campo grosso e pesado solto."
"08 de abril" "SS Real Edward" "42,48 N 49,40 W" "Um grande iceberg"
"08 de abril" "SS Brinkburn" "47,00 N 47,00 W" "Gelo encontrado, gelo campo e inúmeros icebergs pequenas"
"08 de abril" "SS Rio Pirahy" "42,44 N 49,34 W" "Por 7 horas passavam uma grande quantidade de gelo e icebergs campo."
"08 de abril" "SS Imperatriz da Índia" "43,28 N 49,36 W" "Campo de gelo observada com icebergs, tanto quanto os olhos podiam ver de noroeste para sudeste. O campo de gelo foi de 100 quilômetros de extensão e apareceu como uma linha branca no horizonte"
"08 de abril" "SS vitoriana" "42,50 N 50,09 W" "Passou por gelo em 1:15 42 50 N 50 09 W. Passou banquisas de gelo e gelo campo para o norte, tanto quanto podia ser visto."
"09 de abril" "SS Knutsford" "40,56 N 47,56 W" ", Relata uma queda de temperatura em 40 56 N 47 56 W que foi atribuído a um enorme iceberg visto 1,5 horas mais tarde. O tempo estava vago no momento."
"09 de abril" "SS Cassandra" "43,38 N 49,16 W 39,26 N 39,36 W" "Encontrou campo pesado de gelo 43 38 N 49 16 W. Steamed sudoeste para 39 26 N 39 36 W quando o bloco de gelo foi limpo"
"09 de abril" "SS Cassandra" "43,00 N 51,00 W" "Bergs e gelo pesado passou"
"April 10" "SS Excelsior" "41,50 N 50,25 W" "Passou por um grande campo de gelo na direção NNE, a poucas centenas de metros de largura e pelo menos 15m de extensão."
"April 10" "Amerika SS" "41,27 N 50,08 W" "Passado 2 grandes icebergs"
"April 10" "SS Canadá" "43,10 N 49,20 W" "10 milhas de gelo campo pesado quebrado e aberto, também vários bergs grandes"
"April 10" "SS Messina" "46,00 N 47,00 W" "Passou vários grandes icebergs e growlers numerosas; também grande quantidade de gelo campo se estende para o norte e sul"
"April 10" "SS cartaginês" "46,50 N 53,21 W" "Viu um grande iceberg"
"April 11" "SS La Flandre" "42,2 N 50,7 W" "Foi encontrado um campo de gelo whcih forçou um desvio para o sul de 20 (ou 30?) Quilômetros."
"April 11" "SS Rappahannock" "43,20 N 48,45 W" "Passou por gelo campo pesado durante densa neblina"
"April 11" "SS Messina" "44,10 N 48,25 W" "Gelo de forma compacta estendendo-se por muitas milhas em uma direção NW e SE; também passou perto de um grande iceberg de 150 metros de altura e 500 metros de comprimento"
"April 11" "SS Carmania" "41,58 N 50,20 W" "Passou vários icebergs e campos de gelo extensas"
"12 de abril" "SS Etonian" "42,00 N 50,00 W" "Passados ​​20 icebergs e um campo de gelo de 108 quilômetros de comprimento"
"12 de abril" "SS Canadá Cabo" "45,00 N 47,40 W" "Desvio encontrado e gelo."
"12 de abril" "SS Caronia" "42,00 N 49,00 W 42,00 N 51,00 W" "Bergs e growlers e gelo campo"
"12 de abril" "SS Corby" "42,00 N 49,45 W" "Passou por dois grandes icebergs e passou por quantidade de gelo campo que se estende em direção NNE e SSW. Além disso, passou de 3 quilômetros ao sul de um iceberg muito grande e norte mesma distância de uma grande quantidade de gelo estendendo campo 3 quilômetros a leste e oeste. Esteve não é capaz de chegar ao norte e ao sul dimensões. "
"12 de abril" "??" "41,37 N 50,26 W" "Médio 1 e 2 grandes icebergs"
"12 de abril" "SS La Touraine" "44,58 N 50,40 W" "Crossed espessura icefield"
"12 de abril" "SS La Touraine" "45,20 N 45,09 W" "Vi outro campo de gelo e dois icebergs"
"12 de abril" "??" "41,40 N 50,00 W" "7 icebergs e grandes quantidades de gelo pan"
"12 de abril" "??" "41,58 N 50,20 W" "Inúmeros icebergs de tamanho moderado e extenso campo de gelo."
"12 de abril" "SS Kintail" "44,00 N 46,18 W 44,30 N 49,20 W" "Passou gelo campo Steamed 40 milhas em torno de um pacote de gelo campo forma da letra 'S';".
"12 de abril" "SS Minnesota" "42,00 N 49,55 W" "Passou por gelo campo cerca de 2 quilômetros de largura e se estende para o NE e SW, tanto quanto os olhos podiam ver."
"12 de abril" "SS Lapland" "42,00 N 49,50 N" "Correu thourgh gelo, enquanto no nevoeiro"
"12 de abril" "SS Presidente Lincoln" "41,55 N 50,14 W" "Campo de gelo encontrado"
"12 de abril" "SS George Washington" "42,13 N 49,49 W" "Dois icebergs enormes e dois menores"
"12 de abril" "SS Sachem" "43,13 N 48,49 W" "Viu um campo de gelo grande e demorou 2 horas para passá-lo. Em contou 14 icebergs"
"12 de abril" "SS Servian" "41,53 N 50,20 W" "5h15-19:20 passou gelo campo e inúmeros icebergs grandes e pequenos. Icefield estendeu muito para o sul"
"12 de abril" "SS Avala" "41,40 N 50,00 W" "Passados ​​7 grandes icebergs e vapor por 5 1/2 horas por meio de gelo"
"April 13" "SS Fronteiriços" "41,50 N 50,01 W" "Para 30m ao longo do curso direto planejado de vapores com destino a Nova York, passou por gelo campo pesado, e em que a distância contados 16 icebergs. O gelo se estendia até o norte eo sul onde os olhos podiam alcançar."
"April 13" "SS Hellig Olav" "41,43 N 49,51 W" "Passou 3 grandes icebergs"
"April 13" "SS Hellig Olav" "41,30 N 50,08 W" "Ice berg 1 médio porte e de campo"
"April 13" "SS Hellig Olav" "41,43 N 49,51 W" "Passados ​​três grandes icebergs"
"April 13" "SS Hellig Olav" "41,39 N 50,08 W" "Tamanho médio ice berg e de campo. (Erro na transcrição; disse 50,81 W)"
"12 de abril" "SS Etonian" "41,50 N 49,50 W" "Iceberg Fotografado"
"April 13" "SS corso" "42,15 N 49,48 W 41,25 N 50,20 W" "Passou gelo campo pesado e icebergs numerosos"
"April 13" "SS Canadá Cabo" "44,15 N 47,50 W" "Grande quantidade de gelo campo avistados ao noroeste de 04h30, também vários icebergs. Às 7h o vapor passou por uma grande quantidade de gelo de vento com gelo grande para o noroeste. A partir deste até ao meio-dia vários icebergs grandes foram passados , um dos quais era mais de 200 metros de altura,
"April 13" "SS Presidente Lincoln" "41,50 N 50,40 W 41,50 N 50,20 W" "Vi um iceberg"
"April 13" "SS Carmania" "41,56 N 50,50 W 41,54 N 51,30 W" "30 grandes icebergs e gelo extenso campo, alguns icebergs sendo cerca de 400 metros de altura e 1/4 para 1/2 milha de comprimento"
"April 14" "SS La Bretagne" "41,39 N 49,21 W 41,39 N 50,21 W" "Vapor através de um campo de gelo com bergs numerosas. Durante 4 horas."
"April 14" "SS Pisa" "42,06 N 49,43 W" "Encontrou vasto campo de gelo e viu 7 icebergs de tamanho considerável."
"April 14" "SS Trautenfels" "42,01 N 49,53 W" "5,05 am; avistados 2 icebergs totalmente 200 'de comprimento e 40" de alta ";
"April 14" "SS Trautenfels" "42,01 N 50,06 W 41,40 N 50,22 W" "Ice campo 05h40 pesado foi encontrado que se estendeu por uma distância de 30m e tornou-se necessário para o navio correr na direção sudoeste por 25m para limpá-la; no gelo campo, a 30 icebergs, alguns dos quais eram grandes; off a norte nenhuma água límpida foi visto, de modo que o capitão estimado que o gelo em que direcção deve ter totalmente estendido 30m. Não houve aberturas no campo. Durante este tempo avistados cerca de 30 bergs grandes. "
"April 14" "SS Athenai" "41,51 N 49,52 W" "Icebergs e grandes quantidades de gelo campo 41 51 N 49 52 W (pode ser 49 34 W - 11:45 passou vários (cerca de 6) icebergs cerca de 50-60 metros de altura e grande quantidade de gelo campo."
"April 14" "Amerika SS" "41,27 N 50,8 W" "Dois grandes icebergs"
"April 14" "SS Californian" "42,03 N 49,09 W" "Três (ou duas?) Icebergs grandes 5 quilômetros para o sul"
"April 14" "SS Californian" "42,05 N 50,07 W" "Pm 10,20 encontrou gelo campo, cerca de 5 quilômetros de largura, estendendo-se para o norte e sul; também icebergs"
"April 14" "SS Mesaba" "41,50 N 49,15 W" "11:00 aprovou uma quantidade de icebergs, alguns muito grande e também um campo de gelo de cerca de 5 quilômetros de comprimento"
"April 14" "SS Mesaba" "42,00 N 50,00 W 41,35 N 50,30 W" "Passou por um outro campo de gelo com inúmeros icebergs misturados, e prorrogado a partir de 4 pontos sobre a estibordo a través a bombordo. Tive que dirigir cerca de 20 quilômetros ao sul de limpá-la. Ice parecia ser uma parede sólida de gelo, a menos 16 metros de altura, na medida em que podia ser visto. Na latitude 41 35 'de longitude norte 50 30 oeste, chegamos ao final do mesmo, e em quatro horas éramos capazes de dirigir novamente para o oeste. Saw gelo não mais após este tempo. límpido e brilhante. "
"April 14" "??" "41,50 N 49,33 W" "Um grande iceberg"
"April 14" "??" "41,53 N 49,36 W" "Um grande iceberg"
"April 14" "??" "41,54 N 49,32 W" "Um grande iceberg"
"April 14" "??" "41,55 N 50,30 W 41,40 N 50,13 W" "Gelo pesado e 30 icebergs."
"April 14" "??" "41,58 N 49,52 W 41,56 N 49,36 W" "Um grande campo de gelo pesado."
"April 14" "SS Zeeland" "45,47 N 48,39 W" "A berg"
"April 14" "??" "46,04 N 45,46 W" "Gelo"
"April 14" "SS Zeeland" "46,15 N 47,08 W" "25" icebergs
"April 14" "SS Zeeland" "46,17 N 46,55 W 46,04 N 45,46 W" "Gelo muito pesado com muitos icebergs; vapor sul 27 milhas até a latitude 45 N para limpá-la; 46 4 N 45 46 W passou borda oriental do bloco de gelo."
"April 14" "SS parisiense" "41,55 N 49,13 W" "Passados ​​três icebergs"
"April 14" "SS parisiense" "41,55 N 49,02 W 41,42 N 49,55 W" "Passados ​​14 médias e grandes icebergs e growlers numerosos entre 16:30 e 20:00"
"April 14" "SS Campanello" "42,00 N 50,16 W 41,10 N 49,00 W" "14-15 abril: encontrou gelo pesada, grandes icebergs e gelo campo, deriva do Sul"
"April 14" "SS Paula" "41,54 N 49,32 W" "Um grande iceberg em 11:40"
"April 14" "SS Paula" "41,50 N 49,33 W" "Um grande iceberg em 11:40"
"April 14" "SS Paula" "41,53 N 49,36 W" "Um grande iceberg em 12:00"
"April 14" "SS Paula" "41,58 N 49,52 W 41,56 N 49,30 W" "Gelo pesado encontrado na manhã"
"April 14" "SS Paula" "41,55 N 50,13 W 41,40 N 50,30 W" "Gelo pesado e 30 bergs grandes em um campo de 5:30"
"April 15" "SS Memphian" "42,00 N 48,00 W 42,00 N 50,00 W" "Vapor através de um campo de gelo quebrado e icebergs de quatro horas em 15 de abril para duas horas em 16 de abril"
"April 15" "SS Memphian" "42,00 N 49,25 W 42,00 N 50,00 W" "Correu para gelo Ice campo estendido em todas as direções;. Inúmeros icebergs grandes e pequenos se espalhavam pelo campo"
"April 15" "SS Louisianian" "41,26 N 49,36 W" "[Correu para um campo de gelo] sendo cerca de 17 quilômetros de comprimento e intercaladas com 30 icebergs de diferentes tamanhos. O lado do campo mais próximo do navio parecia ser ~ 17m de comprimento."
"April 15" "Boletim de Nova York" "42,06 N 49,43 W" "Gelo Campo relatou"
"April 15" "Boletim de Nova York" "41,27 N 50,08 W" "Icebergs relatou"
"April 15" "??" "42,00 N 48,00 W 42,00 N 49,00 W" "Um campo de gelo quebrado e icebergs; icebergs norte e sul, tanto quanto podia ser visto."
"April 15" "??" "41,04 N 50,17 W 42,03 N 48,45 W" "Encontrou gelo pesado e icebergs numerosos, o berg última avistados em 42o03'N 48o45'W."
"April 15" "??" "41,52 N 48,24 W" "2 icebergs pequenas, cerca de 5 quilômetros de distância"
"April 15" "SS Californian" "41,33 N 50,42 W" "Extremidade ocidental de gelo campo, além de dois icebergs."
"April 15" "Amerika SS" "41,30 N 50,00 W" "Icebergs passado"
"April 15" "SS Virginian" "42 3 N, 50 20 W e 41 19 N, 49 50 W" "Jogos Mortais icebergs numerosos e growlers"
"April 15" "SS Manitou" "42,20 N 49,30 W" "Ice visto"
"April 15" "SS cartaginês" "44,46 N 47,31 W 44,49 N 47,38 W" "Viu um grande número de icebergs"
"April 15" "SS cartaginês" "44,54 N 48,05 W 44,30 N 48,03 W" "Ice campo viu e correu por 25 quilômetros ao sul de limpá-la, o campo se estendia para o norte e sul, tanto quanto poderia ser visto, as milhas 1-3 em extensão."
"April 15" "SS Californian" "41,33 N 50,01 W" "Posição que destroços do Titanic foi deixado em em 11:20."
"April 16" "??" "42,40 N 49,15 W" "Icebergs vários visto"
"April 16" "??" "43,26 N 46,07 W" "A berg visto uma milha para o sul"
"April 16" "??" "45,30 N 46,55 W" "2 icebergs grandes e numerosas peças de gelo visto."
"April 16" "SS Manchester Corporation" "46,15 N 45,30 W" "Ice campo frouxo com inúmeros icebergs que se estendem para o sul para 45o30'N e para o oeste."
"April 16" "SS Prinz Adalbert" "42,03 N 48,57 W 41,37 N 50,14 W" "03:30 42.03N 48.57W encontrou primeiro iceberg. Curso 259 True, muito lento. Met imenso campo de gelo se estende para norte e sul, às 8h. Ele dirigiu vários cursos para limpá-la e, eventualmente, ficou claro no 41.37N 50.14W."
"April 16" "SS Cymric" "48,36 N 43,43 W 47,31 N 45,24 W" "Jogos Mortais grande número de icebergs"
"April 16" "SS Cymric" "47,31 N 46,20 W" "Vi vários icebergs grandes, um cercado de gelo de 10 milhas"
"April 16" "SS Caledonia" "43,30 N 48,00 W" "Jogos Mortais gelo campo"
"April 16" "SS Centurion" "41,18 N 50,00 W 41,18 N 49,45 W" "Passou uma quantidade de icebergs"
"April 16" "SS Centurion" "41,12 N 48,49 W" "Viu berg solitário, com uma altura de 68 pés de altura de 270 metros de comprimento, parecia encaminhar-se SW".
"April 16" "SS Bohemian" "41,15 N 49,00 W 41,15 N 50,00 W" "Passou um imenso campo de gelo até onde os olhos podiam ver, repleta de icebergs de várias dimensões"
"April 16" "SS Baron Ardrossan" "40,00 N 48,30 W" "Jogos Mortais 2 grandes icebergs e grande quantidade de gelo campo"
"April 16" "SS Gwladys" "41,38 N 47,20 W 41,38 N 50,00 W" "Viu muitos icebergs e gelo campo muito"
"17 de abril" "SS Mauritânia" "40,56 N 48,41 W" "Passou de médio porte berg 4 quilômetros ao norte"
"17 de abril" "??" "41,55 N 50,04 W" "Ice campo pesado"
"17 de abril" "SS Manchester Corporation" "44,25 N 49,15 W 44,15 N 49.30W" "Vi vários grandes pedaços de gelo"
"17 de abril" "SS Hesperian" "43,30 N 48,00 W" "Jogos Mortais gelo campo"
"17 de abril" "SS Columbia" "46,07 N 46,55 W" "Jogos Mortais 4 icebergs enormes"
"17 de abril" "SS Ascania" "46,31 N 46,55 W" "Jogos Mortais icebergs grandes"
"17 de abril" "SS Ascania" "46,20 N 46,20 W" "Passaram inúmeros icebergs imensos e gelo mochila pesada"
"17 de abril" "SS Inverclyde" "41,47 N 47,54 W" "Viu berg 200 metros de altura e 600 de longa duração"
"17 de abril" "SS Montrose" "42,30 N 49,30 W 42,42 N 50,30 W" "Saw gelo pesado e um número de bergs grandes e pequenos; também o número de pedaços de gelo"
"17 de abril" "SS Montrose" "42,42 N 50,30 W" "Icebergs avistados vários 5 quilômetros ao sul de última localização"
"17 de abril" "SS Baron Ardrossan" "41,56 N 50,04 W" "Baron Ardrossan forçado a parar devido ao gelo campo pesado"
"17 de abril" "SS Indradeo" "42,08 N 47,50 W 42,08 N 50,00 W" "Campo de gelo e icebergs de diferentes tamanhos."
"18 de abril" "??" "41,52 N 47,59 W 41,33 N 50,00 W" "Icebergs muitos, um 110 'altos"
"18 de abril" "??" "42,23 N 48,53 W 42,31 N 50,23 W" "14 grandes icebergs"
"18 de abril" "??" "42,21 N 49,17 W" "Campo uma grande quantidade de gelo e mais de 25 bergs"
"18 de abril" "??" "40,42 N 49,20 W" "Uma berg ~ 80" de altura e 400 'long "
"18 de abril" "SS Laurentic" "48,26 N 44,25 W" "Icebergs Pequenas visto"
"18 de abril" "SS Laurentic" "48,05 N 45,19 W" "Jogos Mortais 19 icebergs"
"18 de abril" "SS Laurentic" "48,18 N 44,46 W" "2 icebergs pequenos visto"
"18 de abril" "SS Laurentic" "48,13 N 44,58 W" "5 icebergs e várias pequenas growlers visto"
"18 de abril" "SS Megantic" "47,59 N 46,08 W 48,27 N 45,15 W" "50 icebergs e growlers numerosas"
"18 de abril" "SS Megantic" "48,27 N 44,42 W" "Icebergs grandes"
"18 de abril" "SS Megantic" "48,52 N 43,56 W" "Icebergs grandes visto"
"18 de abril" "SS Megantic" "49,01 N 43,23 W" "Um growler"
"18 de abril" "La Savoie" "41,52 N 47,59 W" "Viu muitos icebergs, um 100 pés de altura"
"18 de abril" "SS Cameronia" "41,27 N 48,00 W" "Jogos Mortais 9 icebergs grandes"
"April 19" "??" "41,16 N 48,10 W" "Um grande iceberg visto"
"April 19" "??" "41,18 N 49,50 W" "A grande baixa berg mentir"
"April 19" "??" "40,55 N 47,42 W" "Uma berg ~ 60" de altura e 200 'gelo de vento longa e pequena. "
"April 19" "??" "41,02 N 48,24 W" "Cerca de 20 icebergs grandes e pequenas"
"April 19" "SS Rochambeau" "41,18 N 49,50 W" "Iceberg visto em 08:41"
"April 19" "SS Rochambeau" "41,33 N 51,13 W" "14 icebergs, 1 dos quais era, pelo menos, 300 metros de comprimento e 25 metros de altura."
"April 19" "SS Real Edward" "41,18 N 49,50 W" "Vi um iceberg no 8:41"
"April 19" "SS Real Edward" "41,16 N 48,10 W" "Vi outro berg em 01:15"
"April 19" "Lake Erie" "42,38 N 48,55 W 43,40 N 50,30 W" "Viu 9 icebergs grandes e numerosas peças de gelo"
"20 de abril" "SS Rhein" "42,01 N 49,13 W" "3 grandes icebergs visto 8 quilômetros a oeste"
"20 de abril" "SS Rhein" "42,01 N 49,20 W" "2 grandes icebergs de 35 metros de altura de 100 metros de comprimento e 3 pequenos icebergs"
"20 de abril" "SS Rhein" "41,59 N 49,52 W" "Viu 2 icebergs pequenas"
"20 de abril" "SS Rhein" "41,58 N 50,03 W" "Viu grande iceberg ~ 600 'de altura e 200 de comprimento."
"20 de abril" "SS Rhein" "41,57 N 50,19 W" "Viu grandes berg 100 metros de altura de 200 metros de comprimento"
"20 de abril" "SS Bremen" "42,00 N 49,23 W" "5 icebergs"
"20 de abril" "??" "42,00 N 49,45 W" "2 icebergs pequenas"
"20 de abril" "??" "42,01 N 49,26 W" "2 grandes icebergs ~ 35 'altos e 100' de comprimento; também 3 bergs pequenos."
"20 de abril" "SS Cevic" "40,57 N 47,45 W" "Viu iceberg de 50 metros de altura e 150 metros de comprimento, com 2 pináculos"
"20 de abril" "SS Cevic" "40,58 N 47,36 W" "Berg pequeno e observados pequenos pedaços de gelo floe norte"
"20 de abril" "SS Ancona" "40,03 N 49,29 W" "Viu iceberg 300 metros de comprimento e 50 metros de altura"
"20 de abril" "SS Moltkefels" "41,00 N 47,00 W" "Viu 25 icebergs (4 na porta e 21 na de estibordo)"
"20 de abril" "SS Potsdam" "41,38 N 47,50 W" "Passados ​​dois icebergs"
"20 de abril" "SS Bremen" "42,08 N 48,09 W" "Viu iceberg pequeno"
"20 de abril" "SS Bremen" "42,06 N 48,55 W" "Viu berg 100 metros de altura e 400 metros de comprimento"
"20 de abril" "SS Bremen" "42,02 N 49,32 W 41,57 N 50,00 W" "2 grandes icebergs e gelo"
"20 de abril" "SS Portsmouth" "41,48 N 49,20 W" "Passou por uma quantidade de destroços e aparentemente não muito tempo na água; nevoeiro acessórios de cabine e de madeira pintada de branco e teca, um sofá-cabine, estofados e uma bóia branca, quase sem cor densa no momento."
"20 de abril" "SS Rhein" "42,01 N 49,13 W" "Viu corpos e destroços de oito quilômetros a oeste de três grandes icebergs"
"20 de abril" "SS Bremen" "42,00 N 49,23 W" "150 a 200 corpos visto"
"April 21" "??" "41,03 N 46,52 W" "Jogos Mortais 1 médio berg e growlers vários."
"April 21" "??" "41,03 N 46,58 W" "Jogos Mortais 1 berg pequeno e growlers vários"
"April 21" "??" "41,00 N 46,48 W" "Jogos Mortais 1 médio berg".
"April 21" "??" "41,12 N 46,15 W" "Vi um grande iceberg"
"April 21" "??" "40,51 N 47,08 W" "Vi um grande berg 100 'de altura e 500' long"
"April 21" "??" "41,17 N 46,22 W" "Vi um grande iceberg"
"April 21" "??" "41,34 N 47,40 W" "Jogos Mortais 3 grandes icebergs e uma série de growlers"
"April 21" "SS Steiermark" "41,55 N 49,10 W" "Jogos Mortais 4 icebergs"
"April 21" "SS Dortmund" "42,00 N 50,00 W" "Jogos Mortais 10 icebergs"
"April 21" "SS Steiermark" "42,05 N 47,52 N 41,50 N 47,45 W" "Jogos Mortais 2 icebergs"
"April 21" "SS Steiermark" "41,55 N 49,10 W" "Jogos Mortais 2 icebergs"
"April 21" "??" "46,10 N 58,30 W" "Uma pista de gelo de vento que se estende em uma direção NW e SE até o horizonte"
"April 21" "SS Steiermark" "46,20 N 49,00 W" "Campo de gelo"
"April 21" "??" "43,28 N 49,23 W" "Um grande iceberg"
"April 21" "??" "43,44 N 48,56 W" "Um pequeno berg baixo"
"April 21" "??" "43,46 N 48,51 W" "A berg pequena baixa."
"April 21" "??" "40,53 N 48,09 W" "A berg de tamanho médio."
"April 21" "??" "41,00 N 48,16 W 41,43 N 45,46 W" "Passou de 50 para 60 bergs grandes e pequenos"
"April 21" "SS Talisman" "41,22 N 47,50 W" "Passou 4 icebergs"
"April 21" "?" "42,00 N 49,20 W" "SS Rhein enviou uma mensagem ao Mackay Bennett sobre avistamento de três grandes icebergs"
"April 21" "Mackay Bennett" "42,01 N 50,24 W" "Jogos Mortais icebergs"
"April 21" "SS La Navarra" "40,45 N 49,50 W" "Icebergs pequenas e as grandes 3"
"April 21" "SS Sloterdijk" "42,19 N 47,50 W" "Jogos Mortais grande iceberg"
"April 21" "SS Sloterdijk" "42,14 N 48,55 W 42,17 N 49,03 W" "Jogos Mortais 3 icebergs"
"April 21" "SS B. ...?" "42,00 N 49,29 W" "Passou um barco salva-vidas virou e 3 grandes icebergs"
"22 de abril" "??" "40,39 N 48,48 W" "Uma berg ~ 900 'de comprimento e 120" alto "
"22 de abril" "??" "41,50 N 48,00 W 41,42 N 49,47 W" "Jogos Mortais gelo e icebergs campo vários"
"22 de abril" "??" "41,50 N 49,47 W" "Campo de gelo e icebergs vários"
"22 de abril" "??" "40,35 N 48,56 W" "Vi uma berg ~ 60 'alta e alguns pequenos pedaços de gelo."
"22 de abril" "??" "41,01 N 46,39 W" "Vi uma pequena berg"
"22 de abril" "??" "41,18 N 46,11 W" "Vi uma pequena berg"
"22 de abril" "??" "41,22 N 46,04 W" "Vi uma pequena berg"
"22 de abril" "??" "41,28 N 45,54 W" "Jogos Mortais 12 bergs de vários tamanhos"
"22 de abril" "??" "41,32 N 45,54 W" "Vi vários icebergs"
"22 de abril" "??" "41,42 N 45,13 W" "Jogos Mortais 9 icebergs de vários tamanhos"
"22 de abril" "SS Laconia" "40,41 N 47,07 W" "Jogos Mortais grande iceberg (8 quilômetros ao norte)"
"22 de abril" "SS Riverdale" "41,07 N 44,18 W" "Jogos Mortais grande iceberg e 7 ou 8 mais pequenas"
"22 de abril" "Cestrian SS" "41,50 N 48,30 W 41,42 N 49,47 W" "Passou por gelo campo e avistado vários icebergs."
"22 de abril" "SS Royal George" "42,32 N 47,55 W" "Jogos Mortais grande iceberg"
"22 de abril" "SS Royal George" "42,31 N 48,21 W 42,34 N 49,22 W" "Jogos Mortais 5 icebergs e 7 growlers e algumas peças pequenas"
"22 de abril" "SS Royal George" "42,34 N 50,06 W" "Viu grandes berg 8 quilômetros ao norte"
"22 de abril" "SS Melbourne" "41,57 N 45,37 W" "Jogos Mortais 6 icebergs grandes"
"22 de abril" "Cestrian SS" "41,00 N 49,12 W 41,00 N 49 34 W" "Passados ​​os equipamentos do convés, cadeiras, artigos de colchoaria e destroços do Titanic outro"
"April 23" "SS Winifredian" "42,13 N 50,25 W" "Um grande iceberg e vários pequenos pedaços fechar em torno dele"
"April 23" "SS Rotterdam" "41,40 N 48,41 W 41,47 N 48,49 W" "2 icebergs e 2 pedaços de gelo"
"April 23" "SS Rotterdam" "42,15 N 45,49 W 41,49 N 46,41 W" "Jogos Mortais 11 icebergs."
"April 23" "??" "40,56 N 47,15 W" "Jogos Mortais 3 icebergs"
"April 23" "SS Engenheiro Manchester" "41,30 N 47,45 W" "Vi inúmeros icebergs, grandes e pequenas"
"April 23" "SS Harlseywood" "41,15 N 47,00 W" "Vi vários grandes icebergs"
"April 23" "SS Atholl" "41,00 N 47,00 W" "Jogos Mortais 4 grandes icebergs"
"April 23" "SS Exeter City" "42,35 N 48,00 W 42,24 N 49,20 W" "Jogos Mortais 7 icebergs grandes e 20 médias e um grande número de pequenas peças planas"
"April 23" "SS Helios" "42,20 N 46,03 W" "Jogos Mortais grande iceberg"
"April 23" "SS Helios" "42,15 N 45,22 W" "Diversos icebergs grandes e pequenas"
"April 23" "Mackay Bennett" "" "Parado em um bote salva-vidas virou"
"April 23" "Banshee" "42,00 N 49,30 W" "Viu uma gaveta de um guarda-roupa com botões de metal sobre ele. Em seguida, uma parte de uma porta da cabine e um pedaço de ferro pintado de branco. Viu dois corpos"
"April 24" "??" "42,00 N 47,00 W" "Jogos Mortais 12 bergs mais de 5 horas"
"April 24" "??" "42,00 N 47,00 W" "Jogos Mortais 3 icebergs"
"April 24" "??" "42,00 N 47,00 W" "Vi um grande iceberg"
"April 24" "??" "42,45 N 45,38 W" "Uma berg 20 'de altura e 60' de comprimento e um pequeno berg ~ 5" de altura e 15 'long "
"April 24" "SS Melbourne" "41,13 N 54,10 W" "Jogos Mortais 3 grandes icebergs"
"April 24" "SS Helios" "41,49 N 48,59 W" "Vi um grande iceberg"
"April 24" "SS Helios" "41,45 N 49,22 W" "Vi vários icebergs pequenas"
"April 24" "Mackay Bennett" "41,49 N 49,35 W" "Recuperado cinco corpos [NB: esta é relatado em 44,49 N, o que pode ser um erro de 42,49 ou mais prováveis ​​41.49 N]"
"25 de Abril" "SS Winifredian" "41,43 N 49,58 W" "Vi um grande berg 10 milhas de distância"
"25 de Abril" "SS Graf Waldersee" "41,48 N 47,10 W 41,51 N 49,52 W" "Jogos Mortais 8 icebergs"
"25 de Abril" "??" "40,45 N 47,00 W" "Jogos Mortais 2 icebergs grandes"
"25 de Abril" "??" "41,24 N 51,18 W" "Vi vários pequenos pedaços de gelo"
"25 de Abril" "??" "41,31 N 49,53 W" "Vi um grande iceberg (12 km ao sul)"
"25 de Abril" "??" "41,36 N 49,40 W" "Um grande iceberg"
"25 de Abril" "??" "41,40 N 46,42 W" "Uma berg 30 'de altura e 150 de comprimento."
"25 de Abril" "??" "42,09 N 50,03 W 42,19 N 50,06 W" "2 icebergs grandes e vários pequenos pedaços"
"25 de Abril" "??" "47,32 N 46,18 W" "Um campo grande bloco de gelo"
"25 de Abril" "??" "48,13 N 44,40 W" "Vi um grande iceberg"
"25 de Abril" "SS Ardanmhor" "48,45 N 47,40 W" "Icebergs encontrados, daí, em um curso de WSW para 55m, passou 30 bergs grandes e muitos growlers; no meio do caminho passou por uma pista de gelo campo perto cravejado com growlers que tomaram o navio 12 horas para forçar seu caminho através"
"25 de Abril" "SS Chicago" "41,11 N 49,56 W 41,33 N 48,28 W" "Jogos Mortais 5 icebergs"
"25 de Abril" "SS Trignac" "46,34 N 44,00 W 44,30 N 47,40 W" "Jogos Mortais 13 bergs grandes"
"25 de Abril" "SS Niagara" "41,00 N 48,53 W" "Jogos Mortais iceberg"
"25 de Abril" "SS Danta" "41,57 N 49,02 W 41,56 N 49,51 W" "Jogos Mortais 20 bergs grandes e pequenas"
"25 de Abril" "SS Canadá" "48,00 N 44,40 W" "Jogos Mortais grande iceberg"
"25 de Abril" "??" "47,32 N 46,18 W" "Um grande campo de gelo"
"25 de Abril" "SS Graf Waldersee" "41,48 N 47,10 W 41,51 N 49,52 W" "Passou 8 icebergs e uma quantidade de destroços, incluindo a vida bóias, cadeiras e pedaços de madeira Acredita-se que a partir afundado navio Titanic"
"April 26" "SS principal" "40,48 N 46,42 N" "Um grande iceberg"
"April 26" "??" "41,47 N 47,57 W" "Jogos Mortais 4 icebergs (8 milhas ao norte)"
"April 26" "SS Galileo" "40,54 N 46,54 W" "10:20 uma berg ~ 110 'de altura e 220' long"
"April 26" "SS principal" "41,02 N 46,28 W" "Jogos Mortais 2 icebergs"
"April 26" "SS Galileo" "41,04 N 46,37 W" "Um grande iceberg ~ 110 'de altura e 220' long"
"April 26" "SS Finlândia" "41,28 N 46,07 W 40,58 N 46,42 W" "9 de icebergs 600'-1000 'longa e 140'-200' elevado;"
"April 26" "SS Finlândia" "40,56 N 47,34 W" "Jogos Mortais grande iceberg"
"April 26" "SS Faixa de Snowdon" "42,00 N 49,45 W" "Uma berg ~ 40" de altura e 300 "longo"
"April 26" "??" "43,53 N 46,50 W 43,34 N 48,02 W" "4 icebergs de tamanho médio e 6 pequenos, também muitos bocados de gelo."
"April 26" "SS Canadá" "46,15 N 48,55 W 47,32 N 46,18 W" "Vi um grande iceberg, e então viu muitos icebergs e growlers"
"April 26" "??" "48,40 N 46,22 W 47,15 N 48,17 W" "Jogos Mortais 10, na sua maioria grandes icebergs"
"April 26" "??" "41,48 N 46,55 W" "Uma berg ~ 50" de altura e 200 de comprimento. "
"April 26" "SS Gibraltar" "41 13,5 N 49 34 W" "Sete corpos e destroços."
"April 26" "??" "41,47 N 48,40 W" "Uma berg ~ 20" de altura e 150 'long "
"27 de abril" "SS Oscar II" "41,04 N 46,50 W" "Uma berg de tamanho médio"
"27 de abril" "SS Oscar II" "41,04 N 47,42 W" "Vi um grande iceberg"
"27 de abril" "SS Oscar II" "40,53 N 46,38 W" "Uma de tamanho médio berg e growlers vários"
"27 de abril" "SS Oscar II" "41,10 N 46,33 W" "Uma berg ~ 80" de altura e 275 de comprimento. "
"27 de abril" "SS Oscar II" "41,10 N 50,00 W" "Vi um grande iceberg"
"27 de abril" "SS Sagamore" "41,14 N 49,44 W" "Uma berg muito grande e um pouco de distância para o sul, várias peças destacadas de gelo."
"27 de abril" "??" "42,20 N 49,31 W" "Um pequeno berg"
"27 de abril" "??" "46,19 N 48,11 W" "A berg"
"27 de abril" "??" "47,30 N 46,00 W" "Growlers numerosos e bergs"
"27 de abril" "??" "47,37 N 44,19 W" "O gelo foi visto"
"27 de abril" "??" "49,02 N 47,49 W 48,28 N 49,37 W" "Em um curso S64oW, 39 icebergs e growlers diversos e um pouco de gelo pateta. Dos icebergs foram em grande parte para o norte e para baixo com topos planos."
"27 de abril" "SS Sagamore" "41,21 N 49,36 W" "Viu dois corpos com cintos de vida na, cadeiras, racks vários etc, também uma quantidade de madeira pintada"
"28 de abril" "??" "40,40 N 48,00 W" "Um grande iceberg"
"28 de abril" "SS Mendoza" "40,50 N 46,20 W" "Vi uma berg muito grande"
"28 de abril" "??" "45,36 N 42,32 W" "Um pequeno berg; também 8 blocos de gelo que cobrem uma área de 5 a 6 quilômetros quadrados."
"28 de abril" "??" "45,30 N 42,27 W" "Um pequeno berg"
"28 de abril" "??" "47,00 N 43,30 W" "~ 75 bergs grandes e pequenos."
"28 de abril" "??" "47,55 N 51,21 N" "Um grande alto berg e um pequeno."
"28 de abril" "SS mongol" "49,00 N 47,45 W 48,00 N 50,00 W" "Inúmeros icebergs grandes e pequenos."
"28 de abril" "??" "41,13 N 46,34 W" "A berg muito grande"
"28 de abril" "??" "41,24 N 49,15 W" "Vi um grande iceberg"
"28 de abril" "SS Pannonia" "41,12 N 46,15 W" "Viu grandes berg 1 300 metros de altura"
"28 de abril" "SS Pannonia" "41,17 N 46,22 W" "Um grande iceberg"
"28 de abril" "SS Pannonia" "41,09 N 46,48 W" "1 médio berg (originalmente disse 40,09 N)"
"28 de abril" "SS Pannonia" "41,03 N 46,52 W" "1 médio berg e growlers (originalmente era 48.52 W)"
"28 de abril" "SS Pannonia" "41,03 N 46,58 W" "1 berg pequeno e growlers"
"28 de abril" "SS Pannonia" "40,51 N 47,08 W" "1 grande berg 100 metros de altura e 500 metros de comprimento."
"April 29" "??" "41,18 N 49,09 W" "Um pequeno berg"
"April 29" "??" "41,20 N 48,43 W" "A berg de tamanho médio"
"April 29" "??" "41,20 N 47,07 W" "Um pequeno berg"
"April 29" "??" "41,21 N 49,22 W" "Um grande iceberg"
"April 29" "??" "41,25 N 48,43 W" "Uma berg ~ 150 'alta; apareceu como se tivesse sido executado em de um navio."
"April 29" "??" "44,21 N 48,10 W" "Bergs"
"April 29" "SS Shenandoah" "44,27 N 48,30 W" "Um certo número de icebergs grandes"
"April 29" "??" "45,00 N 46,45 W" "Bergs"
"April 29" "SS Shenandoah" "44,21 N 48,10 W 45,00 N 46,45 W" "Icebergs grandes"
"April 29" "SS Ilford" "48,40 N 46,22 W 47,15 N 48,17 W" "Jogos Mortais 10 icebergs"

"30 de Abril" "SS Shenandoah" "45,03 N 45,28 W" "Um grande iceberg"

"30 de Abril" "SS Shenandoah" "45,05 N 45,56 W" "Um grande iceberg"

"30 de Abril" "SS Shenandoah" "45,07 N 45,34 W" "Um grande iceberg"

"30 de Abril" "SS Shenandoah" "45,10 N 46,00 W" "2 grandes icebergs"

"30 de Abril" "SS Shenandoah" "45,12 N 45,28 W" "Um grande iceberg"
"30 de Abril" "SS Minia" "40,30 N 48,30 W" "Icebergs numerosos (40,30 N pode ser um erro de impressão para 41,30 N)"

Apêndice 2: Fontes de Confusão

Com esse conjunto de dados grande de que para trabalhar, é inevitável que haja conflitos de informação. Testemunha:
  • O SS Baron Adrossan, que deixou Barry Dock no País de Gales para Nova York, é listado como sair em 05 de abril, de acordo com a pesquisadora Leslie Titanic depois Harrison, mas Lloyd menciona-a como sair dois dias depois. Em 17 de abril, ela é relatado como parar em 41,56 N 50,04 W em 17 de abril, o que parece ser correto. No dia anterior, ela encontra dois icebergs de gelo e campo - em 40,00 N 48,30 W. Se isso é certo, que ela estava fazendo tanto para o sul? Se ela tivesse seguido um curso de grande círculo, ela teria sido para o norte.
  • O Steiermark SS, a partir de Hamburgo (10 de abril) para Nova York (26 de abril), fornece uma gula de relatórios de gelo para 21 de abril. Os primeiros três destes a uma latitude de cerca de 42 N, o relatório final, no mesmo dia, está em uma posição de 46,20 N 49,00 W. Não só este último coordenado significa que o navio tinha desviado significativamente fora do curso, mas que ela já tinha viajado 6 graus norte, ou 240 quilômetros. Possível, mas não muito provável. Para dar um exemplo, o Titanic teriam levado cerca de 11 horas para percorrer esta distância. O Steiermark foi, sem dúvida, muito mais lento!
  • O Hesperian SS relataram gelo em 17 de abril. O site FindMyPast menciona que ela deixou Glasgow para Montreal em 26 de abril ... Lloyd mas menciona que ela ainda estava no porto, no rio Clyde entre 12 abril e 23 (pelo menos). O fato de que, se alguém desenha uma linha de "The Corner" a sua localização gelo relatou a coloca no caminho para a St.John 'é interessante, mas em última instância, deve ser descontado por causa do problema com datas seus vela.
  • A Cunard SS Carmania viu gelo em 11 de abril e 13. Ela está listada como deixar Liverpool para Nova York, através de Queenstown em 06 de abril. Lloyd coloca-a como chegar a Nova York em 14 de abril. Dependendo de quando ela viu o gelo e quando ela atracou, este navio nó 18 mal podia ter feito isso para Nova York no tempo.
  • O Niagara, famoso por ser escondido pelo gelo pouco antes do Titanic, está listado por Lloyd como sair de Nova York em 24 de abril para o Havre e passando Cape Race em 26 de abril. Ela é a alegadas relataram gelo em 25 de abril, bem longe de Nova York. É impossível para ela ter chegado a sua latitude e longitude especificada no tempo, mesmo se admitirmos a possibilidade de que ela saiu de Nova York à meia-noite em 24 de abril e chegou à coordena pouco antes da meia-noite em 26 de abril dando-lhe quase dois dias completos.
  • A Cunard forro Pannonia transmitido um aviso de gelo em 28 de abril. No entanto, Lloyd Índice de Envio Weekly diz que ela vapor de Fiume (6/4) para Nova York (25/4), sendo cerca de 280 quilômetros ao sul de Nova York na tarde de 22 de abril, e começou sua viagem de regresso a 2 de Maio! Ela seria, portanto, ter sido no porto.
Uma possível explicação para esta confusão é que devemos diferenciar quando um relatório de gelo foi feita e quando foi recebido. Esses navios que possuíam sem fio pode transmitir as suas observações imediatamente, mas aqueles sem teve que esperar até que eles passaram em área de comunicação visual de outro navio, ou estavam no porto, para que pudessem repassar essas mensagens diretamente. Embora Lloyd normalmente indicada a data em que um aviso de gelo foi feita, e não recebeu, às vezes isso não é assim. Às vezes navios retransmitida mensagens de outros e é uma possibilidade de que as datas associados com o gelo não é quando o gelo foi visto, mas quando a mensagem foi re-transmitida.
                               
                



O norueguês marinheiro Albert Moss sobreviveu à tragédia do Titanic, bem como WW1 e WW2.

Titanic Research


O norueguês marinheiro Albert Moss sobreviveu tanto desastre do Titanic e uma série de outras experiências cruciais no mar. A história de sua vida agora está documentado no livro Titanic og para verdenskriger (Titanic, WW1 e WW2).
No outono de 1911, Albert Moss foi o primeiro oficial a bordo do navio de carga norueguês S / S Hebe em seu caminho a partir de um porto sueco no Báltico para Preston, na costa oeste da Inglaterra. Fora Preston Albert eo resto da tripulação de S / S Hebe foi vítima de um naufrágio dramático no dia 11 de dezembro. O navio foi esmagado contra os rochedos, mas, felizmente, toda a tripulação foi resgatada por um barco salva-vidas de Southport próximo. Albert voltou para Bergen a tempo de celebrar o Natal com seus irmãos. Ambos seus pais haviam falecido recentemente.
Na primavera de 1912, Albert entrou como primeiro oficial a bordo do navio de carga norueguês S / S Norheim. Albert e outros dois marinheiros noruegueses foram ao encontro do navio, na Filadélfia, em abril. A greve do carvão britânica significava nenhum navio de carvão foram deixando para os Estados Unidos naquela época, ea única opção para o Albert estava para viajar no Titanic. Albert e seus dois companheiros chegaram a Southampton no dia antes da partida.
 
Moss Postal


A bordo do Titanic, Albert e os marinheiros dois compartilharam uma cabine de terceira classe no E-deck. O navio saiu de Southampton no horário, e visitou Cherbourg e Queenstown antes do curso foi marcada para Nova York. Na noite de domingo, dia 14 de abril, Albert e seus companheiros estavam deitados em suas camas quando de repente senti um solavanco como se o navio foi atracar. Tendo navegado nessas águas há anos, Albert compreendeu imediatamente o que tinha acontecido. O trio deixou sua cabine para avaliar a situação e pôde-se observar pedaços de gelo no convés de proa bem.
Um par de horas mais tarde, Albert foi arrastado ao mar junto com B desmontável, e vários homens ao redor. Depois de algum tempo chegou mesmo barco deitado de cabeça para baixo na água, e conseguiu subir para ele, assim como outros homens 20-30.

Um grito contínuo e terrível encheu o ar quando o Titanic finalmente desceu e os restantes passageiros e tripulantes a bordo caiu na água. Esses gritos assombrado Albert o resto de sua vida. Poucas horas depois, os homens de B dobrável foram apanhados por alguns botes salva-vidas que retornam, o Albert tem uma a bordo foi o último a chegar ao Carpathia, oito horas após a colisão com o iceberg, e mais de seis horas após a Albert e os outros tiveram foram lavados na água.
O Carpathia chegou a Nova York no 18 de abril de 1912 e Albert passou as próximas duas semanas em convalescença no hospital St. Vincent, antes de prosseguir para a Filadélfia para trabalhar no Norheim S / S como o planejado. Ele se comportou como um marinheiro, aparentemente não afetado pelo que ele passou. Depois de vários anos sobre o S / S Norheim Albert foi nomeado capitão de outro navio norueguês, o Nordkyn S / S. Apesar de a Noruega não foi envolvido na Primeira Guerra Mundial, o Nordkyn S / S foi torpedeado e afundado a oeste de Marrocos. Albert e todos os membros da tripulação sobreviveram ao calvário.
De volta para casa em Bergen, Albert se casou com sua sobrinha Ingrid, a filha de seu irmão mais velho Bernhard. Ele então teve um hiato de dez anos de sua vida de marinheiro e tornou-se um parceiro em bindery seu irmão Sigurd livro. Ingrid e Albert teve três filhos, Gunvor, Egil, e Reidun, nascidos entre 1919 e 1923.
Em 1931, Albert voltou para o mar e se tornou o primeiro oficial a bordo de um navio de carvão de Spitzbergen para a Europa durante o verão. A Noruega foi a contragosto levou à Segunda Guerra Mundial e ocupada pela Alemanha no início de abril de 1940. O transporte de carvão continuou durante esse verão e no próximo. Em agosto de 1941, os vapores de carvão foram atendidas em Spitzbergen pelos navios de guerra dos Aliados e transferido através de Islândia para a Escócia. Durante esta troca de Albert foi nomeado capitão do Munin S / S, que navegou em águas britânicas. Desde o início de junho de 1944, Albert e Munin S / S estavam envolvidos no transporte de munições e outras mercadorias perigosas para a Normandia como parte da Operação Netuno. Nem o navio, nem tripulação foi ferido fisicamente durante a Segunda Guerra Mundial, mas o medo permanente de torpedos, minas, bombas e, sem dúvida, foi extremamente estressante e susceptíveis de terem causado graves problemas psicológicos para os marinheiros da guerra.
Após 2 ª Guerra Mundial, Albert voltou para casa em janeiro de 1946 e viveu uma vida tranqüila durante 27 anos como pensionista junto com Ingrid, seus filhos e netos. As estações de verão foram gastos em pequenas fazendas ou casas no litoral, onde Albert gostava de corrico em viagens longas Rowboat durante as noites de verão brilhante. Quando a captura excedeu necessidade da família, como muitas vezes fez, o resto foi doado aos amigos e vizinhos. No entanto, a saúde de Albert diminuiu gradualmente e em 90 anos de idade, faleceu em sua casa em Persenbakken em Bergen sobre o 04 de julho de 1973.
Já como de convalescença em Nova York, Albert foi entrevistado pelo jornal de Nordisk Tiden. 40 anos depois, ele foi entrevistado por Morgenavisen em Bergen. Mas Albert principalmente se recusou a falar sobre suas muitas experiências torturantes, incluindo o desastre do Titanic. Na opinião de Alberto, mais do que suficiente já havia sido dito e escrito sobre a catástrofe Titanic.
No entanto, em 1962, vários jornais noruegueses equivocadamente informou que o último sobrevivente do Titanic norueguês, Bernt Johannessen, recentemente falecido. Albert foi desafiado por isso, e concordou em ser entrevistado até três vezes naquele ano, incluindo uma vez pelo Norwegian Broadcasting Corporation.
Filha de Albert, Reidun, e seu marido, Håkon, teve cinco filhos que cresceram quando Albert foi um pensionista. O livro Titanic og para verdenskriger resultou dos interesses e esforços do neto mais velho Dag. Além da história da vida de Albert, curtas dados biográficos está incluída em 27 homens que provavelmente compartilham o espaço limitado na B dobrável com Albert, muitos deles eram membros da tripulação a bordo do Titanic.
Moss Cver Devido ao cartão-postal e coleção de fotos deixadas para trás pelo irmão de Albert Eduard, o livro é ricamente ilustrado, e deve ser de grande interesse para muitos leitores. Um sumário Inglês também está incluído no livro.
Titanic og para verdenskriger: Om Albert Moss og hans begivenhetsrike sjømannsliv
(Titanic, WW1 e WW2: Sobre Albert Moss e sua movimentada vida de marinheiro)
Por Dag Bertelsen (dag.bertelsen @ sintef.no)

Hardcover: 240 páginas
Idioma: norueguês (Inglês resumo)
Lançado em: março 2012
Editora: A Sociedade Naval (Sjømilitære Samfunds Forlag, maxjarl@hotmail.no)

Preço: NOK 300 + postagem
Biografias relacionadas:
Albert Johan Moss
Contribuinte
Dag Bertelsen
                  

 

 

 

 

 

 

 

A grande 

 

tela da crise

  • Cultura
Com obras bastante contextuais, a 6ª Bienal VentoSul mostra a face inquieta da arte contemporânea mundial
03/11/2011 
Rafaela Tasca
de Curitiba (PR) 


Ghana Gold - Da Money, do fotógrafo
nigeriano George Osodi - Fotos: Divulgação/IPAR
Sob o desafiador tema “Além da Crise”, a capital paranaense abriga até o mês de novembro a 6a VentoSul, um importante evento internacional de arte contemporânea que, a partir deste ano, também passa ser chamado de Bienal de Curitiba. Para conduzir a ousada proposta curatorial, os críticos de arte Alfons Hug (Alemanha) e Ticio Escobar (Paraguai) foram convidados a pensar sobre a posição da obra de arte diante de uma cultura definida em grande parte pela crise.  
A apresentação da proposta dos curadores é bastante reveladora: “A palavra ‘crise’ é tomada em seu sentido mais instigador e sugestivo, como momento crucial que, diante de uma mudança brusca de paradigma, exige decisões, posições e imagens novas”. E acrescentam: “não se espera que os artistas que participam desta Bienal ofereçam receitas para enfrentar a crise nem que façam críticas, mas que proponham novos olhares.”
Além da presença de artistas das mais diversas regiões do mundo (são 37 países) e um desenho que optou por descentralizar os espaços de exposição, esta Bienal de Curitiba é marcada pelas chamadas “narrativas fortes”. “Os curadores gerais deram preferência a obras que trabalhassem com o que eles nomearam de ‘narrativas fortes’, ou seja, trabalhos com conteúdo imagético evidente e diretamente relacionado com questões políticas e sociais do capitalismo atual.”, analisa o paranaense Artur Freitas, um dos curadores convidados para esta edição. 
A programação inclui palestras, mesas- redondas, exposições, cursos, oficinas, mostra de filmes, perfomances e interferências urbanas que vêm ocupando os principais espaços culturais e museus da cidade; e também galerias subterrâneas, praças, ruas e parques.

Projeções inquietas
Ao passar pelas obras de diferentes latitudes do globo, as quais se encontram na “grande tela audiovisual” que se tornou as duas salas do Museu Oscar Niemeyer – principal espaço desta Bienal –, não há como não ser fisgado por algum instante de imagem. São projeções de obras perturbadoras, inquietas, instigantes; por vezes desoladoras, irônicas ou mesmo líricas. 
Como no vídeo Shared Propulsion Car (Carro de Propulsão Compartilhada), com a performance do artista canadense Michel de Broin, em que ele substitui o motor de um carro por quatro mecanismos de pedais criando um meio de transporte de autopropulsão coletiva. Realizado no centro de Nova York, onde de Broin circulou a 15km/h, o trabalho faz uma crítica poética à economia do petróleo e à cultura do automóvel. 
Também ali, nesta grande tela, os efeitos visuais do vietnamita Dinh Q. Lê com clima quase surreal em South China Sea Pishkun, animação em vídeo com a imagem de helicópteros caindo, um após o outro. Em referência aos episódios de 30 de abril de 1975, o vídeo insere as máquinas de guerra em seus últimos momentos, lançadas à morte no mar. 
South China Sea Pishkun , animação em vídeo do vietmanita Dinh Q Lê
Também saltam das paredes dessa exposição as imagens estarrecedoras dos trabalhadores das minas ilegais de ouro de Obuasi, em Gana, apresentadas na obra Ghana Gold – Da Money do fotógrafo nigeriano, George Osodi. Além do ritmo da rígida disciplina, um tanto militar, da “chamada” antes da jornada de trabalho em Shangai, captadas em vídeo pelo artista chinês Zhou Tao para a obra 1,2,3,4.
Ruínas do presente
Como ruído de fundo, o discurso da crise também parece adensar algumas práticas similares de mapeamento, como as que lançam um olhar aguçado para objetos cotidianos e modos de vida. A exemplo da obra Esto es una pipa (Isto é um cachimbo) do artista colombiano Camilo Restrepo na qual trabalha com uma espécie de recenseamento dos objetos cotidianos da atualidade; no caso, os cachimbos de fumar bazuco (mistura de drogas duras) que ele encontra nas ruas. 
A obra de Restrepo não só dialoga com questões contextuais de seu país, como também transita com primorosa desenvoltura por uma clássica referência da história da arte: a obra A traição das imagens do artista surrealista Renè Magritte. Se Magritte provoca uma crise na representação da imagem ao pintar um cachimbo e sob ele escrever Isto não é um cachimbo; o colombiano Restrepo se apropria deste símbolo e reinsere a questão, afirmando a realidade da imagem e subscrevendo com exatidão arqueológica o local de coleta do material: os bairros marginalizados de seu país. 
Este procedimento aparece em outras obras do artista, como na recente instalação Figuritas en el suelo na qual expõe uma série fotográfica e algumas bolsas plásticas – máquinas inaladoras de drogas – recolhidas no parque da Estação do Prado, centro de Medellín. O título da instalação surge de uma expressão usual dada às imagens que são vistas sob efeito do Boxer – popular marca de cola entre os consumidores da droga. 
Esto es una pipa (Isto é um cachimbo), de Camilo Restrepo
Também Luis Molina-Pantin se ocupa das cidades colombianas. Com um apurado olhar para a arquitetura e o desvelamento de suas camadas de poder, o artista, nascido na Suíça e radicado na Venezuela, apresenta uma série fotográfica com exemplares da chamada “narcoarquitetura”: mansões de traficantes e mafiosos colombianos construídas nos anos de 1980 e 1990, nas cidades de Cali e Bogotá. 
Outro modo de olhar para as camadas de memória urbana é aquele que reverbera na obra da fotógrafa alemã Ricarda Roggan. A artista leva para fotografar em seu estúdio peças do mobiliário utilizadas em repartições públicas da Alemanha Oriental e encontradas em estado de abandono pelas cidades. As composições reencenadas de Roggan revelam a atmosfera insólita de um mundo e um modo de vida que desapareceu após a queda do muro de Berlim. 
Esta espécie de arqueologia do presente ou do passado próximo, ganha um corpo ainda maior no projeto Intervallo do coletivo italiano Alterazioni Video, com a documentação de obras arquitetônicas colossais e inacabadas da região da Sicília, sul da Itália, edificadas entre os anos de 1960 e 1980. Certamente uma crítica à especulação imobiliária do pós-guerra que deixou as marcas de seus modos superlativos e de sua estética do inacabado. São ruínas como a do Stadio del Polo na cidade de Giarre, do orfanato em Enna, ou das casas populares de Adrano. 
Estas obras parecem alinhavar um chão comum. Exigem empregar um certo tempo, uma parada para desmecanizar o olhar e de fato ver os vestígios e ruínas da própria história humana recente, e em curso. 
Intervenções urbanas
A arte desta Bienal pode ser vista até mesmo para o público que não quer se deslocar até um dos espaços da mostra. Uma condição possível em virtude das interferências urbanas que ocorrem em praças, fachadas, becos e galerias subterrâneas. A exemplo do painel de 13 metros do jovem curitibano Rimon Guimarães, feito na fachada lateral de um prédio no Largo da Ordem. 
Se às cores se lança Rimon, à leveza do branco se propõe Fernando Rosenbaum - outro artista radicado em Curitiba. Instalando diversas de suas obras, chamadas de Baiúca (literalmente abrigos) em situações urbanas diversas, Rosenbaum cria espaços de convivência e respiro em meio ao caos individualizante da cidade. Como a que se alocou no hall da Biblioteca Pública do Paraná, suas Baiúcas são delicadas obras feitas em papel de seda que convidam o visitante a entrar e experienciar um outro pensamento urbano.  
Também a passagem subterrânea da galeria Julio Moreira, localizada no centro histórico da cidade, foi o espaço para o site specific (obra feita no próprio lugar) Cómo llegar a las masas, do uruguaio Ricardo Lanzarini. A obra criou polêmica pelo modo que o artista representou as estruturas de poder e foi interditada já na inauguração da Bienal. Desde então, vem sendo discutida sua reabertura ao público. 
Eixo Sul
Com esta polifonia de fatos e expressões artísticas, esta Bienal “Além da Crise” agrega à aguda experiência com a atualidade do mundo, algum desconforto. Em seu estado de pensar no além do estado das coisas, encontra variados questionamentos sobre si própria. Especialmente de qual seria sua vocação em meio à disputa acirrada na cartografia das grandes mostras de arte contemporânea mundo afora. Por certo, a descentralização do circuito de arte nacional é uma de suas contribuições como bem pondera o crítico e historiador Artur Freitas, “Creio que, com o passar do tempo, ela terá condições de, somada à Bienal do Mercosul, estabelecer uma nova rota cultural no sul do Brasil”, reflete. 
Resta saber se esta Bienal conseguirá ao longo dos anos, se firmar como um laboratório instigante, com experiências ligeiramente deslocadas do sistema da arte mais afeito às práticas de valores do mercado. Ou se fará parte do coro dos mesmos.  




A crise econômica e os dilemas da União Europeia

    Análise

A classe trabalhadora, mais cedo ou mais tarde, buscará uma alternativa para a crise



18/11/2011



Editorial da edição 455 do Brasil de Fato



Até a década de 1990, era comum nas análises econômicas encontrarmos o Japão, os EUA e a Europa caracterizados como o tripé da economia mundial. De fato, depois da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) os EUA emergiram como a principal potência capitalista do planeta. Ao mesmo tempo, para se contrapor à influência da URSS, os EUA contribuíram decisivamente para a recuperação econômica do Japão e da Europa arrasados pela guerra. Desde então, EUA, Japão e Europa se destacaram como o centro dinâmico do capitalismo.

A partir da década de 1970, o capitalismo adentrou, gradativamente, numa etapa de acumulação marcada pela hegemonia do capital financeiro, por constantes crises cíclicas de superprodução e baixas taxas de crescimento econômico. A economia japonesa está estagnada desde o início da década de 1990. A economia estadunidense, também estagnada, acumula seguidos déficits fiscais e altas taxas de desemprego. Agora, a crise econômica mundial castiga principalmente a Europa.

As projeções da Comissão Europeia (CE) para 2011 revelam que a taxa de desemprego na zona do Euro vai atingir os 10%. Um percentual considerado preocupante e com tendência de subir. A projeção para o presente ano é que o crescimento econômico da zona do Euro será mínimo, em torno de 1,5%. Prevê ainda que, em 2012, ocorra uma expansão na economia de 0,5%. Isso se tudo der certo, ou seja, se a União europeia conseguir manter sob controle a crise da dívida que ameaça afundar o Euro e aprofundar a crise econômica mundial. Diante desse nebuloso cenário em que se encontra o Velho Continente, podemos tirar algumas conclusões:

Estamos assistindo à dissolução da utopia liberal e capitalista que concebeu a construção da União Europeia. Ou seja, uma crise do projeto de integração econômica e política de uma Europa inclusiva e sem fronteiras. Predominou a velha desigualdade de riqueza e poder que sempre impulsionou os revanchismos, xenofobismos e rivalidades de um continente historicamente belicoso.

O atual endividamento dos Estados nacionais da Zona do Euro foi agravado, em grande parte, porque na crise de 2008 e 2009 esses países se endividaram para socorrer o setor privado: as corporações capitalistas e os grandes bancos.

A União Europeia entrou numa camisa de força ao estabelecer unidade monetária sem unidade fiscal. Secundarizou, portanto, a desigualdade entre as nações, algo inerente ao desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo. A atual crise da dívida gerou uma crise fiscal que é incompatível com a meta do euro forte e estável.

A União Europeia não orienta a Grécia e outros países a aplicar políticas anti-cíclicas baseadas no investimento produtivo para gerar demanda efetiva e, assim, potencializar o consumo dinamizando a economia. Insiste nas receitas ortodoxas neoliberais como recomenda o FMI. Outra expectativa do capital financeiro para minimizar a crise é que os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) contribuam financeiramente para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. Os BRICS não concordaram. O governo brasileiro, corretamente, descartou essa possibilidade. A China, fundamental no xadrez geopolítico mundial, se mostrou reticente.

Existe um esforço por parte do mercado financeiro, dos grandes bancos e corporações para evitar a participação popular na solução da crise. É uma tentativa inútil, desautorizada pela história, de separar as contradições da economia da política de massas. Prova disso é o caso da Grécia. No momento em que se colocou a possibilidade de fazer um plebiscito para saber se a população concordava ou não com os termos do acordo de salvação financeira daquele país, ocorreu uma reação imediata e contrária à realização do plebiscito. É o mercado financeiro atentando contra a soberania dos Estados nacionais.

A solução institucional do “governo de união nacional” viabilizada na Grécia e, provavelmente, na Itália é uma tentativa do capital financeiro de legitimar os draconianos ajustes neoliberais. Ao mesmo tempo, esse tipo de governo tem uma tendência a frustrar as massas abrindo uma nova etapa de lutas sociais. Esse sentimento de frustração das massas europeias poderá ser potencializado por uma socialdemocracia sem projeto, frágil e descaracterizada ideologicamente. A classe trabalhadora, mais cedo ou mais tarde buscará uma alternativa para a crise. Esperamos que seja uma alternativa pela esquerda.

Hamilton Octavio de Souza




Brasil das Aves

Workshop na Mata Atlântica

por Zé Edu Camargo em 2 de abril de 2012  

Mata Atlântica no Parque do Zizo. Foto Octavio Campos Salles.

Um dos melhores fotógrafos de vida selvagem no país, Octavio Campos Salles também é guia de birdwatching e blogueiro. Uma boa oportunidade para acompanhá-lo em campo são os workshops que ele promove no Parque do Zizo, em São Miguel Arcanjo, no sul de São Paulo. O próximo, de 21 a 24 de maio, é ótimo para quem quer emendar a viagem logo depois do Avistar 2012 (feira que ocorrem em São Paulo, no Parque Villa-Lobos). Durante o workshop, Octavio dá dicas de fotografia de natureza em meio à Mata Atlântica. O Parque do Zizo é uma área muito bem-conservada de mata primária, com uma avifauna exuberante. Para confirmar isso, basta ver as fotos que acompanham este post…

Sabiá-cica (Triclaria malachitacea). Foto Octavio Campos Salles.

Surucuá-de-barriga-amarela (Trogon rufus). Foto Octavio Campos Salles.

Gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus). Foto Octavio Campos Salles.







LÍNGUA PORTUGUESA: RESULTADO OFICIAL DO ENEM 2011: Sábado, dia 22/10/2011 Domingo, dia 23/10/2011 ...

A epidemia da liberdade - Parte 1

Como um saudável vírus, protestos contra ditaduras espalham-se pelo mundo árabe, causando transformações em uma região marcada pela repressão, a pobreza e a brutalidade

Claudio Dantas Sequeira e Luiza Villaméa
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REVOLTA
Em Sanaa, a capital do Iêmen, populares protestam contra
o governo e exigem a saída do presidente Abdullah Saleh
 O coronel líbio Muamar Kadafi tornou-se o símbolo de uma geração de déspotas que, agarrados ao poder e alheios às necessidades de seus cidadãos, transformaram o Oriente Médio e o norte da África em uma das regiões mais autoritárias e desiguais do planeta. Em quatro décadas de reinado brutal, Kadafi, que se autoproclamou o “rei dos reis”, conseguiu reunir em torno de si todos os estereótipos de um ditador extravagante, sanguinário e opressor. Mais preocupados com as vastas reservas de petróleo e gás natural do país, ao longo das últimas décadas, os líderes ocidentais preferiam ver o ditador líbio apenas como uma espécie de déspota excêntrico. Suas enfermeiras ucranianas, suas roupas coloridas ou mesmo a insistente obsessão em montar tendas luxuosas onde quer que fosse serviram de combustível para conversas animadas no pragmático mundo da diplomacia internacional. Nos últimos anos, Kadafi chegou a estabelecer relações para lá de cordiais com primeiros-ministros ou presidentes defensores da democracia, como o britânico Tony Blair ou mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na última semana, no entanto, as imagens de corpos humanos destroçados por armas de grosso calibre, os relatos de ataques aéreos contra manifestantes desarmados e o desespero de milhares de estrangeiros em fugir do caos que tomou conta da Líbia fizeram o mundo recordar, sobressaltado, que Kadafi não passa de um ditador sanguinário, considerado um louco psicopata até mesmo por seus pares. Nesses últimos dias, ele não mediu esforços para tentar sobreviver à contaminação da onda libertária que vem tomando conta do norte da África e do Oriente Médio. Estima-se que até sexta-feira seus mercenários e soldados ainda leais ao seu comando tenham matado ao menos duas mil pessoas. Como um vírus que se espalha pelo ar, o desejo de melhor qualidade de vida, de libertar-se de regimes opressivos e cruéis e, pelo menos um pouco mais de democracia está transformando a região de forma absolutamente inédita. Depois da Tunísia e do Egito, restam poucas dúvidas de que a Líbia será o próximo país a sucumbir a essa saudável epidemia. A queda de Kadafi, o ditador mais longevo e cruel da região, será emblemática e reforçará ainda mais uma certeza que parece dominar o mundo árabe: a de que não há antídoto contra os desejos de um povo cansado da opressão e da pobreza.
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COVARDIA
A artilharia pesada deixa um rastro de destruição na Líbia,
onde militares desertores doaram seus uniformes para a população
As consequências dessa contaminação em massa são absolutamente imprevisíveis. Estados Unidos e Europa estão agora debruçados na análise das consequências geopolíticas e econômicas dessas revoltas no mundo árabe. Afinal, o fornecimento de petróleo e gás tem sido garantido ao longo dos anos por relações clientelistas que incentivaram a manutenção de ditaduras. Agora, ninguém sabe como serão as novas relações com o Ocidente, se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manterá sua formação e política de cartel ou mesmo se teocracias ao estilo iraniano vão ocupar o vácuo de poder criado com a queda dos ditadores. Na quinta-feira 24, os opositores de Kadafi, por exemplo, tomaram importantes terminais petrolíferos situados a leste da capital Trípoli e o governo anunciou a paralisação de parte da produção, o que levou o valor do barril a tocar a barreira dos US$ 120. Na sexta-feira 25 mais da metade da produção de petróleo e gás líbio já havia sido paralisada. “As primeiras consequências já podem ser sentidas. O preço da energia está subindo, o que terá impacto adicional nos custos de transportes e, consequentemente no preço das commodities”, disse à ISTOÉ o economista tunisiano Saïd Kechida. Outra preocupação é com o êxodo de migrantes desses países para a União Europeia. Estima-se em 500 mil o total de pessoas que poderiam bater à porta dos europeus, num momento em que a recessão e medidas antipopulares alimentam protestos como os vistos em Atenas há poucos dias.
A única certeza por enquanto é de que a Líbia não será o último país a ser contaminado de forma avassaladora por essa epidemia de liberdade. Argélia e Iêmen caminham para uma situação-limite como a vista no país de Kadafi. No Bahrein – onde a primeira corrida da temporada de Fórmula 1 já foi cancelada –, após a repressão violenta de protestos pacíficos, o rei Hamad bin Isa recuou e tenta negociar com a oposição, mas poucos acreditam que as pressões para sua queda irão arrefecer nos próximos dias. O vírus libertário já começa a mostrar seus primeiros sintomas também no Marrocos, na Mauritânia e acredita-se que ele possa tomar conta até mesmo do Irã. Na tentativa de se vacinar, o governo da Arábia Saudita anunciou um pacote de US$ 35 bilhões em investimentos sociais, liberação de financiamento para a compra da casa própria sem juros e aumento de 15% a todos os funcionários públicos. “Os árabes perceberam que podiam sair às ruas. A revolta da Tunísia mostrou que era possível derrubar o regime e o Egito confirmou essa tese. A queda de Kadafi é questão de dias e será emblemática para que outros sigam esse caminho”, diz à ISTOÉ o cientista político iraniano Meir Javedanfar.
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FORA
Revoltados com o ataque a civis,
líbios exigem a saída de Muamar Kadafi
 Mais do que a língua, a religião ou o fato de estarem flutuando sobre as maiores reservas de petróleo do mundo, o que vem unindo os povos árabes neste início de 2011 é a busca por melhores condições de vida. Democracia nunca foi um valor exatamente prezado nessa região do mundo e na história recente não há o mais remoto registro de governos pautados pela liberdade de expressão, seja ela de ordem pessoal, seja de ordem política. O catalisador das revoltas foi muito mais a dissonância entre uma situação econômica decadente e a ostentação exacerbada de pequenas elites políticas ligadas aos ditadores. Soma-se a isso a corrupção endêmica que assola esses países aliada a uma repressão feroz e descomensurada a qualquer tipo de oposição. Confrontados com a escassez de trabalho em seus próprios países e a constante elevação dos preços dos alimentos, os árabes simplesmente foram às ruas pedir uma vida melhor. Tudo começou no dia 17 de dezembro, quando o vendedor de rua tunisiano Mohamed Bouazizi ateou fogo em si mesmo depois que a polícia confiscou as frutas e vegetais que vendia nas ruas de Túnis. A autoimolação de Bouazizi não teve, ao menos diretamente, nenhum estofo ideológico. Foi apenas um grito desesperado contra as dificuldades de se ter uma vida digna.
Bouazizi tornou-se um mártir e símbolo do sofrimento dos milhões de dsempregados tunisianos. Rapidamente a revolta ganhou corpo, facilitada pelas novas tecnologias, reverberando pelas emissoras de tevê e angariando cada vez mais apoio entre outros grupos, como sindicatos e intelectuais. Da Tunísia, os gritos de liberdade se alastram com uma rapidez impressionante pelos outros países da região. Hoje, são famílias inteiras, com crianças a tiracolo, empunhando bandeiras e gritando slogans por melhores condições de trabalho e direitos sociais básicos. Foi assim no Egito e está sendo assim na Líbia. Movimento semelhante no último século só foi visto nas ex-repúblicas soviéticas na década de 1990. “As sociedades árabes estavam a ponto de explodir há anos. Que a faísca tenha saltado na Tunísia e o fogo tenha se espalhado pelo Egito foi uma coisa do acaso”, afirma Paul Salem, diretor do Centro Carnegie para o Oriente Médio, com sede em Beirute.
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APOIO
Contrários ao ataque a civis, militares se
unem à população contra Kadafi
As dificuldades econômicas, as injustiças sociais e a concentração de riqueza não são os únicos fatores para justificar um movimento tão sincronizado no mundo árabe. Ao contrário de outras regiões do mundo controladas por déspotas e vivendo na iniquidade extrema, o norte da África e o Oriente Médio atingiram um grau de desenvolvimento relativo após o início maciço da exploração do petróleo, a partir da segunda metade do século XX. Os bilhões de dólares que permitiram que Kadafi, por exemplo, tenha participação acionária em empresas como a Fiat e o jornal inglês “Financial Times” também foram usados para construir uma infra-estrutura aceitável, produzir uma classe média intelectualizada e uma pequena burguesia nascida do comércio e dos serviços com as potências ocidentais que dependem diretamente das reservas naturais desses países. Assim, por mais injusta que seja a distribuição de renda, não há miséria generalizada, como em algumas regiões da África Sub-saariana, onde ditadores sanguinários como Robert Mugabe, no Zimbábue, continuam a governar seus países como se esses fossem suas propriedades particulares. Ainda é incerto se o movimento pode se espalhar para outras regiões do mundo com regimes semelhantes, como a China, a Coreia do Norte ou Cuba. Mas o certo é que os governantes desses países estão atentos a qualquer indício de revolta.
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A epidemia da liberdade - Parte 2

Como um saudável vírus, protestos contra ditaduras espalham-se pelo mundo árabe, causando transformações em uma região marcada pela repressão, a pobreza e a brutalidade

Claudio Dantas Sequeira e Luiza Villaméa
 O mais notável nas revoluções árabes é que elas são movimentos genuinamente populares. Em nenhum dos países assolados até agora pela onda libertária surgiu uma oposição coordenada, uma liderança clara. “Liberdade, trabalho e dignidade nacional são as palavras de ordem nos protestos. Isso mostra que não se trata apenas de uma questão de democracia, mas de justiça social”, afirmou à ISTOÉ o economista tunisiano Saïd Kechida. “Na América Latina também há pobreza e alguns países têm democracias frágeis, mas você não vê revolta porque as pessoas não têm medo de expressar suas ideias sob o risco de serem presas ou mortas”, concorda o analista iraniano Meir Javedanfar. Enquanto a população anseia por uma vida melhor, os déspotas já vinham ensaiando uma sucessão geracional. No Egito, Hosni Mubarak se preparava para passar o poder ao filho Gamal, enquanto na Líbia os filhos de Kadafi travavam uma disputa para suceder o pai. Marrocos e Síria, que fizeram essa transição em 1999 e 2000, respectivamente, parecem ter agora mais margem de manobra para reagir às pressões populares. Mas não estão livres de pressões. Porém, isso não significa muita coisa. “Nenhum país árabe está ao abrigo dos movimentos de protesto, com suas reivindicações. Na verdade, o povo se sente lesado diante de poderes absolutos e da falta de liberdades mínimas”, avalia Riad Wahwaji, do Instituto de Análises Militares do Oriente Médio e do Golfo (Inegma).
Mas a derrubada desses regimes ditatoriais por si só não resolve o problema. O vácuo deixado por líderes que estão há tanto tempo no poder não é fácil de ser preenchido, já que a oposição também está dispersa, isso quando ainda existe depois de décadas de repressão. É grande, aliás, a chance de que as elites associadas aos antigos ditadores permaneçam no controle do Estado, como é possível perceber nos processos de transição na Tunísia e no Egito. Para o analista egípcio, Amr Hamzawy, “a renúncia de ditadores como Mubarak e Ben Ali é apenas o ‘primeiro passo’ para o sucesso da revolução, que deve ser sucedido por uma reforma estrutural que pavimente o caminho para a democracia”. Uma coisa é certa: os árabes estão se acostumando com algo novo, e ainda terão que aprender a conviver com novas liberdades e lutar contra o veneno das religiões.
Certo também é que os interesses americanos e europeus em petróleo e gás permanecerão inalterados, dada a sua dependência, seja qual for o regime. Mas o grau de imprevisibilidade agora é altíssimo. Se as ditaduras atuais pecaram pela abertura dos mercados ao capital e pela corrupção, não é difícil imaginar que ideários nacionalistas ressurjam com força. Uma unidade regional, no entanto, dependerá do alcance da revolução e a ideia de um pan-arabismo idealizado pelo antecessor de Mubarak no Egito, Gamal Nasser, não parece fazer a cabeça da nova geração. “Acho que será mais uma questão de encontrar um caminho pragmático e equilibrado para lidar com os interesses nacionais ao patrocinar os interesses-chaves do mundo árabe”, avalia o tunisiano Saïd Kechida. Daí a preocupação no governo de Israel, que teme o isolamento com a eventual vitória de forças políticas muçulmanas em futuras eleições. Tel-Aviv tinha no governo de Hosni Mubarak seu grande aliado na região. “A revolução no Egito destrói a tranquilidade estratégica de Israel no Oriente Médio”, afirma Itamar Eichner. No sentido inverso, o Irã de Ahmadinejad poderá se beneficiar dessa nova conjuntura. “Os ex-amigos dos Estados Unidos e de Israel podem virar amigos do Irã, a menos que o espírito revolucionário ponha em xeque a república islâmica”, diz o analista iraniano Meir Javedanfar.
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RECUO
Após violenta repressão, governo
do Barhein liberta presos políticos
Até agora as grandes potências ocidentais estão acompanhando de longe os acontecimentos na região. Por mais que os ditadores tentem fazer crer que os levantes foram orquestrados por forças externas, são poucos os indícios de uma ação direta das agências de inteligência dos Estados Unidos ou de países europeus no fomento às revoltas. Na verdade, a explosão popular no norte da África e no Oriente Médio parece ter pego de surpresa o mundo ocidental. Só na sexta-feira 25, Estados Unidos e União Europeia deram sinais de que pretendiam abandonar a retórica e partir para ações concretas na tentativa de minimizar o banho de sangue que vem manchando as ruas das principais cidades líbias. Com boa parte dos seus cidadãos já evacuados do caos que toma conta do país, Estados Unidos e Inglaterra começaram a considerar a possibilidade de criar uma zona de exclusão aérea na Líbia para impedir novos ataques com aviões militares contra cidadãos desarmados e tentar conter a entrada de milhares de mercenários de países vizinhos contratados por Kadafi.
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FUGA
Milhares de estrangeiros tentam desesperadamente deixar a Líbia
Assim como a condescendência ocidental com os abusos de ditadores como Kadafi foi longa demais, a demora por ações concretas contra o massacre do povo líbio parece também ter sido demasiada. Na tarde da sexta-feira a Líbia já se encontrava praticamente em estado de sangrenta guerra civil. Sem controle de uma vasta porção oriental do país e perdendo espaço no oeste de Trípoli, Kadafi parecia não mostrar nenhum tipo de limite para manter o controle de sua capital. Com mercenários trazidos dos vizinhos Chad, Sudão e Níger, instalou um regime de terror em Trípoli. Quem saísse às ruas era morto pelos milicianos leais ao ditador. Na sexta-feira, logo após as orações, manifestantes tentaram reunir-se na entrada das principais mesquitas da cidade, mas foram brutalmente atacados. O mesmo aconteceu nos dias anteriores em cidades próximas à capital, quando novos ataques aéreos foram registrados. Enquanto isso, parte das Forças Armadas se juntou ao povo e começava a armar populares para tentar tomar a capital no fim de semana. Poucos duvidam que Kadafi sucumbirá, mas dificilmente isso ocorrerá sem a morte de milhares de pessoas. Assim como o ditador se transformou num símbolo da opressão dos líderes árabes a seu povo, o banho de sangue que marcará sua queda será também um símbolo da reticência da comunidade internacional em agir contra déspotas que não se importam em perpetrar crimes contra a humanidade para manter a todo custo o poder.
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Colaboraram: Bruna Cavalcanti e Rafael Teixeira
http://www.istoe.com.br/reportagens/


A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A QUESTÃO CONCEITUALNeste trabalho apresentamos uma sistematização a respeito da trajetória conceitual da Educação Ambiental procurando demonstrar os vários sentidos atribuídos no decorrer do debate, explicitando suas relações com as mentalidades e o pensamento numa perspectiva histórica.

Introdução
 
O ser humano, historicamente, em função de sua sobrevivência precisou transferir matéria e energia do ambiente natural para a sua vida diária. Entretanto, o acelerado processo de sua ação devastadora em relação a estes hábitos, vem suscitando questionamentos uma vez que coloca em risco o futuro do planeta e de sua própria espécie. A esse respeito, vale registrar o alerta da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente da ONU (1992):

Muitos dos atuais esforços para manter o progresso humano, para atender as necessidades humanas, e para realizar as ambições humanas são simplesmente insustentáveis - tanto nas nações ricas como nas pobres. Elas retiram demais, e a um ritmo acelerado demais, de uma conta de recursos ambientais já a descoberto, e no futuro não poderão esperar outra coisa que não a insolvência dessa conta.
As discussões por ocasião dos quinhentos anos de Brasil, remetem ao debate de que entre os ganhos há também conseqüências, provenientes deste processo. Uma delas é o modelo de desenvolvimento econômico baseado na monocultura agrícola com a exploração até o esgotamento dos recursos naturais.
Entretanto um longo caminho foi percorrido até chegar a essa mudança de mentalidade, ou seja, a gênese da preocupação ecológica conforme aponta Thomas Keith - pensador inglês, professor da Universidade de Oxford, em seu livro O mundo natural: mudanças de atitude em relação às plantas e aos animais, (1988) como discutiremos mais adiante.
Em função desse problema identificado como crise ambiental decorre a inserção da Educação Ambiental percebida como uma das importantes estratégias na construção de uma nova mentalidade e um novo modelo de desenvolvimento com utilização sustentada dos recursos naturais, levando em conta no seu processo à concepção de crescimento com equidade social e equilíbrio ecológico.
É possível observar que a educação está sendo chamada a desempenhar papéis paradoxais, uma vez que ora é interpretada como agência portadora dos valores da classe dominante no sentido de ajustar o indivíduo à sociedade, por outro lado, deve também instrumentá-lo para criticar esta mesma sociedade.
Daí vê-se claramente que a ação educativa tende a operar concomitantemente em dois níveis: em nível individual, na medida em que orienta o uso  do meio e em nível societário, criando uma consciência crítica, capaz de lutar pela racionalização na utilização dos recursos naturais, do meio como um todo e, sobretudo, de apontar as distorções dos sistemas em relação ao ambiente.
 As preocupações com a Educação Ambiental para a maioria dos autores mencionados neste estudo datam da década de 1970. Desde então seu conceito tem evoluído sempre vinculado ao do Meio Ambiente. A esse respeito, uma das concepções adotadas, apresenta o entendimento de que, como a Educação Ambiental tem sido praticada a partir da compreensão que se tem do meio ambiente, esse processo pode acontecer de duas maneiras: através do conceito científico, cujo entendimento é universal explicitando o consenso acerca um determinado conhecimento para a comunidade científica ou por meio das representações sociais, ou seja, a forma como os conceitos científicos são percebidos e internalizados pelos indivíduos no seu cotidiano. (REIGOTA, 1994).
O autor após relacionar vários conceitos de Meio Ambiente, avalia a precariedade destes, uma vez que não apontam para um consenso, o que o leva a optar pelas representações sociais, embora chegue a definir o meio ambiente como:
O lugar determinado, onde os elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em interação. Estas relações implicam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e sociais de transformação do meio natural e construído.             
                                                 (REIGOTA, 1994, p. 14).
Outro conceito de Meio Ambiente, ao nosso ver explicativo e abrangente é o do Guia do Meio Ambiente que afirma:
Os seres vivos, em geral, não subsistem sem uma série de condições e substâncias que proporcionam sua sobrevivência e seu desenvolvimento. Tudo que cerca o ser vivo, que o influencia e que é indispensável à sua sustentação constitui o meio ambiente. Estas condições incluem o solo, o clima, os recursos hídricos, o ar, os nutrientes e os outros organismos. Em 1975, na Conferência Internacional sobre Educação Ambiental em Tibilísi, Geórgia, o meio ambiente foi definido não só como meio físico e biológico, mas também como meio sócio-cultural e sua relação com os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem.                  
                                                    (ROCHA, 1992, p. 84).
  
As relações entre Meio Ambiente e Educação Ambiental perduram até nos estudos mais atuais. Os antecedentes históricos da Educação Ambiental dão conta de que a chamada crise ambiental desencadeou o processo de ecologização na sociedade, ampliando um universo antes restrito aos apreciadores da natureza.
A idéia romântica que alimenta a possibilidade da existência de práticas voltadas ao que atualmente entendemos como Educação Ambiental nas sociedades pré-capitalistas, como a compreensão de que as pessoas mantinham uma relação mais harmoniosa com a natureza, é veemente combatida por THOMAS (1988), que apresenta questionamentos instigantes do tipo: Como foi vivida a natureza nos trezentos anos que inauguram a modernidade? Nessa reflexão, ele elabora os argumentos necessários que afastam a hipótese de uma relação harmoniosa entre ser humano e natureza precisamente no período anterior à Revolução Industrial. Para ele, a conscientização vem paradoxalmente com a destruição, aspecto central de seu trabalho que analisa como a humanidade passa do estágio da violência à natureza, pela simpatia e proteção, traduzidos no fragmento:
Há apenas poucos séculos atrás, a mera idéia de resistir à agricultura, ao invés de estimulá-la, pareceria ininteligível. Como teria progredido a civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo do solo e a conversão da paisagem agreste em terra colonizada pelo homem? Os reis e grandes proprietários podiam reservar florestas e parques para caça e extração de madeira, mas na Inglaterra Tudor a preservação artificial de cumes incultos teria parecido tão absurda como a criação de santuários para pássaros e animais selvagens que não podiam ser comidos ou caçados. A tarefa do homem, nas palavras do Gênesis (I, 28), era “encher a terra e submetê-la": derrubar matas, lavrar o solo, eliminar predadores, matar insetos nocivos, arrancar fetos, drenar pântanos. A agricultura estava para a terra como o cozimento para a carne crua. Convertia natureza em cultura. Terra não cultivada significava homens incultos.
                                                   (THOMAS, 1988, p. 17)
Nesse debate, é importante ressaltar os estudos que demonstram uma postura mais adequada nas relações do ser humano com a natureza, possivelmente não da maioria urbanizada, mas das populações tradicionais: E quando os ingleses seicentistas mudaram-se para Massachusetts, parte de sua argumentação em defesa da ocupação dos territórios indígenas foi que aqueles que por si mesmos não submetiam e cultivavam a terra não tinham o direito de impedir que outros o fizessem (THOMAS, 1988, p. 17).
Outros estudos privilegiam investigações neste sentido quando buscam as prováveis razões – construídas principalmente nos relatos dos viajantes europeus por ocasião de suas incursões pela Amazônia - de se atribuir aos considerados nativos, primitivos, selvagens e atualmente classificados como Povos da Floresta, particularmente o caboclo amazônida o adjetivo de preguiçoso (GONDIM, 1994).
A idéia da sustentabilidade na concepção e prática das populações tradicionais pode ser compreendida se percebermos o tempo em que estes vêm se relacionando com a natureza e a forma como desenvolvem esta relação. Sem compreender qual é a lógica que opera no seu meio, corremos o risco de produzir interpretações estereotipadas, semelhantes àquelas presentes nos relatos fantásticos dos cronistas viajantes e também na literatura brasileira.
O homem e a mulher da Amazônia são apresentados de uma forma extremamente preconceituosa – pessoas acomodadas, preguiçosas, inconstantes, despreocupadas, desleixadas, etc, características ocasionadas, no dizer de LOUREIRO (1995) pelo determinismo climático e pelas teorias raciais; portanto nesta visão discriminada as populações tradicionais são consideradas incapazes de assimilar os padrões da modernidade.
E como a temática ambiental disputa um espaço no currículo escolar? Inicialmente, os sistemas de ensino incorporaram em seus programas, objetivos e conteúdos, relacionados ao Meio Ambiente considerando apenas os aspectos biológicos e geográficos, não levando em conta a contribuição das ciências sociais na perspectiva e compreensão do conceito de ecossistema (DIAS, 1993).
O termo Educação Ambiental ou environmental education, foi lançado em 1965, na Inglaterra, numa Conferência de Educação que aconteceu na Universidade de Keele, mas já existia a expressão "estudos ambientais" no vocabulário dos professores da Grã-Bretanha (BOTELHO, 1998).
Em 1968, em Leicester - Grã-Bretanha, foi recomendado a fundação da Sociedade para a Educação Ambiental. A Educação Ambiental foi definida como um programa de educação que deveria objetivar a formação de cidadãos sob cujos conhecimentos acerca do ambiente biofísico e problemas associados, pudessem alertá-los e habilitá-los a resolver.
Para DIAS (1994), a Educação Ambiental representa um processo no qual deveria ocorrer num desenvolvimento progressivo de um senso de preocupação com o Meio Ambiente baseado em um completo e sensível entendimento das relações do ser humano com o Meio Ambiente.
Na Conferência de Tbilisi, Geórgia, em 1977, a Educação Ambiental foi definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática de educação orientada para a resolução dos problemas concretos do Meio Ambiente através de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável, de cada indivíduo e da coletividade, definição adotada pelo Brasil e a maioria dos países.
Neste contexto, é introduzido o caráter interdisciplinar como estratégia para se alcançar os objetivos da Educação Ambiental conforme a Recomendação nº 1, letra "b":
O resultado de uma reorientação e articulação de diversas disciplinas e experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio ambiente tornando possível uma ação mais racional e capaz de responder às necessidades sociais (DIAS, 1994).
Para o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, no Brasil, em seus documentos, a Educação Ambiental é um processo de formação e informação, orientado para o desenvolvimento da consciência crítica sob as questões ambientais e de atividades que levem a participação das comunidades na presença do equilíbrio ambiental (DIAS, 1994).
Em 1988 e 1989 no Programa Nossa Natureza, do Ministério do Meio Ambiente, a Educação Ambiental é apresentada como:
O conjunto de ações educativas voltadas para a compreensão da dinâmica dos ecossistemas, considerando os efeitos da relação do homem com o meio, a determinação social, a evolução histórica dessa relação.
                                                        (DIAS, 1994, p. 23)
Segundo AB'SABER (1996, p. 47), a Educação Ambiental é o conhecimento da estrutura, da composição e da funcionalidade da natureza, das interferências que o homem produziu sobre esta estrutura, esta composição e esta funcionalidade
Já o entendimento de GUIMARÃES (2000, p. 31) sobre a definição da Educação Ambiental é no sentido de que esta aponta para as transformações da sociedade em direção a novos paradigmas de justiça social e qualidade ambiental.
REIGOTA (1999), referenda o conceito adotado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura - UNESCO, de 1975, divulgado na Carta de Belgrado, Iugoslávia, resultado do encontro nesta localidade, que antecipava a necessidade de se avançar mais, onde explicitava que:
... devem ser lançadas bases para um programa mundial de educação ambiental que possa tornar possível o desenvolvimento de novos conhecimentos e habilidades, valores e atitudes, visando a melhoria da qualidade ambiental  e, efetivamente, a  elevação da qualidade de vida para as gerações futuras.
                                                     (REIGOTA, 1994, 18).
 No Brasil, a Lei nº 9795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, estabelece o conceito de Educação Ambiental a partir dos processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, Diário Oficial da União, 28 de abril de 1999).
Embora existam vários conceitos de Educação Ambiental, percebemos que há mais pontos comuns que divergentes, considerando todos aqueles que tomamos conhecimento tanto em nosso cotidiano na escola, como no exercício da pesquisa que ora se realiza.
Há autores que, como PEDRINI (1999) avaliam que a Educação Ambiental não tem clareza conceitual uma vez que não dispõe de objetivos, métodos de ação e avaliação mais definidos, questões observadas nas várias práticas ambientais consideradas equivocadas ou ainda em função da utilização de livros didáticos com orientações inconsistentes, onde o ser humano é visto como elemento separado da natureza, numa visão ingênua que não leva em conta os aspectos políticos, culturais e econômicos, outros afirmam que os conceitos referentes à Educação Ambiental apresentam uma cisão epistemológica: a científica, atendo-se a uma abordagem naturalista, e a cultural, limitando-se a uma abordagem individualista (PENTEADO, 1997, p. 27)
O documento elaborado pela Secretaria de Estado da Educação do Estado de Rondônia – SEDUC, Proposta de Educação Ambiental para o Sistema Público de Rondônia (1995), apresenta uma previsão de atividades a serem desenvolvidas na gestão do governo Raupp relativas a Educação Ambiental, assinalando que:
A Educação Ambiental se concebe como um processo permanente onde indivíduos tomam consciência de seu meio e adquirem os conhecimentos, os valores, as competências, a experiência e também a capacidade de fazê-los atuar, individual e coletivamente para resolver os problemas atuais e futuros do meio ambiente.
 
Ao nosso ver, a Educação Ambiental enquanto conhecimento sistematizado encontra-se em franco processo de construção de suas bases teóricas e conceituais uma vez que reflete o que acumulamos e aprendemos de forma muitas vezes não-linear e contraditória. Essas aprendizagens que avaliamos como insuficientes, evidenciam a necessidade de avançarmos cada vez mais no sentido de aproximar nossas reflexões a práticas e atitudes mais consistentes e efetivamente emancipadoras, bem como aos desejos de mudanças que alimentam nossa capacidade de responder aos desafios postos.
É importante levar em conta também aspectos processuais, que os tempos de aprendizagem de temáticas como essa não operam com a tradicional lógica sustentada nos eixos repetição e memorização, a mobilização da compreensão aliada à pedagogia do exemplo pode apontar possíveis rumos neste percurso. A Educação Ambiental - do ponto de vista histórico, vem sendo pensada e vivenciada há pouco tempo, sendo assim, entendemos e identificamos este quadro como Educação Ambiental: conceito em construção, que se viabiliza no âmbito da caminhada das lutas protagonizadas pelos movimentos sociais, problematizando a parte que lhe cabe: a produção de uma práxis educativa ambiental radicalmente transformadora.
 
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[1] Mestra em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Psicopedagoga e Professora da Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná em Rondônia – Brasil. shiva@enter-net.com.br